Capítulo 3 - Bruno Garcia

153 38 16
                                    

Era como se eu estivesse assistindo a um filme pela janela da minha sala. Não era um filme qualquer, era um puta filme pornô com o médico do meu pai como ator principal e, a julgar pelo que vi, ele tem todas as credenciais para fazer sucesso, se é que vocês me entendem.

Depois de toda aquela loucura, parece que ele caiu em si no que tinha acabado de fazer, saiu da janela enquanto eu continuava ofegante, excitado, com medo e irritado ao mesmo tempo. Uma confusão de sentimentos dentro de mim por conta de tudo que veio acontecendo ao longo do dia mais louco da minha vida.

Segui para um banho, me recusando totalmente a me tocar por um cara que insultou meu pai, e quando fui tirar satisfações acabei recebendo o beijo mais delicioso que eu já provei com toda aquela pegada para depois ser praticamente flagrado pelo namorado dele, ainda se acha no direito de ser gostoso daquele jeito na janela do seu quarto, fritando meus neurônios e me deixando com um tesão enlouquecedor.

Cretino gostoso!

Vesti um short leve e fui ver algo para comer tentando tirar meus pensamentos do meu vizinho. Preparei um sanduíche com frango desfiado e um suco para acompanhar, olhei a tela do celular marcando umas 21h43.

Resolvi ligar para minha mãe para ver se eu melhorava:

— Benção mãe — Dei uma mordida no meu sanduíche.

— Deus te abençoe, tudo bem por aí?

— Tudo sim, liguei para saber de vocês. Como o pai está?

— Derrubou dois vasos de planta, tem xingado mais do que o normal, é... tá tudo bem — Revirei os olhos rindo — Juro que se seu pai precisasse de habilitação para andar de cadeira de rodas ele seria reprovado com sucesso.

— Mãe, a senhora não tem jeito mesmo. Só assim para eu rir um pouco.

— O que aconteceu? — Eu e minha boca grande — Bruno Garcia, o que aconteceu? — Seu tom mudou totalmente, agora estava sério.

— Não foi nada, mãe, só eu mesmo com minhas neuras...

— Seu pai me disse que o médico falou um monte de coisa com ele defendendo você.

— Ele não deveria ter feito isso. Meu pai convalescendo e ele dando lição de moral — reclamei, mesmo com um sorrisinho no canto da boca lembrando do seu beijo.

— Ouviu, Bruno?

— Ah, oi, desculpa me distraí aqui.

— Seu safado, você tá pensando nele, não é? Doido para brincar de médico.

— MÃE!! — Como eu me livro dessa agora? — Não é nada disso que a senhora está pensando, Dona Maria.

— Me engane. Mas ó: eu bem gostaria de um noro médico. Vai cuidar do seu pai de graça. Nem vamos precisar do plano — Ela riu da própria piada infame.

— Mãe a senhora não tem jeito, eu liguei para saber do pai e não para senhora ficar me lembrando do meu vizinho.

— O queeeeeê?! O Dr Duarte é seu vizinho? — Agora que vai dar ruim mesmo — Conta essa fofoca toda! Espera — Ouvi ela abrindo a porta e falando com meu pai — João, sabia que o Dr Duarte é vizinho do Bruno?

— Quê? Aquele desaforado é vizinho do Bruno? Não me diga que eles...

— Não sei, pera. Bruno — Me chamou na ligação — Já pegou seu vizinho?

— Me recuso a...

— Já, João — Ela me interrompe na ligação falando com meu pai.

— Quê? Eu não disse isso, mãe.

Paixão de CarnavalOnde histórias criam vida. Descubra agora