Os Anjos digam Amém

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As semanas das festividades se seguiram assim, com a recuperação do casarão acontecendo conforme o clima permitia e os Uzumakis compreendendo que era tão verdade aquele namoro quanto foi há um ano.

Era um verdadeiro festival junino, com fogueiras, rodas de quadrilha, brincadeiras, música popular e uma pequena quermesse onde as comidas típicas feitas com os frutos da fazenda eram vendidas aos visitantes.

Três semanas e meia depois da reforma ter começado, as telhas reluziam da cor de barro recém-feito lá no alto. O teto estava tão bonito que Dona Mito costumava sentar do lado de fora só para admirar. Agora sim tem um telhado de respeito. E um sótão que aguenta sol e chuva. Após aquele serviço e de dois dias de descanso sem aparecer na fazenda, Sasuke agora perambulava pelo casarão realizando todas as pequenas reformas listadas por seu avô. E este vinha com mais frequência ao local para visitar a sua amiga e dar notícias de Itachi ao neto. Ele e a esposa Deidara conseguiram fazer com que a magia funcionasse.

Estavam bem grávidos, um motivo para muita felicidade dos Uchihas.

Naruto não retomara suas obrigações de chefe da empresa por causa das festas envolvendo toda a comunidade que trabalha na fazenda, mas não significava ter tempo disponível para estar com o seu namorado, pois era um dos netos à frente da organização.

E foi desafiador.

-Então, Naruto, onde está o cara? - essa pergunta e suas variações, em tom curioso, perseguiam-no aonde quer que fosse porque sempre havia alguém que não sabia quem era Sasuke. Ao descobrirem que aquele pedreiro não era mais um funcionário da empresa, mas o "cara que o patrão está pegando", ficavam desapontados ou faziam piadas. E Naruto terminava o dia chateado.

Kushina notou o comportamento cabisbaixo do filho em alguns momentos, indo contra o grande carinho e a animação sem fim que ele sente pelos dias de festival.

Pensava ser uma recaída da gripe, mas seu filho mostrava sinais de vigor corporal.

Então, chamou-o para um lanche na cozinha, onde era mais reservado, para saber se havia algo que ela poderia fazer por ele.

-Notei que está triste, querido.

-Só um pouco.

-O que houve?

-Vai pensar que é besteira.

-Me fala, querido, por favor.

-É que… quando todo mundo sabe que eu estou namorando Sasuke, fazem piadinhas ou demonstram tristeza, como se fosse algo errado namorar um pedreiro.

-Ah meu Deus. - ela rolou os olhos e serviu suco com biscoitos caseiros. - Pois fique sabendo de hoje, de agora. - bateu a unha na porcelana da xícara. - Eu, seu pai e mamãe aprovamos o namoro. Gostamos muito de Sasuke e não digo isso para lhe agradar. Você sabe que quando eu não gosto…

-Eu sei, mamãe.

-Pois é. Quem tem que gostar do seu namorado é você, em primeiro lugar, depois eu, seu pai, sua avó. Os outros são os outros. - Naruto gostou de ouvir isso.

-Sasuke conhece Karin, mãe.

-Que conversa!

-É e ela gosta dele.

-Viu? Karin gosta dele e Karin nunca gostou de nenhum namorado seu. - Naruto teve que concordar. Kushina colocou uma mão no ombro dele. É a primeira vez que vê seu filho realmente à vontade num relacionamento. Em todos os outros, notava algo constrangedor e desconfortável, mas não sabia o que era. Seus instintos maternos lhe diziam, mas ela dava espaço ao filho. Agora, com Sasuke, Naruto até anda de moto! - Metade dos nossos parentes só servem para compor foto. - deixou a xícara de lado para abraçar o filho. - Entenda, meu amor, que se esse namoro fosse ruim, eu era a primeira a ser contra. Sasuke é pobre, mas é trabalhador, tem caráter, é cuidadoso, nos respeita e te trata bem. Na minha opinião, tudo isso vale mais que qualquer conta bancária.

O Cara da QuintaOnde histórias criam vida. Descubra agora