Amantes não só tem lar, como tem aliança no dedo também. É, a minha ex melhor amiga havia acabado de se casar com meu ex. E eu poderia estar enchendo a cara agora, chorando e me culpando por cada cena lamentável em que presenciei. E acredite, eu bebia, mas o motivo não era o casal do ano. Eles não tinham tanta importância assim.
Virei a taça de champanhe levemente, provando o pouco do álcool fresco. Meus olhos estavam sob os atuais casados, que cumprimentavam os convidados, como se fosse perfeitos. Sorria cínica, vendo como ambos poderiam parecer primorosos, quando por si só; são podres.
Qual é, semana passada o jogador estava a me encher de declarações. E agora se demostra apaixonado por sua esposa? Isto chega a ser uma piada das grandes. Tolos, se merecem como ninguém. Sinto-me feliz por ter me livrado dos dois de uma só vez.
Todavia, esse lugar estava a me deixar sufocada. Sinto minha barriga revirar e aquela velha sensação de cansaço invadir meu corpo. Não vejo a hora de ir embora, deitar sobre minha cama e lamentar-me como todos os dias faço, por ter perdido o amor da minha vida. Merda, isto estava a virar uma rotina.
— Você se sente bem? — Interpelou Helena, ao passar as mãos no meu ombro. Virei o rosto em sua direção e sorri sem mostrar os dentes.
— Por que não estaria?
— Você sabe, você e Gerson quase casaram e... — a fiz parar de dialogar, assim que expressei o meu desconforto a falar sobre isto.
— Helen, eles se merecem. O motivo de estar triste tem nome e sobrenome, e não é nem de longe o Gerson. — por fim, suspirei fundo, bebericando outro gole da bebida em minhas mãos.
— Vocês ainda não conversaram?
— Não! — respondi rápido. — mas não quero falar sobre isso.
— Tudo bem!
Continuamos a conversar sobre assuntos distintos, quando uma sombra escura atrevessa sobre nós, fazendo nos calar em imediamente. Olhei para frente e vi ambos ali, parados em nossa frente com um sorriso idiota no rosto. Cínicos!
E lá vamos nós...
— Lívia, que surpresa. Não sabia que viria, fico feliz que esteja aqui. — disse a mulher ao tentar me abraçar, mas me esquivei. Forcei um sorriso e a reeprendi com os olhos. A garota encolheu os ombros aparentemente incomodada, e então se afastou um pouco, voltando a ficar ao lado de seu marido.
— Por que não viria? Eu fui convidada, certo?
— Claro! — a sua voz de sonsa me irritava. Era tão grande sua cara de pau que por pouco não revirei os olhos. — o Gerson e eu estamos muito felizes que estar aqui, de verdade amiga. Obrigada. A você também Helena...
Filha da puta, cara de pau!
— É, estamos. — concordou ele, praticamente forçado.
— Você estar muito bem com este vestido menina, super te valoriza. Não mudou Nada desde a última vez que nos vimos. Continua linda! — não sei qual sensação era a pior, a de nojo ou a de raiva. Ela tentando ser amigável era tão hipócrita...