025.

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- 𝐌𝐀𝐈𝐓𝐄̂ 𝐎𝐍 -

⎯ Que treino rápido foi esse? ⎯ Perguntei, confusa.

⎯ Acho que estávamos tão cansados e fizemos com tanta má vontade que seu pai desistiu de nós. ⎯ Disse Ferran, nos fazendo rir.

Nos direcionamos para um pouco mais perto dos vestiários e prosseguimos a conversa.

⎯ Pensamos que seria uma boa te chamar para passar a tarde com a gente hoje. ⎯ Introduziu Gavira.

⎯ Certo... mas onde seria? ⎯ Eu disse, incerta.

⎯ Em minha humilde residência. ⎯ Brincou Ferran, convencido.

⎯ Que de humilde não tem nada. ⎯ Gavira retrucou, nos fazendo rir.

⎯ Posso tentar convencer meu pai. ⎯ Eu disse, interrompendo minha sincera risada.

⎯ Deixa de conversa, Schmütz! ⎯ Respondeu Ferran. ⎯ Dezenove ano nas costas, é uma recém adulta muito responsável.

⎯ Ainda estou sob seu teto, devo satisfações de qualquer forma. ⎯ Disse. ⎯ Mesmo que no fundo ele não se importe.

⎯ Ele se importa, só não demonstra o suficiente para você perceber. ⎯ Refutou Gavira.

⎯ É, talvez.

Odeio falar sobre esse assunto tanto quanto odeio González.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, até que tomei iniciativa e mudei de assunto rapidamente.

⎯ De qualquer forma, vocês sabem muito bem que não quero ter que lidar com nenhum problema ou desconforto pelo menos por hoje. ⎯ Refutei, olhando discretamente para González e Anna.

Discreto era o que eu queria que tivesse sido.

⎯ Ciúmes em outras palavras. ⎯ Afirmou Gavira.

⎯ Espera aí! Como assim? ⎯ Perguntou Ferran. ⎯ O que há com González e Anna?

⎯ Fica na sua! E esquece isso, Ferran. ⎯ Retruquei, irritada.

⎯ Desde a festa. Os dois estavam juntos e ela estava se mordendo de ciúmes. ⎯ Explicou.

Gavira eu te odeio por isso.

⎯ E ninguém me conta?! Que tipo de amigo é esse? ⎯ Disse Ferran, indignado.

⎯ Pensei que tinha percebido! Estava tão nítido! ⎯ Continuou Gavira.

⎯ Deus! Chega desse assunto! ⎯ Eu disse.

⎯ Eu vou indo. ⎯ Completei, expressando
indignação. ⎯ Vejo vocês mais tarde.

Eu e meu pai nos direcionamos ao carro e me mantive calada, até que ele introduziu:

⎯ O que há com González dessa vez? ⎯ Perguntou.

O que eu fiz para merecer tantas perguntas idiotas.

⎯ Nada. ⎯ Eu respondi.

⎯ Ciúmes, não é? ⎯ Continuou.

⎯ Não começa.

⎯ Maitê, me escuta.

⎯ Pai, não, por favor. Mais tarde conversamos.

⎯ Eu sou o seu pai, sabe que pode confiar em mim, não há necessidade de tanta repulsão.

⎯ Não vou repetir o que acabei de lhe dizer.

Logo me mantive calada e não trocamos mais uma sequer palavra durante o restante do caminho.

• 𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑𝐀 𝐃𝐄 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 •

Assim que chegamos ao apartamento me direcionei ao meu habitual lugar, o meu quarto.

⎯ O seu mais tarde tem hora marcada? ⎯ Perguntou.

⎯ Resolva tudo o que tem para resolver e ao almoço conversamos. ⎯ Eu disse.

⎯ Como quiser. ⎯ Respondeu.

É certo que esses momentos com meu pai me abalam, nossas discussões vem sido tão constantes que me pego frequentemente pensando: em que erramos para termos essa relação? Essa relação que ao mesmo tempo que consegue ser fria e ríspida, é uma relação de amor e companheirismo nítido.

Ao mesmo tempo que meu pai está sempre ao meu lado, me apoiando dos piores aos melhores momentos, essas discussões tem feito com que nos afastemos, de fato.

Cria uma dor, um rancor onde o fardo deveria ser leve.

-

Eu estava em minha zona habitual a um bom tempo, até então, eu me distraia deslumbrando a especiosidade da praia ao outro lado da janela.

Em uma questão de segundos, obtive minha atenção desviada por um breve toque em meu celular.

Número desconhecido...

Era o título da notificação responsável pelo breve toque.

𝐌𝐈𝐃𝐅𝐈𝐄𝐋𝐃 - PEDRI GONZÁLEZOnde histórias criam vida. Descubra agora