𝐌𝐈𝐃𝐅𝐈𝐄𝐋𝐃 - PEDRI GONZÁLEZ

024.

- 𝐌𝐀𝐈𝐓𝐄̂ 𝐎𝐍 -

Depois do trote, os garotos ainda teriam treino, já que em preparação para Copa não se pode brincar.

Então assim que chegamos no CT, os garotos foram todos em direção ao campo. E em sequência, fui ao meu habitual local na arquibancada.

Porém assim que adentro a área, me deparo com ela, a tal garota da festa, a mesma que havia passado uma boa parte da noite ao lado de Pedri.

No momento ela conversava com um dos jogadores, dentro do campo. Logo Gavira também se introduziu na conversa, e pude perceber o olhar dos três sobre mim.

Fingi não me importar com aquilo, e permaneci quieta, não há porque me intrometer em algo.

Assim que o apito foi dado, para indicar o início do treino, optei por me distrair de certa forma.

⎯ Com licença, posso me sentar aqui? ⎯ Ela disse, indicando o assento ao meu lado.

Ergui minha cabeça e fiz que sim.

⎯ Desculpa interromper sua música, um dos amigos do meu irmão implorou para que eu falasse com você. ⎯ Continuou.

⎯ Relaxa, sem problemas. ⎯ Eu disse, agora sorrindo. ⎯ Ahm... Amigo do seu irmão? ⎯ Perguntei, confusa.

⎯ Não sei ao certo o nome, mas se eu não me engano, é Pablo alguma coisa.

Eu ri, desacreditada.

⎯ Ah sim, Gavi. ⎯ Eu disse, sorrindo.

⎯ Isso. ⎯ Refutou, também sorrindo.

Ela não é como eu imaginava, ela é estranhamente gentil.

⎯ Então... O que faz aqui? ⎯ Continuou.

⎯ Estou acompanhando meu pai, Xavi. Nos mudamos para cá a alguns dias.

⎯ Filha do técnico? Gostei de você. ⎯ Ela disse sorrindo e conseguindo me tirar uma risada sincera.

⎯ E você? ⎯ Eu perguntei, de fato interessada.

⎯ Vim para acompanhar meu irmão, Pablo Torre. Aquele tonto ali do lado. ⎯ Respondeu, fazendo uma expressão de desgosto e indicando-o com a cabeça.

Eu sorri.

⎯ Vocês também moram por aqui? ⎯ Perguntei.

⎯ A pouco tempo atrás Pablo morava sozinho aqui, mas agora decidi me mudar para cá também, por pura pressão da minha mãe. ⎯ Respondeu.

⎯ Eu também vim contra a minha vontade, mas com o tempo, esse pensamento vem mudando. ⎯ Eu disse.

⎯ Pois é... Minha mãe fala que eu tenho que acompanhar meu irmão por aqui e seguir os mesmos rumos da fama como ele... atualmente sou modelo, mas meu sonho é cursar jornalismo esportivo.

⎯ Entendo.  ⎯ Eu respondi. ⎯ Eu e meu pai perdemos a minha mãe para o câncer, então isso tudo, foi uma luz no fim do túnel para ele, eu não podia deixar ele sozinho nessa, principalmente depois de tudo o que aconteceu.

⎯ Eu sinto muito! Eu imagino o quanto o apoio um do outro significa para vocês, ela devia ser uma mulher incrível.

E nesse momento eu senti a maior sinceridade do mundo vindo dela, eu senti que eu podia contar minha história sem medo, é uma sensação estranha e muito muito boa ao mesmo tempo, ainda mais vindo de uma pessoa completamente desconhecida.

⎯ É... ⎯ Eu disse, nostálgica, com a saudade apertando no peito e as lágrimas quase se derramando.

⎯ Deus! Desculpa! Eu não queria te fazer chorar. ⎯  Ela disse, evidentemente preocupada.

⎯ Relaxa. ⎯ Eu disse, rindo e limpando as únicas lágrimas que haviam sido derramadas. ⎯ Eu to acostumada a chorar pensando nela.

⎯ Entendo como se sente, perdi meu pai a alguns anos atrás.

⎯ Eu sinto muito...

⎯ Anna! ⎯ Gritou Pedri.

Anna... Esse era seu nome.

Ambos se abraçaram fortemente.

⎯ Então quer dizer que vocês já se conheceram. ⎯ Disse Pedri.

E eu sorri totalmente sem graça, respirando fundo.

⎯ Não sei se você se lembra, Maitê... mas ela é a garota que...

Não é possível, ele não teria coragem de dizer na frente dela que eu estava com ciúmes dos dois juntos na festa.

⎯ É irmã do Pablo Torre, pois é, ela me contou.

⎯ Sabe que não era isso que eu ia...

⎯ Fala tu, Maitê!

Obrigada, Ferran, Obrigada.

Na mesma hora Pedri me olhou seriamente, sem dúvidas com raiva da minha sorte, que nem eu mesma sabia que tinha.

⎯ Eu vou indo. ⎯ Eu disse, indo em direção a Ferran.

⎯ Não me falou seu nome. ⎯ Ela disse.

⎯ É Maitê, Maitê Schmütz. ⎯ Respondi.

⎯ Prazer Maitê!

⎯ Prazer Anna!

Fui correndo em direção a Ferran que agora, estava ao lado de Gavira.