Capítulo 06

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JunKai entra em sua casa e corre direto para o quarto, ele não aguentava mais aquele uniforme, mas antes de chegar em seu destino ele encontra sua avó saindo do quanto que seu pai não deixa ninguém entrar.

— O que a senhora está fazendo aí dentro?

— Já está em casa? — Desconversa.

— A aula terminou cedo.

— Seu pai teve que ir a uma entrevista de última hora, talvez ele chegue tarde em casa.

— A senhora não me respondeu. — Diz desconfiado. — Papai não deixa ninguém entrar ai.

— Eu sei, meu querido. — Faz carinho na cabeça de JunKai. — Eu sei mais do que ninguém as mazelas desse quarto.

— O que tem dentro dele?

— Lembranças.

— Você fala igual a ele. — Cruza os braços. — Já tenho idade suficiente para saber das coisas, não gosto quando vocês escondem coisas de mim.

— Você tem que falar isso com seu pai.

— Ele está me contando do passado, sobre um tal de Do  KyungSoo.

— Ele está? — Pergunta surpresa.

— Está... Ontem ele parou na parte do pedido de namoro, a senhora sabe do resto?

— Deixe ele te contar isso, e tenha paciência... Falar sobre KyungSoo é muito difícil para ele.

— Mas porque, foi apenas um relacionamento.

— Foi o primeiro e único amor de JongIn.

— A senhora quer dizer que...?

— Sim.

— Ele era meu...?

— Sim.

— E...?

— Seu pai irá falar o que tem que ser falado.

— Aquela música... Tudo o que ele canta...

— É tudo sobre KyungSoo.

— ...

— Tenho que ir. — Da um abraço em JunKai, em seguida vai embora.

As horas vão se passando, e JunKai esperava seu pai pacientemente sentado no sofá da sala. Ele queria... Não, ele tinha que saber de tudo. Já passava da meia noite quando a porta da sala foi aberta, e JongIn passou por ela, dando de cara com seu filho sentado no sofá o encarnado.

— O que faz acordado? Esqueceu que tem aula amanhã? — Diz tirando o casaco e colocando as chaves da moto na mesinha.

— Eu sei que ele é meu pai.

— O que?

— Do KyungSoo.

— Quem te falou?

— Esse não é o ponto. — JunKai se levanta e fica na frente de seu pai. — Eu quero saber onde ele está? O que aconteceu com meu outro pai? Porque o senhor nunca me falou disso? Eu sempre pensei que o senhor tinha me adotado porque não poderia se casar com uma mulher e ter filhos... Me responde.

— Filho... — JongIn fecha os olhos, seu dia não tinha sido bom, e quando chega em casa ainda tinha que reviver aquela dor, de novo.

— Eu tenho o direito de saber toda a verdade.

— É complicado.

— O que tem de tão complicado?

— Quando você amar alguém ao ponto de não conseguir viver sem ela, mas tem que viver... você irá saber.

— Não sei o que o senhor passou com ele, nem o que aconteceu, eu só sei que tenho o direito de encontrar com meu outro pai.

— Filho... Ele... Eu... — Lágrimas já escorriam pelo rosto de JongIn.

— Me fala.

— Irei terminar de falar hoje...

Depois do pedido de namoro, o casal não se desgrudava mais. Até mesmo no hospital, Kim JongIn que antes passava mais de meses sem entrar naquele lugar, agora ia todo dia, sempre para deixar comida ou levar KyungSoo para casa.

— Que horas irá sair hoje? — JongIn pergunta brincando com uma caneta enquanto gira na cadeira da sala de Xiao. — Quero te levar para jantar.

— Hoje tenho uma cirurgia marcada para altas horas da noite. — Diz sem levantar a cabeça do livro que lia.

— O que tanto ler? — Para de girar na cadeira soltando a caneta, em seguida se levanta ficando atrás de KyungSoo. — Credo. — Diz olhando para a imagem um  de corpo aberto.

— Estou estudando para a cirurgia. — Encara JongIn. — Uma mãe solteira precisa fazer uma cirurgia de coração com urgência.

— Isso não é perigoso.

— Sim... Ela está no seu sétimo mês. Era para essa cirurgia ser feita apenas quando o bebe nascesse, mas ontem ela deu entrada no hospital com fortes dores no peito, e depois de alguns exames vimos que tem que ser feita hoje, talvez ela não resista mais um mês.

— Ela pode morrer na sala cirúrgica?

— Pode.

— Meu Soo é o melhor. — Beija a bochecha de KyungSoo. — Sei que irá conseguir.

E naquele dia Kim JongIn teve que ver seu amado chorar até dormir de cansaço. KyungSoo, não conseguiu salvar a mulher, mas o bebe estava vivo, e sem uma mãe. Ele se culpou tanto enquanto se desmanchava em lágrimas.

Linear - KaiSooOnde histórias criam vida. Descubra agora