Meu lateral - Fagner Lemos

Sentimentos?

(...)

— Lívia sossega. — ouvi Helena resmungar. Isto porque andava de um lado a outro, enquanto meus olhos estavam presos na conversa aberta com o jogador Corinthiano

— Eu não consigo. Estou preocupada. — relatei. — o Fagner não me responde, acho que ele não estar nada bem...

— Desse jeito estou começando a achar que realmente estar interessada no Lemos. — forçou uma gargalhada, mas parou assim que viu que continuei séria. Ela elevou uma sobrancelha e concertou-se no sofá. — Perai, você não estar realmente interessada nele estar?

— E se eu estiver? Qual o problema?

— Todos! O Fagner não é bem o seu tipo, Liv.

Por um lado ela tinha razão, eu nunca tinha me interessado por outro alguém igual o Fagner. Pelo contrário, o meu ideal é completamente o oposto do Corinthiano. Mas isso foi antes de conhece-lo. Ele é diferente, eu gosto dele e do seu jeito. Gosto de sua conversa, do jeito que ele me trata. Não sei se oque sentimos é só uma atração boba que não dará em nada, ainda é tudo muito cedo, mas mesmo se nada der certo, ainda sim eu o quero por perto...

— O último que era o "meu tipo" — fiz aspas com ajuda dos dedos. — Me traiu com uma das minhas melhores amigas. — debochei. — Além do mais, o Fagner vira o tipo de qualquer pessoa, é só você ter dois minutos de conversa com ele... Amiga, ele é incrível, juro.

Quando me dei conta do que disse, coloquei a mão direita em cima dos meus lábios. Oh céus, aquela afirmação havia sido tão natural que quando eu percebi, já havia falado. Não que eu me arrependa de tais palavras, eu só tenho medo de me decepcionar logo após, assim como me decepcionei com a última pessoa que também pensei ser diferente. É por essas e outras que acho que o melhor que faço é ir com calma... Outra decepção seria tão frustante.

— Não sei se acredito, as atitudes dele em campo me provam o contrário. — fez careta. — Acho melhor você se ligar a onde estar entrado para não se arrepender depois. — me alertou.

— Oras, é o trabalho dele. — o defendi. — E outra, a senhorita não tem que achar nada. A interessada sou eu, e espero continuar sendo assim....

— Ele é todo seu, sua doida. Não tenho o mínimo interesse. — deu de ombros. — Só por favor Liv, vai com calma. Eu não quero que se machuque...

— Pode deixar.

Incrível como as coisas haviam mudado desde o dia que o vi jogar contra o Flamengo. Oque me assusta é o quão pouco tempo foi isso. Estava tão decidida a não envolver nenhum tipo de sentimentos nisso, e agora me peguei preocupada com o mesmo, sentido meu coração gritar a todo custo por uma mensagem dele. Apenas uma, para que eu possa saber como ele estar após o jogo e todos aqueles comentários maldosos na internet a respeito do mesmo.

Voltei a ligar o televisor do celular e vi que ainda não tinha nenhuma mensagem dele. Mas que merda. A minha vontade era de tacar aquele celular na puta que pariu. Comprar uma passagem e ir direto para são Paulo atrás dele... Mas claramente não iria fazer isto. Oque me restou mesmo é a agonia de não saber como ele estar...

Por favor pinscher, aparece...

— Você olhar toda hora o televisor desse celular não vai faze-lo lhe responder mais rápido. Acho que ele só precisa de um tempo. Relaxa, logo mais ele te responde...

Eu queria tanto ajuda-lo de alguma forma, assim como ele me ajudou quando estava mal pelo meu ex noivo. Ele foi tão fofo, me fez me sentir melhor com apenas mensagens... Está era a hora de eu retribuir e eu queria isso. Queria muito.