7- Sol que aquece o coração

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"Espero que você não se importe
Espero que não se importe que eu expresse em palavras
Como a vida é maravilhosa com você nesse mundo"
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Era estranho poder caminhar de forma tão livre. Sem hora para voltar, sem julgamentos, sem alguém gritando para endireitar a postura, sem beliscões no braço. Tanto que quando se viu solto num enorme gramado, Jiang Cheng tirou os sapatos e começou a caminhar na grama, sentindo o orvalho molhar seus pés e a textura lhe fazer leves cócegas nas solas.

Lan XiChen havia se sentado sob uma árvore, a flauta dele em mãos, tocando de olhos fechados, dando total liberdade ao ômega que apenas caminhava provando do sol da manhã no rosto, do vento fresco e da liberdade de fazer o que bem entendesse. Ele ficou surpreso e sentiu o coração doer quando Jiang Cheng perguntou à ele o que podia fazer enquanto passeavam e Huan simplesmente respondeu:

_O que você bem entender. Não saindo da barreira lá embaixo, pois sua mãe pode o achar, você pode ir aonde quiser, fazer o que quiser, pelo tempo que quiser.

Cheng o olhou com um brilho magnífico no olhar e sem pensar, o puxou pela mão, o fazendo levar até o gramado à frente deles apenas para caminhar descalço enquanto Lan Zhan havia ido levar Wei Wuxian ao médico do clã.

O Jiang desceu pela trilha e foi em direção ao rio e parou diante de uma cachoeira sentindo as gotículas de água, que eram trazidas pelo vento, em seu rosto e percebeu que estava sozinho no lugar. XiChen não havia ido atrás dele e subiu novamente, o encontrando no mesmo lugar, ainda tocando de forma tranquila enquanto os passarinhos se juntavam à ele na melodia.

_Xichen?

_Sim? - perguntou ele parando de tocar e olhando o ômega.

_Poderia... Me fazer companhia?

_Estou fazendo.

_Na cachoeira.

_Pode ir até lá. É seguro. - Jiang Cheng o olhou de uma forma que fez XiChen colocar a flauta dele na manga e se colocar de pé. - Tudo bem.

XiChen apenas foi caminhando ao lado de Jiang Cheng sem falar nada, enquanto ele admirava tudo à sua volta.

_Você não era de sair muito certo?

_Apenas com minha mãe, mas eu não tinha liberdade de escolher onde meus pés iam. Ela sempre ditava onde ir.

_Eu aqui sou apenas sua companhia, como disse, pode ir onde quiser. E se você me permite, ela não era sua mãe... - o ômega o olhou franzindo o cenho - Mães de verdade não maltratam os filhos. Elas os protegem, dão amor, carinho, os consolam quando caem e os ajudam a se erguer. Caminham segurando suas mãos até que os filhos aprendam a caminhar sozinhos e depois os deixam ir livres, sendo o porto para onde sempre podem retornar... A sua mãe se chama Jiang Fengmian ele quem te deu a luz e pelo que Wei Wuxian me falou, ele é tudo isso que falei e um pouco mais.

Xichen se calou ao ver que Jiang Cheng estava chorando com o que ele disse e abriu a boca para pedir perdão mas se freou ao ver o outro abrir um sorriso enorme.

_Você descreveu bem o papai ou devo dizer, minha mãe. Eu sempre achei que jamais saberia o significado dessa palavra, pois a mulher que me criou é um monstro e você vem e me diz isso tudo... Obrigado.

_É tampinha. Precisou do monstrengo aqui para fazer você ver o óbvio. - brincou ele e foi empurrado com o ombro de leve por Jiang Cheng e riu. - Quer ir aonde agora?

_Me guie por lugares bonitos. Eu gosto.

XiChen se surpreendeu com o pedido e estendeu o braço um pouco hesitante, mas respirou aliviado quando o ômega o segurou e eles continuaram caminhando.

Segredos... (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora