Conversas, Diálogos

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Por ser sexta-feira, Naruto levou Sasuke da fisioterapia para o escritório da empresa de Seu Madara. Uma vez que não podia realizar as tarefas braçais - Madara contratou estagiários de temporada para substituí-lo até o médico confirmar sua recuperação total -, ajudava com o que podia, pois odiava ficar em casa fazendo nada. Como fez curso na adolescência, ele trabalhava nas plantas das obras - serviço que geralmente Madara ou Itachi fazem. Despediu-se de Naruto dando um beijo nele e mancou para dentro da casa, devagar, apoiando o peso na muleta.

Chegando em casa, Naruto foi surpreendido pela visita de Dona Mito, que o aguardava na sala de estar conversando com a governanta. Ficou muito feliz por vê-la. Ela queria notícias de Sasuke. Antes de ir ao apartamento do neto, esteve com Madara porque fazia dias que não o via. Os dois conversaram por horas e só não ficaram para almoçar porque o Uchiha idoso tinha uma reunião importante com fornecedores tão logo Sasuke chegasse da fisioterapia.

-Se continuar assim, não poderei me casar com Sasuke algum dia.

-Por quê, menino? - Mito espantou-se com o comentário feito num sorriso.

-Ora, pelo menos uma vez por semana a senhora se encontra com Seu Madara. Ele gosta muito da senhora e a senhora dele. Mais uns encontros e Sasuke e eu seremos primos. - estava organizando sua papelada para os compromissos da tarde. Queria adiantar o que pudesse para curtir o fim de semana.

-Ora, seu menino atrevido. - ela riu e meneou a cabeça negativamente.

-Estou mentindo, vó?

-Não. Nós nos gostamos, mas não nesse sentido. Meu coração pertenceu a um homem e o de Madara também. Era o mesmo homem e nós dois somos viúvos e fiéis a ele. - Naruto sorriu para ela. Adora ouvir a história de amor da sua avó porque é linda ao seu ver.

-Mas não acha que pode acontecer alguma coisa entre a senhora e ele?

-Não, meu querido. - ela riu sem se abalar. - Existem muitos anos desde que nos separamos definitivamente. Há muito a ser dito e a ser conversado. Nem se vivêssemos até os 200 anos, diríamos tudo o que queremos dizer. - Naruto entendeu. - E temos conversado muito sobre vocês. - olhou-o com sagacidade.

-Nós?

-Sim. Depois do coma, nós dois concordamos que vocês caminham por um bom rumo e o destino é quase certo.

-Destino? Vó, vó… o que é que está aprontando?

-Eu nada. - ela riu faceira. - Só estamos dizendo o que vemos. - Naruto corou de leve e negou. - Como pode dizer que não?

-Ah, vó, porque não é só assim. Eu e Sasuke nos damos bem, mas casamento não é como um namoro. É uma coisa muito mais séria. Principalmente para ele. - suspirou ao parar de revisar suas anotações para a reunião. - Se um dia Sasuke quiser casar, eu quero que seja pela vontade dele e não porque o pressionaram. 

Aquela alfinetada foi bem compreendida por Mito, que se encolheu na poltrona e desviou o olhar para a porta.

Bem na hora que a governanta chegou avisando do almoço.

-Desculpe, Naruto. Eu entendo o que quer dizer. Peço desculpas. - ela pediu depois que se arrumaram à mesa e começaram a se servir. - Não quero obrigá-lo a nada. É um desejo de uma velhota ver seu neto querido bem casado com alguém especial. Perdoe-me.

-Eu sei que a senhora sempre quis me ver casado, mas estou bem agora. - segurou a mão dela e sorriu com confiança. - Estou feliz. Posso cuidar de mim mesmo.

-É só uma preocupação de alguém de outro tempo. Não se incomode comigo. E peça a Sasuke desculpas por mim. Eu sei que o atormentei com a conversa sobre casamento.

O Cara da QuintaOnde histórias criam vida. Descubra agora