"Endereço"

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— Quem é essa? — ouvir a voz de Henrique predominar no ambiente e ligeiramente desliguei o televisor do celular. Merda. Virei para o garoto e prendi meus olhos no mesmo. Ele nutria um sorrisinho de lado e as mãos estava grudada na cintura. Eu conhecia aquela cara, era a que ele fazia todas as vezes que achava que estava com alguém... — Não adianta esconder pai, eu vi.

— Não viu nada, não tem nada para ver. — dei de ombros e fingir prestar atenção na tv, que passava um jogo do qual eu não tinha visto quais times jogavam, já que estava ocupado de mais stalkeando a Flamenguista que conheci a menos de três dias.

—  Tá namorando coroa?

Voltei a encarar o meu filho com uma sobrancelha elevada. Estava incrédulo com a ousadia daquele moleque. Sorri de canto e puxei seu braço o fazendo cair sobre o sofá, o enchi de cócegas enquanto ele distribuia  gargalhadas ao vento.

— Para pai. — pediu entre risos abafados.

Ao recuperar o fôlego, o menino saiu correndo para trás do sofá e me deu um sorriso sapeca.

— Ela é bonita! Pelo menos tem bom gosto.

— Engraçadinho, ela só é uma amiga.

— Amiga? Eu conheço todas as suas amigas, o senhor não tem muitas delas...

Em partes o Henry não mentiu. Eu realmente não tinha muitos amigos, depois que sua mãe foi embora eu decidir me concentrar apenas no futebol e nos meus filhos. A minha vida inteira foi dedicada a eles. E estar tudo bem, eu amo a vidinha mais ou menos que levava...

— A conheci pouco tempo. — expliquei. — Mas isso não é da sua conta mocinho. Cadê seu irmão?

— Dormindo.

— Acorda ele e vão tomar banho para jantamos. Hoje teremos pizza no jantar.

— Ufa, pensei que iria tentar cozinhar de novo. — fez careta. — Desculpe pai, mas você cozinha muito mal.

A Dona Cida estava de férias, oque me restou foi os meus dons imaginários de culinária. Era isso, ou nos afogariamos em uma alimentação péssima constante, como agora. Tudo bem, eu posso não ser o melhor na cozinha mais eu faço uma omelete como ninguém. Uma das melhores, digna de passagem.

— Minha comida não é tão ruim assim!

— Na verdade é sim. Acho que oque sinto mais falta da mamãe era da comida dela.

— Banho Henrique, banho. — mudei de assunto. Apontando para o corredor. Meu filho bufou baixinho mais me obedeceu.

Não gostava muito do assunto "mãe dos meus filhos". Depois que ela resolveu ir embora e me deixar com eles, tudo que me restou foi uma grande quantidade de mágoa. Ela faz falta bem verdade, mas claramente não quero que ela volte...

Deixei os pensamentos de lado com o celular que apitava. Sorri ao ver o nome exposto na tela de notificações e ligeiramente abrir as nossas conversas para saber oque ela havia me respondido. Quando cheguei em casa lhe mandei mensagem assim como disse que faria, mas até então ela não me respondeu. Eu só espero que a mesma não tenha usado esse tempo para sofrer pelo tal ex fudido...

 Eu só espero que a mesma não tenha usado esse tempo para sofrer pelo tal ex fudido

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Meu lateral - Fagner LemosOnde histórias criam vida. Descubra agora