KyungSoo não saia já fazia quase uma semana, JongIn não sabia o que fazer. O médico já havia perdido muitas vidas na sala de cirurgia, o mesmo já tinha se acostumado com isso, ele sabia que nem todo mundo poderia ser salvo, mas aquela mulher e seu filho haviam o afetado de um jeito que não conseguia explicar. Aquela pequena criança não teria uma mãe, seria sozinha, e provavelmente cresceria em um orfanato. KyungSoo não conseguia para de pensar, eram tantos pensamentos que estava virando uma bola de neve.
— Soo. — JongIn entra no quarto de seu namorado com uma bandeja em mãos. — Você não pode ficar aí para sempre. — Não houve resposta, assim como todos os dias anteriores. — Eu fui vê-lo. — Nada. — Ele é tão fofo, suas mãozinhas tão macias... Eu nunca tinha pegado em um bebê, aquilo poderia ser dito como mágico.
— Cale a boca. — KyungSoo diz entre dentes.
— Soo?
— Eu mandei você se calar. — Se senta na cama, sua face de choro era perceptivo. — Você fica aí entrando e saindo de minha casa a mais de uma semana, e todos os dias fala besteiras por cima de besteiras, apenas me deixe aqui, vá embora. — Volta a se deitar cobrindo a cabeça com o edredom.
— Eu apenas quero te ajudar.
— Não preciso de sua ajuda.
— Soo.
— Vá embora.
— KyungSoo ...
— AGORA. — KyungSoo grita ao mesmo tempo que se levanta e joga um copo que tinha na bandeja em JongIn, que não teve tempo de desviar e é acertado na testa pelo vidro, fazendo o mesmo se quebrar e o sangue vivo escorrer por sua face. — ... — KyungSoo olhou sem reação para JongIn.
— Soo. — Kim leva sua mão direita a face e depois a olha, o sangue tomava conta de suas mãos. — Eu... — Não conseguiu terminar a frase, seus olhos se fecharam e a inconsciência tomou de conta.
— JongIn!!! — KyungSoo se levanta da cama, quase caindo por seu pé enroscar no edredom, mas no fim consegue chegar até Kim, que estava caído no chão. — Kai? — Dá tapinhas no rosto do mais novo. — Droga. — Corre até sua bolsa que tinha um vidrinho de álcool, depois volta até onde JongIn estava e coloca o vidrinho perto do nariz do Kim. — Acorda. — Morde os lábios em agonia. — Eu matei aquela mulher, não posso te matar também.
— Você... Não matou.. Ela. — JongIn diz assim que acorda. — Ai. — Leva a mão à cabeça.
— Não me assuste assim de novo. — Bate no braço do outro.
— Então não jogue mais coisas em mim. — Se senta. — Ainda está sangrando?
— Um pouco, irei fazer um curativo. — Se levanta indo até o banheiro e voltando com uma caixa vermelha de primeiros socorros. — Eu disse para ir para casa, mas você é muito teimoso. — Se senta no chão, na frente de Kim.
— Teimoso é você que está a mais de uma semana neste quarto, sem sair nem para co... Aii.
— Calado.
— Você não matou aquela mulher, apenas era o dia dela, você não tinha o que fazer.
— A criança...
— Está bem e saudável.
— E sem uma mãe.
— Ele ainda pode ser adotado, recém-nascidos tem mais chances de ter uma família, do que as outras crianças mais crescidas.
— Mas não será a mesma coisa.
— Soo. — JongIn leva ambas as mãos ao rosto de Do, o fazendo olhar para si. — Você é o melhor médico que já conheci, não se culpa por não salvar aquela mãe, você fez tudo... Está entendendo?
— Hum. — Lagrimas desciam pelo rosto de Do, enquanto JongIn as enxugava.
— Não me mande mais embora, irei ficar aqui com você... Eu sou seu namorado, eu te amo... Ficarei nos bons e maus momentos, eu prometo.
— Kai. — KyungSoo se joga nos braços do mais novo, fazendo os dois caírem no chão. — Eu te amo tanto...
— Quem era a criança? — JunKai pergunta.
— Você. — JongIn olha para seu filho com lágrimas nos olhos e um sorriso estampado em seu rosto. — Você era aquele bebe, ele se culpou tanto por sua mãe biológica ter movido em suas mãos.
— Você me adotaram?
— Sim, ele quando te viu pela primeira vez, não aguentou. — Seca as lágrimas. — Ele te queria na vida dele, foi tão lindo quando o vi com você nos braços dele... mas foi tão deprimente quando eu via que ele não poderia te ver crescer... E não viu.
— Pai... — JunKai se levanta e segue até seu pai o abraçando. — Não chore.
— Ele... — Tenta respirar em meio aos soluços. — Vamos deixar o resto para depois. — Se levanta. — Eu tenho que sair.
— Pai.
— Desculpa. — JongIn pega as chaves de sua moto e sai de sua casa, deixando JunKai para trás.
Kim JongIn dirigia em alta velocidade, ele passava entre os carros, enquanto as memórias passavam em fleshes diante de seus olhos. Ele tinha que vê-lo, mas do que adianta ir velo... Não seria a mesma coisa. Parando a moto no acostamento, JongIn tira o capacete e enxuga as lágrimas que estavam começando a atrapalhar sua visão, ele não poderia morrer, mesmo que quisesse, ele não poderia deixar seu filho sozinho, o mesmo havia prometido a KyungSoo que ficaria até o final. Fechando os olhos, imagens do passado feliz que tinha com o amor da sua vida, aparecem, e as lágrimas transbordam de seus olhos.
— Porque dói tanto Soo? — Funga. — Você disse que ficaria comigo... Você me prometeu... Ainda dói... Dói tanto. — Segura o peito. — Eu poderia... — Olha em volta com a respiração agitada. — Não, o JunKai... Tem o JunKai, tenho que aguentar por ele. — Coloca o capacete respira fundo e dá meia volta. Suas mãos ainda estavam trêmulas e ele não conseguia guiar a moto direito, ainda tinha lágrimas escorrendo e sua visão não era muito boa, isso fez com que não visse direito a estrada fazendo com que batesse em um carro e a moto derrapar. JongIn bolou pela pista e parou alguns metros a frente, seus olhos encaram o céu estrelado e assim foi se fechando aos poucos. Ao seu lado direito o celular jazia com a tela quebrada e a mesma brilhando com o nome "filho" aparecendo até que a chamada cai na caixa postal.
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Linear - KaiSoo
FanfictionDo KyungSoo, desde que se formou, pensava apenas em trabalho. Todo dia pega turnos e mais turnos no hospital onde trabalhava, como chefe de cirurgia. As xícaras de café e as latas de energético eram suas melhores amigas, mas um dia tudo pode mudar. ...