KyungSoo se remexia violentamente na cama, o sono estava sendo perturbado por flashes de imagens que ele não se lembrava ter vivido. O suor escorria e molhava suas roupas e a cama, ele queria acordar mas não conseguia abrir os olhos, aquele pesadelo não tinha fim, aquelas memórias não deveriam ser dele, mas de algum jeito o mesmo sentia familiaridade.
Levantando de uma voz e arregalados os olhos, KyungSoo escuta os equipamentos que monitoram seus coração fazer barulhos altos e acelerados, sua respiração estava rápida e descompassada, e se o mesmo não se acalmasse agora provavelmente a qualquer momento entraria uma enfermeira pensando que ele estaria passando mal.
— O que eram essas imagens? — Pergunta para si mesmo, enquanto ofega. — Ele faz parte de minha vida? Em que momento isso aconteceu? — Se levanta da cama tira os aparelhos que estava conectado a se, e sai do quarto, ele lembrava de JongIn havia dito que estava no quarto ao lado. — Será que ele está acordado? — KyungSoo se pergunta com a mão na maçaneta da porta do quarto de JongIn. — Mas é claro seu idiota, já são mais de duas da madrugada, quem estaria acordado essa hora. — Respirando fundo, ele gira a maçaneta e entra o quarto de Kim, fechando a porta atrás de se, KyungSoo segue até a cama, onde Kim JongIn dormia profundamente. — Eu devo o amar muito. — Diz assim que sente o coração acelerar. — Eu queria lembrar de como nos conhecemos. — Se senta na cama segurando a mão de Jongin. — Por algum motivo meu corpo reage quando te vejo.
— Mesmo que você não se lembre de mim, seu corpo se lembra.
— Mas... — KyungSoo solta a mão de Jongin e se levanta da cama em um sobre salto. — Quando acordou?
— Eu não estava dormindo. — Se senta na cama. — Não consigo dormir sabendo que você está no quarto ao lado, e não na nossa casa, comigo e nosso filho.
— Me desculpe por ser rude com você.
— Não é sua culpa, você tinha acabado de acordar, e do nada aparece pessoas "estranhas".
— Mesmo assim, eu sinto muito. — KyungSoo se aproxima de novo, e se senta na cama. — Éramos felizes?
— Não sei se existe casal perfeito, mas chegamos perto disso. — Jongin gargalha sem emoção. — Podemos tentar de novo, começar do inicio eu não me importo de te conquistar de novo.
— Eu quero lembrar. Não quero começar do começo, quero minhas lembranças, o tempo que passei com você, quero de volta o sentimento de me apaixonar por você, e... Aiiii. — KyungSoo leva sua mão à cabeça.
— O que houve? — Jongin perguntou assustado.
— Uma pontada. — Diz de olhos fechados e com ambas as mãos na cabeça. — Acho que é melhor eu ir para o quarto. — Tenta se levantar da cama, mas é atingido por uma tontura, fazendo o mesmo cair para trás.
— Soo. — Jongin sai da cama e tenta ajudar KyungSoo, que estava caído sem consciência. — Soo... Soo. — Kim batia levemente no rosto de seu marido, mas o mesmo não retornava, então ele o pega colocando-o na cama, e em seguida aperta o botão chamando uma enfermeira, que em menos de um segundo entra no quarto.
— O que ouve senhor Kim?
— O Soo desmaio, chame o médico agora.
(...)
— Como assim ele entrou em coma de novo? — Jongin grita com o médico que tinha acabado de examinar KyungSoo.
— Isso é raro mas acontece, senhor Kim. — O médico tenta acalmar Jongin.
— Ele estava bem, só foi sentir aquela dor. — Os olhos de Kim já estavam cheios de lágrimas. — De novo não. — Segura a mão de KyungSoo. — Abre os olhos para me Soo... Por favor. Não me deixe assim, eu não aguento passar por isso de novo, volta pra mim.
— Senhor Kim, o senhor precisa manter a calma.
— Não me manda ficar calmo seu idiota. — Solta a mão de KyungSoo e fica de frente para o médico. — Você não sabe o que é criar uma criança sozinho enquanto o amor da sua vida está deitado em uma cama sem consciência, e ainda ter que manter a compostura na frente da criança, você não sabe o que é chorar noites após noites escondido no banheiro para que seu filho não escute, e no outro dia esconder seu rosto com quilos de maquiagem para ninguém perceber que quase se afogou em lágrimas por toda a madrugada, nunca irá saber o que é sair para trabalhar enquanto sua mente não para de pensar no dia em que recebeu a notícia de que o amor da minha vida não iria acordar nunca mais, sabe o que é isso doutor? Não, o senhor não sabe, não sabe a dor que sinto todo dia, eu tentei por anos seguir em frente sem pensar em me jogar no primeiro caminhão que eu via, ou de um prédio qualquer... Então se não sabe o que é essa dor, não me venha com palavras de conforto, que essa merda não vai funcionar. — Sai de perto do médico e volta a ficar do lado de KyungSoo. — Saia do quarto, quero ficar sozinho com meu marido.
(...)
Um mês havia se passado e Jongin diferente de antes não saia do lado de KyungSoo, ele disse que queria está ali quando o mesmo acorda-se de novo, não seria como da ultima vez. Aquela ala do hospital havia virado a "casa" de Kim, ele não saía para nada. Tomava banho, comia, escrevia suas músicas, tudo naquele lugar. Sua mãe havia tentado várias vezes convencer seu filho de ir para casa, mas todas as suas tentativas foram falhas. Ela sabia o filho teimoso que tinha, nem JunKai conseguiu convencer o pai.
— Hoje eu tenho certeza que irá acordar. — Diz enquanto alisa o rosto sereno de KyungSoo. — Eu queria dormir como você, talvez a gente se encontra-se no seu mundo dos sonhos. — Suspira cansado. — Já faz dois meses que você entrou em coma de novo, apenas não me diga que irá passar anos de novo, eu não sei se aguento isso de novo... Está doendo Soo. — Lágrimas caem do rosto abatido de Jongin. — Volta pra mim. — Abraça o corpo desacordado de KyungSoo. E o choro baixo se torna alto e desregular. — Meu Soo. — Jongin diz de olhos arregalados quando sente braços o rodear.
— Pare de chorar meu amor. — KyungSoo diz com uma voz rouca pela falta de uso. — Já estou acordado.
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Linear - KaiSoo
FanfictionDo KyungSoo, desde que se formou, pensava apenas em trabalho. Todo dia pega turnos e mais turnos no hospital onde trabalhava, como chefe de cirurgia. As xícaras de café e as latas de energético eram suas melhores amigas, mas um dia tudo pode mudar. ...