Conforme os dias iam se passando, todos ali percebiam e comentavam em segredo sobre o seu comportamento estranho. Seus colegas estavam preocupados, principalmente Sal. Ele sabia que havia algo de errado, e que você estava escondendo alguma coisa.
Enquanto você estava realmente vivendo dias de tormento. O medo tomava conta de seus pensamentos, tirando de você todas essas noites de sono, fazendo com que a cada dia que se passasse, você se sentisse ainda mais exausta. Além de não conseguir dormir, não comia direito, nem mesmo conseguia organizar seus pensamentos. Isso definitivamente estava acabando com você, com o seu psicológico.
Era ainda pior quando via o olhar tão preocupado de Sal sobre você, enquanto todos os dias ele insistia para que não voltasse para os apartamentos Addison. Ele estava com medo de que você fizesse alguma coisa…
Não sabia exatamente que horas eram, mas tinha noção que estava em algum momento da tarde. Sentada sobre o sofá, você segurava o papel grifado com um texto frente e verso. Você lia e relia as palavras que havia escrito ali, sentindo suas mãos tremerem a cada linha que seus olhos percorriam. Aos poucos o nó começava a se formar novamente em sua garganta, quase a deixando sem ar. Estava com tanto medo, não conseguia pensar em outras soluções, mas não queria que aquilo fosse sua única saída.
As coisas com o culto estavam se movimentando, você não tinha muito tempo. E ainda sim, sentia tanto medo. Não queria deixar tudo para trás, seus amigos, Sal. Seu filho…
Deixando com que um soluço rasgasse por sua garganta, você amassou o papel com raiva e angústia, atirando-o contra uma das paredes do cômodo. Sua respiração era quase falha, enquanto as lágrimas grossas desciam por suas bochechas incessantemente.
Sentia tanto medo…
Você havia carregado coisas demais para si mesma desde que entrara no culto. Coisas além do que achou que poderia carregar. Não conseguia pensar em mais nada, não conseguia pensar em soluções, não sozinha…
Se levantou andando de um lado para o outro, pensativa. Suas mãos soavam, sua cabeça começava a latejar como de costume nesses últimos dias. Podia sentir-se fraca como resultado da má alimentação e pouco descanso. Mas, isso não era o maior de seus problemas.
Ao redor, até mesmo as paredes pareciam vigiar cada um de seus passos, sussurrando através de suas costas. Estava sendo cada dia mais insuportável voltar para aquele lugar, sempre que pisava os pés ali aquela sensação ruim lhe invadia o peito, como se alguma coisa pudesse acontecer a qualquer momento.
Respirando fundo, você abriu a porta e saiu dali sem ao menos pensar direito. Estava tão perdida, sem rumo. Apenas guardando aquele pequeno detalhe para si, um detalhe que faria toda a diferença nessa "batalha" que estavam armando contra aquela seita. Sentia toda a responsabilidade esmagando suas costas, deixando-a sem forças cada vez mais.
Talvez pudesse falhar, mas ainda sim tentaria. Se não tivesse outra solução, sabia o que devia ser feito…
[...]
Todos os seus colegas estavam olhando para você, em mais uma de suas reuniões, todos em silêncio. Seu estado não era o dos melhores, e aquilo havia lhes trazido muita preocupação. As olheiras eram visíveis abaixo de seus olhos vermelhos por conta do choro recente, os cabelos bagunçados, o cansaço. Sal estava quase passando mal pela preocupação apenas em vê-la nesse estado.
— O que você está escondendo, s/n? — Larry perguntou, com o tom saindo mais sério. Todos olhavam para você, esperando alguma explicação.
Naquele momento, um pequeno arrependimento estava batendo. Seguindo qualquer caminho sem rumo, seus pensamentos desesperados te levaram até a casa deles, enquanto você dizia que havia um detalhe que precisava ser dito e feito.
Você permaneceu em silêncio, e mesmo todos estando muito apreensivos, respeitaram seu tempo, que não foi pouco. Você pensava e repensava sobre como iria abrir aquele assunto, sentindo suas mãos tremerem. Sentiu quando Sal cobriu suas mãos com as dele, olhando para você com os olhos azuis carregados de medo e preocupação.
