CASUAL SEX

twent seven.

DREW STARKEY
— point of view

Algumas horas antes.

Eu preciso comprar um presente pra Aurora. Mas não quero que seja qualquer presente como todos aqueles sapatos e bolsas que ela tem. Quero poder vê-la com algo que seja simbólico.

Algo que fique presente no seu dia a dia, que todas as vezes que ela olhar, se lembre de mim. Não, não vou dar a ela um cachorro. Apesar de saber que ela surtaria se ganhasse um.

Eu estou falando de algo como...

— UMA ALIANÇA!?!?!?!?!? — Peter esbraveja.

— Shhhh, fala baixo imbecil! Eu não quero que ninguém dessa empresa saiba. — fecho a porta e Peter deita sobre o pequeno sofá acolchoado.

— Eu acho que minhas pernas estão fraquejando preciso ficar um tempinho aqui deitado. — reviro meus olhos com tamanho drama vindo de um cara com quase 1,90 de altura.

— Quero que você venha me ajudar a comprar.

Ele abre os olhos no mesmo instante e parece não acreditar no que acabei de dizer. Na real, também não sei onde foi parar o meu senso quando resolvi escolher ele pra me ajudar com isso.

— Eu? — ele aponta. — Por que eu?

— Você é meu amigo faz anos e quando estive na merda você me ajudou. Então... nada mais justo.

Peter me encara por alguns segundos, claro que como advogado ele tem essa mania de pensar em justificativas pra qualquer situação. Mas tinha que ser agora?

— E então? — o encaro esperando pela resposta.

— É claro que eu aceito! — ele cai na gargalhada e acabo rindo junto até ele vir me abraçar de repente. — Sabe o que é pior nisso tudo? É que perdi o meu melhor soldado. Quem vai me acompanhar e curtir as festas mais doidas de Los Angeles comigo? Quem vai me carregar quando eu estiver caindo pelas beiradas? Então é esse o fim de uma era?

— Não seja dramático! — o empurro. — Ainda poderemos curtir as melhores festas mas com a Aurora ao meu lado. Certeza que ela vai topar.

— É, pode ser. — ele dá de ombros.

— Pegue suas coisas. Vamos na joalheria.

Saio da empresa e vou com Peter até a joalheria do shopping, conhecida por ter as joias mais bonitas e podemos dizer que as mais caras também.

Obviamente eu sei que se tratando da Aurora estamos falando de uma mulher extremamente consumista, que gosta de coisas de grife mas não impõe isso como regra já que ela mesmo diz que gosta das coisas simples também.

— Olá senhores, posso ajudar?

Uma mulher loira se aproxima assim que entramos na loja.

— Sim, bom... err... — ajeito a camisa sobre o corpo engasgado depois de ver o preço de um dos anéis na vitrine. Quem é o maluco que compraria um anel de quinze mil dólares?

— O que estão procurando? Pulseiras? Um colar?

— Um anel! — Peter se intromete. — Meu amigão aqui vai pedir uma mulher fantástica em casamento e adivinha só? — ele brinca com a atendente que ri diante de todo seu humor. — Ele me chamou pra ajudar! Tipo... Eu! O cara mais azarado no amor.

Peter começa a rir sozinho, deixando a mulher assustada e passo a me arrepender de ter feito o convite.

— Fica quietinho fica. — sussurro apertando seu ombro disfarçadamente e ele da um passo atrás. Deixando que eu me aproxime da bancada. — Eu estou procurando por alguns anéis de noivado.

— Já possui algo em mente?

Ela pergunta e pisco os olhos pausadamente por pensar em como sou burro. Como eu não pensei nisso? Como nunca perguntei quais tipos de anel Aurora gosta? Com pérola? Mais fino? Diamante?

Porra!

— Errr....

Coço a nuca tentando imaginar o que ela escolheria se estivesse no meu lugar mas é difícil pensar nisso quando seu melhor amigo começa a digitar alguns torpedos no celular com o volume no máximo.

— Foi mal cara.

Ele abre um sorriso amarelo assim que o encaro.

— Olha, eu não sei. Desculpe...

— Tudo bem, veja alguns modelos. — ela puxa uma gaveta embaixo da bancada e tira alguns pra que eu veja. — Esses são de diamante. Esses esmeralda... e temos esse aqui. — ela o coloca sobre o dedo e estica a mão em minha direção.

— Uau...

— Irmão, se você me mostra um desse até eu caso com você. — Peter diz fazendo a mulher rir de novo.

— Ele possui um modelo mais fino e delicado. Apenas com um ponto de luz azul efeito "sky"

— É esse que vou levar. — afirmo.

— Tem certeza? — ela questiona.

— Absoluta, qual o preço dele?

Ela vira a etiqueta na minha direção e preciso segurar na bancada para não cair sentado.

— 5 mil dólares. — Peter envolve o braço sobre meu pescoço. — Nada mal pra quem é podre de rico como você.

Retiro o cartão e a entrego. Em seguida ela o coloca em uma caixinha preta. Por alguns segundos o meu cérebro não consegue raciocinar que estou mesmo prestes a pedir a mulher que amo em casamento.

Saio da loja com a sacola em mãos e a escondo no carro. Não quero deixar indícios no apartamento. Aurora é observadora, ela vai achar.

— Quando vai fazer o pedido?

— Amanhã, no aniversário dela.

— Tem chances dela dizer não?

— Eu prefiro nem pensar nisso.

Conheço alguns amigos que levaram tocos mas eu? Eu nunca levei toco ou fui jogado pra escanteio, até conhecer a Aurora. Ela me fez baixar a guarda e esse ego que existia dentro de mim. Passei a entender que nem sempre o fácil é o melhor pra se buscar e que vale a pena sim lutar por quem amamos.

Deixei Peter em casa e fui para o meu apartamento. Daqui algumas horas eu enfim serei noivo da mulher mais gata de Los Angeles. Dá pra acreditar? O Drew de anos atrás jamais estaria pensando nisso.