PETER

20 4 1
                                    

Eu to puto porra, juro que vou chamar Arturo para um duelo se ele continuar com isso. Bea seguia cautelosamente o caminho de Viktor e Mary, eles iam de moto hoje para procurar remédios em um hospital que a gente revistou antes. Dessa maneira, quando eles estacionaram no hospital, nós deixamos o carro mais longe para eles não nos verem nem ouvirem.

No momento que eu soube que Mary estava mexendo nas minhas coisas enlouqueci. Desde que isso começou, eu estou desenvolvendo uma forma de conseguir formar uma comunidade com diversas casas que tenha até energia, agua potável, uma fazenda, colheitas, enfim, todo o necessário para a sobrevivência. Desse modo, após pesquisas, descobri que lá para o norte tem uma parte mais segura. Eu só falei disso com Arturo, pois não queria dar esperança para ninguém. Porém, diante de tudo isso que estamos conquistando, realmente acho que consigo ir para o norte e montar isso, finalmente viver mais tranquilos, talvez até achar mais humanos e começar a humanidade novamente. É o meu sonho.

Será que isso tudo é um desgaste em vão? A gente só tá sendo chato e desconfiado ? Eu, Claire e Bea seguimos cautelosamente os dois enquanto entravam no hospital. Porém, pude ver Viktor olhar para trás e checar se tinha alguém olhando, assim como Mary.

Suspeito, não era uma checagem para ver se tinha um morto-vivo ao redor, era diferente. Um olhar de quem está a espreita, com medo de ser visto. A caça fugindo do caçador. Então, os dois passam pelo hospital e seguem andando para depois do local destinado.

"Para onde eles tão indo?!" Claire perguntou.

"Não sei, precisamos segui-los." Bea fala e se move cautelosamente atrás deles, assim, eu e Claire seguimos. Nós fomos andando meio abaixados, a fim de nos escondemos na grama que não era aparada há tempos. Ficamos seguindo eles por uns 25 minutos, os dois simplesmente andaram para o além, até uma grande floresta passamos. Nesse sentido, surge o questionamento: Para onde esses dois vão?! Nós estávamos relativamente perto de Mary e Viktor, quando nos deparamos com um grande muro cheio de arames farpados que tinha uma abertura no meio. Que porras é isso? Olho para o lado e vejo Bea com uma expressão neutra e Claire boquiaberta. De repente, um barulho ensurdecedor reina no ambiente e esse muro se abre. Tal abertura revela uma base, totalmente segura.

Levantei mais minha visão e eu pude ver, o que eu não queria, no entanto, sabia que esse momento chegaria. Ao abrir o local, da pequena abertura consegui enxergar um caminhão grande, o qual tinha um grande símbolo nele, o triângulo invertido.

"Vocês viram isso? " Perguntei sentindo o suor se formar na minha nuca e mãos.

"Como eu imaginava. Temos que sair daqui!" Bea fala friamente. Depois disso, com medo de sermos pegos, fomos voltando o caminho discretamente. Eu estava indo na frente para ver se tinham zombies também, todavia, era silencioso, pois as pessoas da equipe inimiga poderiam nos escutar. Assim, estávamos subindo um morro em uma parte da floresta, quando escutamos um barulho forte do motor de um carro. Fudeu.

"Corram!" Gritei para as meninas que estavam subindo um montinho na floresta atrás de mim. Eu corri pela minha vida, poderia ouvir eles chegarem mais perto, então finalmente cheguei no topo e fiquei vendo as meninas subirem pelas raízes das árvores. Desse modo, elas já estavam prestes a chegar no fim, quando Bea segurou uma raiz que se soltou. Naquele momento eu soltei um grito ensurdecedor, minha garganta queimou e eu pude ver uma das cenas mais nervosas da minha vida. Bea caiu em Claire que estava logo atrás dela, elas duas saíram rolando até o fim da morrinho. A figura de Bea caiu por cima de Claire, as duas cairam de uma vez de uma altura considerável.

"Claire, você está bem?!" Ela disse desesperadamente, assim, Claire segura no seu pé apertadamente, os corpos das duas cheios de terra e alguns cortes na face.

" Eu não sei, mas vamos-" Claire estava prestes a subir de novo, quando o som do caminhão ficava cada vez mais alto. Mas que porras! O que fazer?! Segurei minha arma instantaneamente.

"RÁPIDO! " Gritei ansioso, porém tarde demais. O veículo com um símbolo do triângulo invertido para a nossa frente. Naquele segundo, vejo as duas lá embaixo, eu estava prestes a descer, quando olho para o rosto de Claire. A expressão facial da minha melhor amiga e gêmea do meu "irmão" já dizia tudo, eu sei o que ela pensou, era como se seu rosto gritasse "é isso, vai!".  Mas como deixá-las? Eu não posso, se algo acontecer eu nunca me perdoaria. Então, saem 3 homens do carro e levantam as duas do chão, um deles pega Bea e a joga de uma vez no caminhão. Desse jeito, eu ia descer mesmo sendo provável a derrota, não iria nem fudendo só abandonar as duas.

"Peter, foge! Pega ajuda! Vai dar tudo certo!" Claire fala se debatendo no outro, até que ele acaba lhe jogando caminhão também. Olhei para elas uma última vez e estava prestes a sair, mesmo relutante, pois como ganharia de 3 homens? Porém, uma imagem surge ao fundo. Imóvel, observei uma mulher alta e loira com um batom vermelho escuro sair do outro lado do caminhão. Ela usava um óculos e um sobretudo preto com uma bota da mesma cor. Ela tinha um rabo de cavalo alto e usava um óculos. Na sua face se formou um sorriso, um dos sorrisos mais malignos que eu já vi na minha vida. Ela abaixou as lentes e olhou nos meus olhos, assim, eu acho que consegui sentir todos os sentimentos que eu reprimi a minha vida toda, uma dor e um sofrimento que me corroem até hoje. Dessa maneira, rapidamente sai correndo o mais rápido possível, porém ainda lhe escutei falar, sua voz carregava veneno, o veneno mais mortal.

"Sanca e Tchatchala, atrás dele agora." Pude ouvir os dois escalando o monte atrás de mim, então, corri indo embora. O cansaço, me consumia por inteiro, mas não tinha como parar, assim, fui correndo sem rumo, tão sem rumo que parei em um beco sem saída e, quando me virei, os dois homens enormes estavam atrás de mim. Como assim eles chegaram tão rápido porra. Um deles veio para cima e me deu um murro direto na minha mandíbula, cai no chão instantemente. Um gosto férrico preenche a minha boca fazendo com que eu cuspisse o sangue.

Porra, tenho que fazer algo urgentemente. Todavia, sou pego de surpresa quando ele me dá um chute na costela, provavelmente o outro não fazia nada, pois vigiava para ver se os zumbis não chegavam. Que dor do caralho, esse puto deve ter quebrado. Nesse sentido, em um movimento pego uma uma faca no meu cinto e quando ele se jogou para me enforcar, enfiei ela em sua coxa, despertando a atenção do seu amigo. O outro veio para cima de mim, mas me esquivei e lhe dei um murro na nuca, enquanto isso o outro que estava com a faca na perna se levantou.

Nesse contexto, ele pegou uma arma e ia me dar um tiro, no entanto me joguei no chão e peguei sua perna lhe puxando para baixo de novo.  Desse jeito ele acabou derrubando sua arma no caminho, mas mesmo assim pegou uma faca e enfiou no meu braço. Eu fui nas estrelas e voltei, uma vez que a dor foi imensa, entretanto eu não podia parar, assim, peguei a faca do meu braço e enfiei em sua barriga num movimento cirúrgico.

Para facilitar minha vida, o outro me puxou pela camisa e começou a me enforcar. Comecei a me debater, mas nada era útil. Minha respiração já estava falha, e o mundo escurecendo. Todavia, em uma última tentativa, manejei de pegar minha metralhadora e meter bala no pé dele, estourando aquele merda. Cai no chão cansado, só que não tinha tempo de parar, pois o outro veio e deu um chute na minha costela que estava quebrada provavelmente, juro que vi o céu. Assim, peguei minha arma novamente e ele se jogou em mim, fazendo com que ela caísse no chão. Para minha sorte, eu tinha um canivete por precaução, então, quando ele veio enfiar a faca da sua perna em mim, meti o canivete no seu pescoço e girei, fazendo o sangue jorrar.

O outro que estourei o pé estava indo pegar a arma, então, peguei minha arma e corri segurando minha costela e apertando o corte no meu braço para parar o sangue. Quando cheguei, chutei a sua arma para longe. Ele pegou um pedaço de pau no chão e meteu na minha cabeça, minha visão ficou turva e pude sentir o sangue descendo nas minhas costas. Por fim, peguei a minha metralhadora de novo e meti umas 30 balas naquele puto do Sanca ou Tchatchala sei lá.

Olhei para os dois e senti o alívio me consumir, mas era um alívio seguido de dor, algo que eu nunca senti. Eu poderia desmaiar naquele momento, mas não sei como tirar forças para prosseguir o meu caminho até a casa e pedir ajuda a Arturo para salvar as meninas. Puta que pariu, Arturo vai ficar puto. Desse modo, respiro fundo e pego a camisa daqueles imbecis e rasgo enrolando nos meus cortes. Eu não sei o que está por vir, mas vou fazer de tudo para salvar elas, mesmo que eu perca minha vida no meio disso. 

Esses malditos vão pagar caro ou eu não me chamo Peter Black Plages.

THE LAST ONES STANDING - CONCLUÍDA - APOCALIPSE AUOnde histórias criam vida. Descubra agora