Aqui estou, observando-a caminhar em minha direção, vestida com um deslumbrante vestido branco que se arrasta pelo chão. O decote e a cauda realçam sua elegância. Pequenas jóias pousam delicadamente sobre seus fios loiros, meio soltos, meio presos, em um penteado impecável. Os brincos de diamantes brilham sob a luz do salão magnificamente decorado. E aquele sorriso – falso – paira em seus lábios rosados.
Preciso contar minha história. Nossa história. Contar como tudo nos trouxe até este momento. Então vamos lá.
— Por que diabos eu deveria socializar com mais gente famosa? Eles são um bando de pé no saco — falei, tombando a cabeça para trás no sofá e fechando os olhos.
— Você é uma pessoa famosa.
— Sou diferente.
— Diferente? Taylor, você não pensaria duas vezes antes de derrubar qualquer um que entrasse em seu caminho, assim como eles. — Abri os olhos e olhei para Tom, sentado na poltrona à minha frente. Ele estava casualmente cruzando as pernas, mas sua postura era impecável. O paletó preto acentuava sua elegância, e os cabelos ruivos, perfeitamente penteados para trás com gel, realçavam seus olhos verdes penetrantes e as sardas que pontilhavam seu rosto. Ele estava certo, e eu sabia disso.
— Tenho um caráter diferente do deles.
— Certamente. Você também tem qualidades que eles não possuem. É astuta, determinada, não hesita em impor limites, e... tem um Oscar. — Meu sorriso irradiava orgulho. Ter um Oscar significava muito para mim. — Participar dessas festas pode ser benéfico se você quiser mais do que já conquistou. — Esse é o objetivo dos ricos: sempre querer mais. E eu não era exceção. — Viu quem apareceu na última festa? Foi o mesmo que te levou a estrelar três filmes que se tornaram um fenômeno em Hollywood: James McClain.
— Tem alguma informação? Sabe se alguém interessante vai aparecer? — perguntei, curiosa.
— Não tenho certeza, mas estou na expectativa de que o Connor apareça.
— Richard Connor? — Minhas sobrancelhas arquearam.
— Exatamente. — Ele era o produtor mais proeminente da atualidade. Suas produções faturavam milhões. Não vou fingir que não seria tentador ter meu nome associado a qualquer um de seus projetos, o que poderia levar a bilhões em receita.
— Me interessei — disse, esboçando um sorriso.
— E... Scarlett Johansson também estará lá — informou Tom, observando minha reação com atenção. Meu sorriso desapareceu instantaneamente.
— Me desinteressei — respondi, cruzando os braços e recostando-me.
— Qual é, S/n? — Tom suspirou, sua voz carregada de decepção e um toque de exasperação. — O que há de tão ruim nela?
— Não gosto dela — disse, firme, evitando os olhos dele.
— Você deveria reconsiderar — insistiu ele, inclinando-se para frente, os olhos verdes fixos nos meus. — Juntas, vocês poderiam abrir grandes portas, oportunidades que nem imagina.
— Nunca vou me juntar a ela. Nunca — declarei, enfática.
— Nunca diga nunca — Tom respondeu, e eu revirei os olhos.
— Você acha que devo gostar dela mesmo depois de ela ter me tirado dois filmes? — perguntei, incrédula.
— Que não lucraram nem metade do que você lucraria — rebateu ele.
— Tom, sabemos que ela é uma das atrizes mais bem pagas. Além disso, agora ela pode ser indicada ao Oscar — argumentei, irritada.
— Assim como você também pode ser novamente. Você sabe que está bem acima. Você é um sucesso, Taylor. Todos enlouquecem quando te veem. Ingressos do cinema esgotam por sua causa — ele insistiu. Dei de ombros, não desinteressada, mas ciente da verdade em suas palavras. — E você sabe que já fez coisas bem piores — acrescentou, lançando-me um olhar significativo. Eu não diria que espalhar um relacionamento ou outro para a mídia era ruim. Dei mais visibilidade a ela. Mais pessoas se interessaram nela quando souberam do relacionamento que teve com Ryan por um curto período. — Ela te assusta? — perguntou Tom, curioso.

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Sem Querer, Casadas
FanfictionPara que um casamento funcione, é essencial ter amor e convicção. No entanto, Scarlett Johansson e S/n Taylor não possuíam nenhuma dessas qualidades. Em vez disso, eram marcadas por uma aversão mútua. Seus encontros eram dominados por ressentimento...