"Devolve logo meu pai tia, não aguento mais de tanta saudades desse baixinho rabugento"Rir nasal com a mensagem que havia recebido do meu atual enteado e não pude deixar de notar a semelhança entre ele e o Fagner, até o jeito de escrever era parecido, incrível. Apesar de ainda cabisbaixa pela falta em que o jogador iria fazer, não posso negar que estou feliz por ele reencontrar os filhos, sei que a falta das crianças lhe afeta.
Mas vê-lo arrumar as malas, ainda me causa calafrios. Não tenho recordações muito boas da última pessoa que fez isto. Ele se foi e nunca mais voltou! Não que ainda me importe, mas a sensação ainda é ruim. Foi quase impossível não ter um flashback indejado com a cena.
Fiz uma pequena careta ao me dar conta que novamente estava entrando na linha passado e sacudi a cabeça em negativo, tentando sair do transe perturbador em que minha cabeça havia virado. Caminhei nas pontas do pé até o jogador e o abracei por trás, arranhando de leve sua barriga por cima da camiseta preta em que vestia.
— O Henry me mandou mensagem. — o comuniquei, mordiscando o lábio inferior. — Pediu-me para devolvê-lo. Será que um sequestro me causaria muito danos? — brinquei e ouvir o jogador gargalhar.
O mesmo puxou minhas mãos levemente, fazendo-me ficar em sua frente. Lhe presenteei com um sorriso sincero e então, ele acariciou a minha pele facial. Gosto de quanto me toca, seu carinho me agradava.
— Boba!
— Por você coisa linda! — lhe dei um selinho rápido e deixei que os meus dentes fosses exposto em outro sorriso. — Eu gosto tanto do Henry, uma pena não ter muito contato com o Luca. Não vejo a hora de conhecer-los. — mudei de assunto sem um aviso prévio. Demostrei animação em meu tom de voz, pós realmente me sentia radiante com está possibilidade.
A dias venho me imaginado madrasta.afinal de contas como seria agir como uma mãe? Não faço a mínima ideia, e isto me assusta. Ainda tenho medo de não consiguir dar o meu melhor e acabar os decepcionando-os. Isto seria frustante.
— Aproveita o interesse em conheço-los e vem comigo para são Paulo, eu iria adorar. — retrucou o homem com um sorrisinho maroto nos lábios. Aquele velho e inesquecível convite voltou a me assombrar. E assim como todas as outras vezes, me vi tentada aceitar. Mas não! Não daria. Pelo menos não por agora.
— Você sabe que por agora é impossível, fechei contrato com uma marca importante e não posso recentir o contrato, tenho nem dinheiro para isso. — Brinquei.
—Se para dormir ao seu lado todos os dias o preço for este, eu pago. Não tem problema, dita quanto é eu me resolvo.
Franzi o cenho e o encarei firme nos olhos. Achei fofo de sua parte se disponibilizar a este papel, mas claramente minha resposta seria negativa. Jamais aceitaria algo assim.
— Nem pensar gatinho! — cutuquei seu nariz com os dedos. — Não precisamos se afobar tanto, acredito que tudo tem seu tempo certo. Boa prova disso é que passei anos em um relacionamento frustado, até realmente achar o amor da minha vida.
— Então eu sou o amor da sua vida?
— Achei que já estivesse deixado claro.
Ele sorriu! Eu sorrir e em modo rápido, nos beijamos. Senti que aquele seria nosso último beijo intenso antes dele embarcar. E isto me abala de certa forma, esses dias em que o Corinthiano passou aqui, foi o suficiente para viciar-me em seus beijos com gostinho de quero mais. Então aproveitei cada pequeno momento, explorando a região de sua boca como se fosse a última vez.
(...)
Aeroporto|• 09:30AM
— Vou sentir sua falta! — confessei com lágrimas visíveis nos olhos. Prometi não chorar, mas eu era uma boba e claramente não poderia cumprir tamanha promessa. — Promete me mandar mensagem todos os dias?— Todos os dias, sem exceção.
— Diz aos meninos que mandei um beijo e que o pai deles é o bem mais precioso que tenho, e em breve eles também serão...
— Digo sim! Eu te amo, não se esquece disso. — segurou firme as alças da mala e esquivou-se a minha frente, me dando um beijinho de leve.
— Tenho problema de memória jogador, acho bom me lembrar disso com frequência.
— Tolinha. — voltou a juntar nossos lábios em um beijo carinhoso, que foi interropido pelo alto-falante que enuciava o vôo do rapaz. Ele soltou um suspiro de leve e aos poucos foi se distanciando. — Preciso ir...
— Eu sei!
Ele acariciou meu rosto com o polegar pela última vez e se preparou para deixar o local, mas antes, o mesmo virou-se para mim novamente e sorriu.
— Jamais esquecerei desse final de semana, eu te amo Espínella. — seu tom de voz ecoou alto, chamando a atenção de algumas pessoas para nós. Levei as mãos no rosto envergonhada, mas não deixei de sentir aquela velha e boa sensação das borboletas na barriga. O Lemos era realmente um louco...
Quando finalmente tomei coragem para voltar a olha-lo, o mesmo ainda estava ali me namorando com os olhos. Parecia tão apaixonado quanto eu, na mesma intensidade e força de verdade. Isto era maravilhoso de verdade. Jamais achei que fosse amar tanto alguém, como eu o amo.
— Eu também te amo Pincher.
Beijei os meus dedos fechados e dediquei a ele, que acenou para mim antes de sair, deixando-me ali, parada o observando sumir da minha vista, enquanto soltava suspiros leves, como uma adolescente boba e apaixonada...
Sentiria a sua falta...