Capitulo 10 - Cedendo

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Demétrius

Dois dias se passaram daquela noite insana no clube e em meu apartamento. Estava em meu consultório, em mais uma sessão com um de meus pacientes, e não conseguia me concentrar, de maneira alguma.

"Ela ainda não apareceu..."

Pensei, enquanto o paciente relatava alguma coisa sobre sua namorada, ou algo assim.

"Vou ligar pra ela, não aguento mais..."
"Não, não posso ligar!"
"Vou enviar uma mensagem, isso!"

Meus pensamentos estavam um turbilhão.

- Doutor?
- Ham?
- Não vai falar nada dessa vez? - O paciente me olhava curioso.
- Ham...sim...é...vamos fazer o seguinte: vou analisar a sua sessão de hoje com calma e na próxima conversamos, certo? - Cocei a cabeça.

O paciente assentiu e saiu de meu consultório, deixando-me com meus pensamentos.
Minha agenda continuava cheia, mas sem o nome dela, então sem suportar mais o que estava sentindo, peguei o celular.

Mensagem: Elisabeth, você faltou a dois dias de suas sessões. O que aconteceu?

Aguardei com ansiedade sua resposta mas nada aconteceu. Geralmente não ficava com o celular na mão esperando uma ligação ou mensagem de alguém como estava acontecendo com Elisabeth.

"Merda!"

Passaram-se mais de duas horas e nada de sua resposta. Havia atendido dois pacientes e ainda permanecia desconcentrado. Isso não era nada bom para minha vida profissional e consequentemente para a pessoal também.

- QUE MERDA, ELISABETH! - Gritei para mim mesmo, enquanto olhava para o celular.

Minhas mãos tremiam enquanto uma vontade louca de ir atrás dela, consumia minha alma.

- Deus, me ajude! Eu não posso fazer isso, não posso! - Passei a mão nos cabelos.

Andava de um lado a outro e o horário da próxima consulta se aproximava, quando num impulso decidi ligar para minha secretária e cancelar todas as minhas sessões do resto da tarde. Ela ficou sem entender nada sobre minha mudança repentina de humor, mas obedeceu sem questionar.
Quando o elevador abriu sua porta, saí a passos largos pelo saguão do prédio, indo em direção ao estacionamento quando minha secretária abordou-me.

- O senhor não retornará?
- Hoje não, preciso resolver um assunto urgente. - Falei apressadamente enquanto caminhava.

Já no subsolo, entrei em meu carro e joguei minha pasta no banco de trás, dando partida no automóvel quando meu telefone toca.

"É ela..."

Pensei comigo mesmo enquanto procurava desesperado por meu celular, dentro da pasta.
Quando o encontrei meu semblante mudou completamente.

- Oi, Alexa. - Cumprimentei desanimado.
- Oi, amor! Vamos nos encontrar essa noite? - Ela pergunta animada.
- Ham...eu...não vai dar, desculpe. Combinei umas aulas extras com alguns alunos. - Cocei a cabeça.

Não costumo mentir, não sou assim. Pelo menos até agora, depois que conheci o furacão.

- Poxa...- Ela desanima.
- Mas amanhã estarei livre, então te ligo para fazermos algo, pode ser?
- Está bem, vou te esperar com muita saudade!
- Eu...também.

Seduzindo Meu TerapeutaOnde histórias criam vida. Descubra agora