JunKai encarava seu pai em lágrimas, ele não imaginava o quanto o mesmo deveria ter sofrido nestes 15 anos.
15 anos sem o amor de sua vida.
— Pai. — JunKai se aproxima de seus pais.
— Estou bem filho. — Sorri falso, enquanto seus olhos se enchem de água. — Você tem que ir para casa, deve estar muito cansado.
— Mas...
— Iremos ficar bem, você tem aula amanhã, peça para o motorista de sua avó te deixar em casa. — JongIn se levanta e fica na frente de seu filho. — Irei ficar um pouco mais com ele, faz anos que não o vejo, amanhã você volta para vê-lo... Não iremos sair daqui. — JunKai sai do quarto deixando seus pais sozinhos. — Agora somos eu e você. — Volta a se sentar na cama. — Não sei porque passei esses quinze anos sem pisar aqui... Eu não queria te ver assim, deitado em uma cama sem poder fazer o que amava. — JongIn sorrir. — Lembro de quando vinha te visitar e você estava correndo pelos corredores deste hospital, era um sufoco te tirar daqui de dentro, eu brigava tanto... Mas agora eu daria tudo para ver você correr de novo... Sinto falta até dos dias que você me chegava com um jaleco sujo de sangue, aquilo era um pesadelo, eu não quis ser médico porque não aguento ver sangue, e acabei me casando com um cirurgião, o quão cômico isso é. — Um suspiro é solto seguindo de fungadas. — Faz quinze anos amor, nosso filho está tão grande e ele é lindo, mesmo não sendo nosso filho de sangue, ele é a sua cara. Um dia desses me falou que queria ser médico, puxou isso de você... Irei tentar vir te ver todos os dias, não vou mais te deixar sozinho por medo. — JongIn pega a mão direita de KyungSoo e a beija depois se levanta e segue para a saída do quarto, sem nem ao menos notar o suave mexer de dedos, e uma lágrima escorrer pelo olhos esquerdo de KyungSoo.
QUINZE ANOS ATRÁS
KyungSoo entra em seu carro, e segue em direção ao hospital, o mesmo ficava a menos de vinte minutos da casa em que morava com JongIn, mas a neve estava fazendo esse caminho curto ser longo, não se dava para ver a pista de tanta neve acumulada que tinha. KyungSoo dirigia o carro com todo cuidado que tinha, mas as rodas não acostumadas com a neve deparava constantemente... Ele disse que iria trocar mas nunca fez isso. Segurando a direção com mais força e diminuindo a velocidade, KyungSoo consegue manter o carro firme, até que na pista oposta um caminhão descontrolado vem em sua direção, KyungSoo não teve nem tempo de reação quando o veículo gigantesco batel em seu carro, e com a pressa de chegar no hospital, KyungSoo havia esquecido de colocar o cinto, JongIn já havia falado mil vezes para o mais velho deixar de ser imprudente e aprender a botar o cinto assim que entrar no carro, mas KyungSoo nunca lembrava, e hoje ele pagou por isso. Assim que KyungSoo viu o caminhão vindo em sua direção ele tentou tirar o carro do caminho mas sua reação foi tardia, o gigantesco veículo bateu no carro de KyungSoo, fazendo o mesmo ser jogado para frente, quebrando o para-brisa e voando para fora do caro caindo em um amontoado de neve.
KyungSoo olhava para o céu com sangue saindo de sua boca e varias fratura espalhadas por seu corpo, a mente do mesmo só se passava os momentos felizes que teve com seu marido, todas as coisas que fizeram e passaram, no fim lembrou que provavelmente não estaria com JongIn daqui para frente, que não veria seu filho crescer e nem cuidar de seu Kai. Enquanto se engasgava com o sangue que não parava de transbordar de sua boca, KyungSoo sentiu as lágrimas quentes escorreram de seu rosto e provavelmente congelar quando pingava na neve.
— Jon... JongIn. — Sua respiração estava lenta, e a dor já se era sentida. Como médico ele poderia sentir o que estava acontecendo em seu corpo, ele sabia que a qualquer momento perderia a consciência, e não iria mais sentir a dor de seus vários ossos quebrados, e ele também tinha certeza que sua cabeça tinha um corte gigantesco, ele sabia disso. — Des...Desculpa. — Torce se engasgando com o sangue. — Nos... — Seus olhos começam a pesar. — ... Te amo. — Seus olhos se fecham e a inconsciência toma de conta.
Os anos se passaram e KyungSoo nunca mais acordou, até o dia que ele ouviu uma voz longe, era uma voz aveludada e ele por algum motivo sabia quem era... Era seu Kai. Mas estava tão longe que ele não conseguia alcançar, foi quando KyungSoo gritou, mas sua voz não saia, ele tentou se mexer e chamar por JongIn, mas ele não conseguia, ele queria tocar seu marido, dizer que estava tudo bem, que ele estava vivo e bem que não tinha sido nada, mas ele não conseguia.
E foi quando ele sentiu a voz indo embora que KyungSoo conseguiu mexer um dedo, mas já era tarde demais, a voz tinha se ido, fazendo assim o ex médico ainda inconsciente soltar uma lágrima.
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Linear - KaiSoo
FanfictionDo KyungSoo, desde que se formou, pensava apenas em trabalho. Todo dia pega turnos e mais turnos no hospital onde trabalhava, como chefe de cirurgia. As xícaras de café e as latas de energético eram suas melhores amigas, mas um dia tudo pode mudar. ...