Forever,My - Klaus Mikaelson

8

Algumas semanas depois.

Klaus Mikaelson

Eu não tenho vontade nenhuma de sair na rua e encarar as pessoas.

Parece que tudo na minha vida virou olhares julgadores, e o impressionante é que nem eu sei porque, já que ninguém nesse mundo além de mim sabe sobre tudo que eu faço ou que eu digo.

Pode ser apenas coisa minha, um trauma psicológico, mas que incomoda, incomoda.

Estou em casa, resolvi tirar algumas semanas de folga, estive pensando em viajar para algum lugar, mas não tenho parceiro, Kol já disse que não vai, e Elijah está fora de cogitação, Finn está em outro continente, ou seja, estou sozinho.

— Nik, que carinha é essa? — Essa era a minha cunhada, ela está aqui em casa a alguns dias, parece que teve um problema no encanamento da casa e tinha um mofo se espalhando, ela até passou mal coitada.

— Estou pensando na minha vida inteiramente sem sentido!

— Não diga bobagens, a sua vida tem sentindo sim, você que não conseguiu encontra-lo ainda! — Sentou-se no sofá a minha frente.

— Sabe Hayley, eu tenho pensando em viajar por alguns dias, para outro país talvez, espairecer um pouco!

Ela cruzou as pernas e me olhou meio pensativa.

— Klaus, Elijah me falou sobre um trabalho que ele fechou na Espanha, e estava pensando em mandar dois representantes, posso falar com ele se você estiver disposto a ir!

— Sério? Você faria isso por mim?

— Claro que sim, e até posso conseguir que você fique uns dias a mais lá! — Sorriu.

— Você é a melhor cunhada desse mundo! — Ela ficou corada de vergonha.

— Para com isso! — Falou autoritária, eu comecei a rir da expressão envergonhada dela.

Meu irmão entrou na sala segurando o que parecia um pacote de batatinhas e uns tubos de gominha doce.

— Isso não faz bem a ninguém! — Falou entregando para a esposa.

— Mas me deu vontade de comer, e nem é sempre, para de ser chato! — Ela pegou tudo das mãos dele e começou a comer.

— Irmão, o que está pensado em fazer? — Ele sentou ao lado da esposa.

— Sobre isso, não seria uma boa ideia mandar o Klaus naquela viagem para a Espanha? — Hayley disse mastigando as batatinhas.

Elijah olhou para mim com os olhos cerrados meio duvidoso.

— Tem certeza Niklaus? Você aprova essa ideia irmão?

— Claro, estou pensando em viajar a um tempo, essa viagem a trabalho vai ser ótimo!

Hayley passou a mão no ombro do marido e piscou os olhos pedindo mentalmente por aquilo.

— Se tudo bem por você, vou aproveitar e mandar Caroline também, talvez seja bom pra ela sair um pouco daqui! — o sorriso da minha cunhada aumentou mais ainda.

— O que? Não precisa irmão, eu dou conta sozinho!

— Não,não. Ela vai com você! — Ela disse.

Revirei os olhos.

— Tudo bem então, já que eu não tenho escolha.

Os dois se entre olharam e sorriam, é óbvio que tinha alguma insinuação ali, mas eu sou adulto, e não vou dizer nada.

-🥀-

— Aproveitem, só não aproveitem demais!

Elijah me entregou a mochila ao dizer isso, seus lábios tinha um sorriso tão malicioso que eu até estranhei.

— Vai se fuder! — Falei mostrando o dedo do meio pra ele.

Minha mãe me deu um puxão de orelha por isso.

Caroline estava ao meu lado vermelha de vergonha, não demoramos para entrar no jatinho particular,sim, a minha família tem um jatinho particular, a aeronave logo levantou voou, e eu pude respirar aliviado longe de todos eles.

A loira sentou em uma das poltronas e fechou os olhos.

— Não me diga que você tem medo de avião? — Sentei de frente pra ela.

— Tá bom, eu não digo.

Dei uma gargalhada, meu senso de humor é quebrado.

— Quer alguma coisa? Um calmante? Acho que minha mãe colocou alguns na minha mochila se você quiser!

Ela abriu os olhos e me encarou.

— É impressionante como você se preocupa comigo, mesmo eu sendo uma idiota com você!

— Agora não é hora pra isso, você está assustada. Terá o momento exato para conversarmos sobre isso! — eu não queria admitir a verdade, não quero ter essa conversa.

— Não Klaus, eu quero conversar agora!

A voz da loira soou autoritária e até mesmo irritada.

— Aquele dia na minha casa, você me deixou parada no meio do corredor com uma interrogação enorme na minha testa, afinal de contas, o que rola entre a gente? — Seus olhos semicerraram.

Respirei fundo e engoli em seco.

— Quer saber a verdade? Eu quis bancar o durão com você, falei até pros meus irmãos que tentaria te conquistas, mas você não abre mão. Está sempre com essa pose de menina evoluída, mas não passa de uma covarde que não quer assumir os próprios sentimentos! — Falei de uma única vez.

Os olhos dela brilharam em lágrimas.

— Covarde? Você acha que eu sou covarde por ter medo de entregar meu coração a alguém e essa pessoa quebrar ele completamente? Eu já vi isso acontecer, vi como minha mãe sofreu pelo meu pai abandonar nós duas, já vi muitas amigas terem o coração partido e nunca voltarem ao normal. Então me desculpe pelo que você chama de "covardia", mas eu, eu chamo isso de receio, precaução.

— Caroline, você não pode viver com medo de ter seu coração quebrado por conta do relato de outra pessoa, a única maneira de sentir, é vivendo. E isso não quer dizer que o seu relacionamento vai dar errado, apenas porque o de outra pessoa deu, coloque na sua cabeça que a vida das pessoas é diferente. — Meu peito ardia.

Tenho certeza de que o piloto está ouvindo tudo da cabine, somos dois adultos gritando em um jatinho que acabou de sair do aeroporto, ele deve estar arrependido por isso.

— Klaus, eu tenho medo. Eu morro de medo, estar vulnerável dessa forma é assustador, estar com aquela pessoa, sentir que ela está te convencendo cada vez mais, que seu coração está se tornando dela, as coisas começando a sair do seu controle, é aterrorizante, e mesmo sendo uma pessoa romântica, que acredita no amor, eu não sei se ele é para mim.

Uma conversa que começou com o medo dela de aviões, terminou dessa forma, eu realmente posso esperar de tudo nessa nossa "aventura".

— Está bem Caroline, eu entendi o recado, não vou mais insistir em você.

-🥀-