Meet Me Where The Light Meets The Dark - Tradução

Capítulo 10

Chay prosperou na terapia. Desconsiderando o fato de que o Dr. Amun estava sendo pago generosamente para ouvir Chay falar sobre seus sentimentos, ele adorava o quão validante ela era. Ele não precisava defender suas emoções para ela, não precisava planejar cuidadosamente suas próximas frases para que soassem como o que a outra pessoa queria ouvir. O Dr. Amun desafiou Chay a considerar seus pensamentos de um ângulo diferente e colocar suas emoções sob uma luz diferente.

Porsche não foi tão sem reservas durante as sessões de terapia de 45 minutos. Ele estava bem com tópicos de nível superficial, como empregos anteriores e questões financeiras, mas assim que a conversa mudou para a família ou seu trabalho atual, ele calou a boca. Tudo sobre os Theerapanyakuls foi mantido o mais vago possível porque o Dr. Amun não sabia sobre eles e o que eles faziam, o que tinha que continuar assim se Kinn continuasse pagando por seus serviços.

A Dra. Amun era especialista em aconselhamento familiar e obviamente conhecia o valor de suas habilidades; suas taxas eram muito mais altas do que a Porsche podia pagar, mesmo com o salário significativo que Kinn estava pagando a ele. Mas Kinn era da opinião de que, se Porsche e Chay iam ver um terapeuta, era melhor que fosse bom pra caralho, então ele prometeu a Porsche que pagaria por cada sessão, não importa quantas fossem. Era nessas horas que Chay ficava feliz por Porsche ter tido a perspicácia de se apaixonar por uma pessoa rica.

Os frequentes silêncios de Porsche não desanimavam o Dr. Amun. Ela rapidamente aprendeu a formular perguntas para que não parecessem tão profundas quanto realmente eram, enganando Porsche sorrateiramente para que ele desse informações que ele não teria oferecido de outra forma. Uma vez que ele percebeu, ele começou a reclamar sobre sua atitude pouco profissional e enganar os clientes. Isso não ofendeu nem um pouco o Dr. Amun. Na verdade, isso só parecia incentivá-la ainda mais.

Depois de uma primeira sessão um tanto difícil, a segunda transcorreu com muito mais facilidade. A fundação havia sido lançada. Ela sabia sobre sua família, suas histórias e sua situação atual. Eles agora podiam se concentrar no assunto em questão, a razão pela qual eles vieram em primeiro lugar. Porsche tornou-se cem vezes mais expressivo quando o Dr. Amun começou a perguntar sobre o vínculo entre ele e Chay. Foi com uma dor quase dolorosa que Chay percebeu o quão desesperado e disposto Porsche estava para consertar os problemas em seu relacionamento.

"Você já culpou Porchay pela maneira como teve que assumir o cargo de provedor e cuidador quando ainda era adolescente?" perguntou o Dr. Amun.

"Não!" Porsche reivindicou instantaneamente.

"Está tudo bem se você tiver", ela rebateu. "Lembre-se do que eu disse na semana passada: este é um espaço seguro. Você pode ser honesto. Se algo que você decidir compartilhar perturbar Chay ou vice-versa, vamos analisá-lo e trabalhar com ele. Então, você já culpou Chay?

Porsche encontrou os olhos de Chay com relutância, como se pedisse permissão para falar. Chay acenou com a cabeça, encorajando seu irmão a compartilhar seus sentimentos. Se a Porsche culpou Chay, era totalmente compreensível. Praticamente toda a sua adolescência foi tirada dele enquanto Chay viveu a dele em relativa normalidade.

"Nunca o culpei", insistiu Porsche. "Eu o amo de todo o coração e acho que sou protetora por natureza, então me tornar sua guardiã não me incomodou. É que... às vezes, quando eu era jovem, também queria que alguém cuidasse de mim da mesma forma que cuidei de Chay. Sempre fui eu quem protegia, mas nunca senti que isso me protegia."

"Não havia nenhum adulto em sua vida que checou vocês dois?"

Chay viu Porsche hesitar. Tio Arthee entrava e saía de casa sempre que queria, mas suas visitas não eram frequentes nem longas o suficiente para considerá-lo um adulto responsável com quem pudessem contar. Além disso, sempre que ele estava em casa, geralmente eram Porsche e Chay cuidando dele, e não o contrário. Além de Arthee, não havia ninguém. Porsche fez amizade com alguns caras mais velhos que conheceu enquanto lutava nos clubes underground, mas eles não eram o tipo de pessoa que se preocupava com seu próprio bem-estar, muito menos com o de outra pessoa.