Respirou fundo algumas vezes, abrindo a boca para então começar a explicar:
— Tem uma linha cronológica, que eu interrompi… — você disse, tentando não deixar com que a voz falhasse — Eu a interrompi quando evitei que o Larry, bem… — suspirou, não querendo dizer aquilo em voz alta. Todos ali apenas concordaram com a cabeça, como um sinal para que você continuasse a explicação — Tem uma etapa muito importante que deve ser cumprida no meio desse "plano". Não é apenas Sal que deve fazer todo o trabalho com a guitarra, em questão… Ele também precisa da ajuda do plano espiritual, alguém que esteja do outro lado… — explicou, sentindo suas mãos começarem a soar — Apenas essa pessoa consegue usar o que é a chamada "pedra da morte", para revelar a Sal o que está oculto, e ele consiga destruir as barreiras enfeitiçadas…
O cômodo pareceu cair em um completo silêncio. Todos se olhavam, agora mais apreensivos que nunca com aquela revelação. Notou Larry engolir o seco, estalando os dedos.
— Então eu… tenho que morrer? — o mais velho perguntou.
— Não necessariamente você… — você negou, respirando fundo — Eu… Pensei que talvez eu…
— Acho melhor você não dizer que estava pensando nisso… — Sal quem comentou, apertando sua mão com um pouco de força. Você notou como ele havia ficado tenso.
Você mal conseguia olhá-lo, já sabendo muito bem que dor os olhos deles poderiam estar carregando apenas de pensar na possibilidade de sua escolha.
— Isso é realmente necessário? — Todd perguntou, ele também parecia apreensivo.
— Sim — concordou — Não há como prosseguir sem concluir essa etapa…
Sentiu a movimentação de Sal logo ao seu lado, vendo-o ainda mais apreensivo, mas ainda sim ele não havia soltado sua mão. Você suspirou, acariciando a mão dele com o polegar, sentindo o peso daquela conversa te deixar cada vez mais angustiada.
Olhando para seus amigos, notou como todos pareciam tão apreensivos quanto você. Larry estava estático em seu lugar, batendo com os dedos na mesa de forma ansiosa e impaciente. Todd mordia a ponta da caneta enquanto olhava fixamente para suas anotações, podia ver os olhos dele se movimentando de forma incessante sobre as anotações ali.
Enquanto Ashley…
Ashley não carregava nenhuma expressão naquele momento. Estava neutra, como se sua mente estivesse vagando para longe daquela conversa. E de repente, os olhos dela pousaram sobre você, e notou a garota engolir o seco, enquanto seus olhos pareciam ter vacilado por um momento. Queria saber sobre o que ela estaria pensando naquele momento…
— Precisamos pensar em algo… — o Morrison disse, batendo com a caneta sobre o papel — Está quase tudo pronto! Tem como haver outra rota…
— Não estou certa sobre isso… — você suspirou, negando com a cabeça — E estamos ficando sem tempo…
— Nem pense em fazer alguma besteira — Larry quem disse, apontando diretamente para você — Deve haver outra saída, só… precisamos pensar melhor…
Você permaneceu em silêncio, deixando que por apenas naquele momento eles realmente acreditassem naquilo. Sabia que não havia outra alternativa, e nem mesmo conseguiriam pensar em outra em tão pouco tempo. E se esse fosse o caso, você sabia qual era o único caminho para acabar com isso tudo…
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.Oi oi vidocas, como estão?
Hoje é meu aniversário 🥺✨ 20 aninhos nas costas e completamente rendida por personagem de jogo 😩 hauqhwuwh
Era pra eu ter atualizado ontem, mas era o aniversário da minha mãe então resolvi passar esse tempinho com ela hauwhaus me perdoem a demora
Meu coraçãozinho dói de lembrar que faltam em torno de 5 capítulos e a fanfic chega ao fim 😭 depressão de mais
Enfim, eu espero que tenham gostado. Vou tentar atualizar até segunda feira e não atrasar muito dessa vez, hehe. Fiquem bem, amo vocês 💚✨
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Obscure Love ; Sally Face
Fanfiction[ Em andamento ] Mudar-se para os Apartamentos Addison não parecia uma idéia tão viável e boa para você no começo, ir para um lugar totalmente diferente, ter de enfrentar coisas novas, obstáculos novos, conhecer pessoas novas - pensar sobre tudo iss...