THE LAST ONES STANDING - CONCLUÍDA - APOCALIPSE AU

LOUISE

Nós estávamos esperando escondidos perto de umas árvores e pedras aguardando o som da bomba de Mary. A notícia da cura fez com que ficássemos perplexos, como assim uma cura?! Não posso me iludir. A concentração na missão era tão grande que nem conseguimos conversar muito sobre a suposta cura, mas era um consenso a urgência dela. Olhei para o lado e todos estavam focados e com suas armas nas mãos, por ser mais rápida eu estava com as bombas e iria colocá-las em duas das grandes paredes e Viktor nas outras duas. 

Por falar nele, algo mudou. Há dois meses ele tenta quebrar esse muro que eu construí entre nós dois, todos os dias sem exceções, mesmo eu pedindo por espaço e tempo. Dessa forma, ele faz coisas indiretamente, pequenas coisas, eu percebo o seu esforço, entretanto não posso cair nessa de novo, não depois de tudo. Vale ressaltar que algo muito interessante e peculiar aconteceu antes de sairmos hoje. Eu estava indo lá fora para colocar garrafas de água no carro quando pude ver pela janela antes mesmo de sair que Viktor e Peter estavam conversando. Nesse sentido, decidi tentar observar o diálogo dos dois pelo canto da porta. Sendo assim, acabei escutando, sem querer querendo, uma pequena frase de Viktor que ficou ressoando nos meus pensamentos o resto do dia até agora :

              "Vai doer muito, sendo que é ela que importa para mim..."

A frase foi seguida de um riso melancólico por parte do meu ex-namorado. O que ele quis dizer com isso? Sem entender muito bem, pois eles começaram a falar mais baixo, decidi me movimentar e encostar na porta na tentativa de entender o que eles tanto conversam, uma vez que obviamente era sobre mim. Porém, acabei demorando, pois Peter já estava saindo de lá e passando por mim pela porta.

Sem perceber, voltei minha visão para sua figura, a qual também me olhava,  eu odeio adorar olhar ele. Desse jeito, sinto uma onda de repressão me consumir à medida que o desejo por ele começa a aumentar, busquei tentar me lembrar do que me deixava mal e o motivo para não estar hoje com ele, por ele. De repente, Viktor morde seus lábios e passa a mão pelo seu rosto levemente, ele me dá uma última olhada e se vira tomando distância de mim. Aquele momento... Parecia que eu ia desmoronar.

O que eu mais peço é espaço e quando ele me olha e vira o rosto eu fico assim? Por favor alguém me dá forças para não correr atrás dele e puxar seu corpo para mim. Viktor, eu sei que eu digo que quero distância, mas você não tem noção do quanto dói te pedir isso. A verdade é que me machucou, traiu minha confiança e eu sempre te falei que nunca perdoei isso no passado e no presente não seria diferente. Todavia, o que mais me deixa irritada e confusa é que por momentos eu me vejo refletindo que ter você é o que mais me importa.

Eu sinto falta dele, eu sinto falta da gente, porque, porque... Eu amo esse menino. Eu odeio amar você, Viktor. Eu odeio te amar, pois eu não posso te ter. Se eu falasse que te perdoei seria mentira, não consigo esquecer que você planejou tudo, e mesmo sabendo que os planos mudaram no caminho, eu te dei chances para se explicar e elas foram jogadas fora, desperdiçadas. Mais do que ninguém você sabia como eu só te pedia honestidade e isso não teve. Então, eu não nego que te amo, eu te amo por inteiro, mas relacionamento não é só amor e por isso que me dói tanto ficar longe de ti.

Te ver hoje se virando para mim foi como levar um tiro no peito, na verdade talvez o tiro doeria menos. Eu sei que pedi isso, mas é impossível não odiar não ver mais seus olhos gritando que me amam, eu sei que é egoísta falar isso, mas era o desconforto mais confortável para mim. Não sei se te agradeço por me respeitar e fazer o mínimo ou se te xingo por desistir de mim e de nós.

Discretamente, observei Viktor, ele, assim como os outros, estava concentradíssimo.

"Então, Lou eu vou com você e Arturo vai com Viktor, depois que nós instalarmos, voltamos para cá e esperamos Mary chegar." Peter falou.