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- 𝐌𝐀𝐈𝐓𝐄̂ 𝐎𝐍 -

Quando saimos da entrevista eu evitei ao máximo pensar no que tinha acabado de acontecer com Pedri, mas foi uma falha em certa.
Não teria sido um problema se meu pai não tivesse falado sobre isso desde o primeiro segundo em que entramos no carro.

Dessa vez foi eu quem apressei o meu pai, eu não queria ficar mais nem um segundo naquele lugar.

A entrevista foi entediante ao extremo. Perguntas longas, muitas e muitas fotos, respostas entediantes e que sinceramente? não eram nada que me interessava.

Mas teve um certo momento... em que eu havia parado de prestar atenção por alguns segundos e acabei escutando alguns bochichos sobre Pedri.

Não que eu me importasse, ele é um idiota.

Preferi ignorar, não escutei muito bem o que disseram, e mesmo se tivesse escutado, pouco me importa.

Não quero você e Pedri brigando no primeiro treino da seleção amanhã. - Disse meu pai.

Fala isso pro seu protegido. - Eu refutei, sendo sarcástica.

Ele não é meu "protegido". - Ele retrucou.

Ah é? Então porque defendeu ele lá dentro? - Eu disse.

Eu não o defendi, eu só queria te mostrar que ele é uma boa pessoa, vocês só não se deram tão bem. - Ele justificou.

Uma boa pessoa? É sério isso? Parece que você não percebeu que ele foi um idiota, convencido, sarcástico e abelhudo, isso sim. Se isso é ser uma boa pessoa, eu te indico rever os seus conceitos. - Eu retruquei indicando um ponto final naquele assunto.

• 𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑𝐀 𝐃𝐄 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 •

Já havíamos chegado no apartamento, confesso que a única coisa que eu queria naquele momento era a praia do outro lado da janela.

Mas meu cansaço me impedia de fazer qualquer coisa do tipo.

Eu estava deitada em minha cama, no meu novo quarto, onde eu com certeza passaria mais da metade do meu tempo depois dos longos dias, treinos entediantes e jogos cansativos.

Eu já estava me preparando psicologicamente para o dia de amanhã...

Primeiro treino da seleção, meu pai como técnico, homens suados e incompetentes correndo por um enorme campo, Pedri González...

Esquece esse cara, Maitê, por favor.

Desde a discussão a minha cabeça não parava, devia ser o meu extremo ódio por esse idiota. Eu só não entendia o porque de não parar de pensar nesse cara, ele é um aloprado incompetente que só deve querer saber de dinheiro.

Com o pouco que o conheci hoje, foi fácil deduzir o cara insuportável e arrogante que ele deve ser.
Me revolto ainda mais ao lembrar que terei que conviver com ele todos os dias.

Voltando ao assunto do meu pai, não trocamos uma palavra desde que entramos no apartamento, eu fui direto para o meu quarto e ele logo se deitou no sofá da sala.

Eu não queria ficar assim com meu pai, mas a forma com que ele defendeu Pedri me tirou a paciência imprescindivelmente, foi praticamente impossível não ficar com raiva. Meu orgulho me impedia de ir resolver as coisas com ele, e eu também não queria voltar naquele assunto.

Desde que chegamos aqui em Barcelona, nenhuma das nossas conversas acabaram numa boa, que eu me lembre.
E eu sei que precisamos resolver isso antes que se torne algo normal, mas agora, com aquele aloprado acabando com a minha paciência, eu sei que não será algo fácil.

Depois de tantas supresas, para mim o dia acaba aqui, o que me assusta (as vezes de uma forma estranhamente boa) é que nenhuma das minhas maiores hipóteses do que poderia acontecer aqui chegou perto do que de fato aconteceu...

𝐌𝐈𝐃𝐅𝐈𝐄𝐋𝐃 - PEDRI GONZÁLEZOnde histórias criam vida. Descubra agora