Você se encontra no meio do fim do mundo, um mundo para o qual você tem certeza de que não foi feito. Ainda assim, você tenta manter o ânimo e sobreviver por todos os meios possíveis. Até que um certo caipira empunhando uma besta entra em sua vida q...
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"Me ajudem!"
Ele abriu a porta de vidro com um chute, berrando a plenos pulmões. "Ajudem!
Com a visão ainda embaçada pela perda de consciência, você podia vê-lo, ouvi-lo. Se você pudesse tocá-lo, levantaria a mão para tocar sua bochecha, mas estava entorpecida. Seus braços estavam dormentes, especialmente o esquerdo. Foi quando você sentiu uma picada breve, de alguma forma afiada e maçante. Sentiu um formigamento descendo pelo seu braço, onde o sangue escorria. O gosto de moedas em sua língua era mais do que fraco agora, enchia sua boca.
"Vai ficar tudo bem."
Daryl…
Durante os breves momentos em que você pôde sentir, você não sentiu mais os braços dele. Seu corpo estava deitado na horizontal agora, em algum colchão irregular, em uma sala familiar. O saguão do hospital, onde você veio apenas uma semana atrás, com muito mais dor do que agora. De alguma forma, porém, você estava mais esgotada, mais frágil. Entre piscadas lentas e laboriosas, você viu um soldado, correndo em direção à saída, com a arma em punho. O outro o seguiu, carregando uma maleta branca.
Eles passaram correndo por você, virando a esquina. Você não podia mais ver Daryl, talvez ele fosse uma invenção de sua imaginação. Já aconteceu antes. Mas não, você o ouviu de novo, algumas palavras que se transformaram umas nas outras, criando uma sequência ininteligível, mas houve breves esclarecimentos.
"... Socorro... esposa... tiro... sangue..."
Um grunhido e o corpo dele caiu, um brilho azul da asa pintada em seu colete quando ele caiu no chão. Lá fora, o rebanho se aproximava. Você podia ver através da visão nublada, apenas através das janelas que se estendiam ao longo da parede. Além disso, você viu a porta, completamente entreaberta.
Levou toda a sua força para acordar completamente, para se levantar da maca. Tropeçando no corpo de Daryl, você empurrou a primeira porta, uma grande dor percorrendo seu braço esquerdo. Seu braço direito teria que fazer o levantamento pesado, então, quando chegou à outra porta, você simplesmente se jogou contra ela, seu lado direito empurrando com força quando um zumbi perdido colocou a mão entre as portas.
Um grunhido tenso escapou de seus lábios sangrentos enquanto você empurrava com toda a força do seu lado bom. Não foi o suficiente. O zumbi também empurrou. Com uma explosão de força, você deu um passo para trás para se lançar contra o vidro, a pressão fazendo o zumbi recuar alguns metros. Isso deu a você tempo para ir até uma mesa próxima e empurrá-la para a frente.
“Vamos… vamos…” você murmurou, mal conseguindo falar, mas sua frustração delirante foi o suficiente para provocá-la.
Você deslizou a mesa em direção à porta e, bem na hora, antes que o zumbi pudesse entrar, você a empurrou contra a porta. Isso era tudo o que você podia fazer.
