O Cara da Quinta

Ainda não é o Fim do Sonho

Após mais de dez dias de viagem sem nenhum percalço mais terrível do que uma ida rápida ao mecânico porque a moto de Suigetsu estava com um barulho suspeito, a outra metade da gangue chegou à cidade. A pedido de Naruto, no entanto, os dois recém-casados optaram por irem até a outra cidade para um último momento a sós - a saideira antes de retornarem à vida real. Naruto estava bem descansado, não teve cãibras e tomara corretamente os medicamentos, só assim conseguiu convencer ao seu marido para irem até a praça principal porque viu no Facebook que uma feira de cerâmica está acontecendo e ele quer muito comprar alguns itens para o escritório e a casa.

Apesar de os dois preferirem fazer algumas peças a serem usadas em casa da louça, certos itens estavam para além da habilidade oleira de Naruto e de Sasuke, seja porque não conhecem a técnica, seja porque não têm acesso ao material especial. Acamparam perto do mirante, onde há a entrada para a trilha que os dois percorrem de vez em quando - Sasuke em sua forma de lobo e Naruto como montador - e jantaram juntos no restaurante antes de se irem para a barraca. Por segurança e por estarem tão próximos de casa, a moto foi guardada na garagem do restaurante - Sasuke pagou a mais para o dono - e assim puderam acender uma fogueira e ficaram em banquinhos admirando a noite.

-Quantos filhos você quer ter, Sasuke?

-Quantos você quiser e puder. - depois de andar um pouco em forma de lobo pelos arredores, investigando se estava tudo seguro e não havia nenhum animal perigoso perambulando por aí, Sasuke sentou no chão entre as pernas de Naruto. Acomodou-as ao seu redor e suspirou.

-E se eu puder ter um time de futebol?

-Ainda bem que você é rico e eu sou safado por você. - Naruto gargalhou em bom tom antes de abraçar o marido e enchê-lo de beijos e afagar o peitoral por dentro da camisa. Mais beijos. Sasuke está usando o perfume de que mais gosta. - Quer fazer filho agora, meu patrão?

-Eu quero. - os dois se olharam e trocaram beijos cada vez mais demorados. Naruto arranhou o peitoral por dentro da camisa e deu um chupão no pescoço, uma marquinha vermelha ficou num lugar que pode ser facilmente escondido. - Ou é melhor a gente foder em casa?

-Não sei. Eu já te comi no mato antes? - Naruto pensou um pouco e negou. Não se lembra de terem feito isso. Viajaram diversas vezes para a floresta, praticaram uma ou outra brincadeira, mas nada que fosse até o fim. Sasuke temia machucar Naruto caso se empolgasse.

-Me come agora. Eu estou tão gostoso. Não quer me provar? - sorriu com fingida inocência quando Sasuke lambeu os lábios. O pedreiro ficou de pé primeiro e checou se tudo da barraca estava em ordem. Trocou a água das almofadas pela que mornou na fogueira, assim Naruto ficará bem. O loiro entrou engatinhando, com menos dificuldade porque já se acostumara com o movimento. - Sasuke, eu fico pelado ou você quer tirar a minha roupa? - era uma pergunta séria.

Antes que Sasuke respondesse, os dois ouviram um barulho estranho. Sasuke avisou que iria checar, de modo que deu a Naruto um alarme que apita bem alto porque pode ser um bandido ou um drogado, muito comum de aparecerem por aqueles lados porque costumam usar aquela trilha como rota de fuga. Naruto ficou sentado no banquinho por garantia, já que era mais fácil de se levantar do que se estivesse deitado dentro da barraca. Foi estranho estar sozinho no acampamento.

Geralmente, seu marido saía quando Naruto já estava em profundo sono. Ou quando se ocupava com a escrita da sua fanfic. Era sempre em algum momento que ficava com a cabeça distraída. Ouviu barulho de motor se aproximando. Um carro surgiu, indo da esquerda para a direita, bem devagar, descendo a rodovia. É o tal carro vermelho, o que fez Naruto segurar firme o alarme.

O carro sumiu, mas o som do motor não: pelo contrário, cessou de repente.

Naruto segurou com mais firmeza o alarme e se colocou de pé apoiado na bengala.