Capítulo 4

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— Oi  meu amor — Nita diz com o sorriso mais cínico existente na face da Terra.

— O que você está fazendo aqui? — Sam se levanta colocando as mãos em sua mesa.

— Precisamos conversar. — Diz se sentando na cadeira à frente de Sam.

— Não temos nada pra conversar, agora se me dá licença, retire-se da minha casa agora. — Sam diz indo em direção à porta e abrindo para que sua ex mulher saísse.

— Por favor Sam, eu posso explicar — Diz Nita pedindo para que a mulher escutasse.

— Eu não quero saber, agora por favor, saia, se não eu mesma terei que fazer isso.

— Vá em frente, eu não vou sair.

Sam puxava Nita pelo braço e a leva em direção a saída, até que...

— Khum Sam, você está bem? Eu ouvi alguns gritos vindos de lá do se... — Mon para quando vê a mulher que Sam segurava.

— E quem é essa? É por isso que você não quis me escutar não é? Trouxe a primeira vadia que achou na rua para dentro da nossa casa, você já foi melhor Sam — Nita diz empurrando Sam se soltando e indo em direção à Mon.

— Olha aqui senhori- — Mon diz mas imediatamente é interrompida por Sam.

— Me escute bem você, eu não te devo satisfações de mais nada, eu não tenho que escutar nada de você, e não, não existe "nossa" casa, isso deixou de existir quando você decidiu jogar tudo para o alto como se não fosse nada e me trair. — Suspirou — E não interessa quem é ela, a única coisa que interessa é que ela não é nenhuma "vadia" e que ela está comigo agora e eu te garanto que ela é muito melhor que você, em tudo. — Sam diz se aproximando de Mon e colocando as mãos em suas costas enquanto cuspia as palavras na cara de sua ex-esposa.

Nita partiu para cima das duas mulheres com o objetivo de acertar Mon, mas foi impedida.

— O que essa vadia peçonhenta selvagem está fazendo aqui? — Kade diz segurando a mulher que gritava.

— Me solta! — Nita diz tentando se soltar dos braços de Kade.

— A Sam pode não ter tido coragem, mas eu tenho — a psicóloga diz antes de dar um generoso tapa no rosto da mulher que cambaleou para trás.

— Vocês vão se arrepender disso — Nita diz apontando o dedo na cara de todas ali antes de ser arrastada por Kade para fora da casa da amiga.

— Khum Sam, você está bem? — Mon diz para Sam que estava pálida e sentou a mulher no sofá — Eu vou pegar água pra você. — Disse indo em direção a cozinha.

Sam estava com a cabeça entre as mãos sentindo uma dor imensa em sua cabeça.

— Ei, aqui, beba — Mon entrega o copo de água para Sam.

— Me desculpa por ter falado para ela que estávamos juntas, eu estava nervosa e falei aquilo por impulso e...

— Tudo bem, eu sei como você fica em relação à isso e tá tudo bem, não pensa nisso agora, só bebe a água — acalma a mulher

— Voltei! Mas que mulherzinha insistente, eu não sei como você aguentou ela por tanto te... — Kade dizia entrando na sala mas para quando vê a amiga — Ei, você tá bem? — Sam assente — Então, você é a Mon? Muito prazer, Kade, ainda não fomos apresentadas devidamente — Diz se referindo a confusão momentos atrás.

— Prazer — diz a mais nova

— Vocês podem ir ao meu escritório para a consulta, eu preciso ficar sozinha agora, quando terminarem, estarei na biblioteca. — a CEO diz e vai para a biblioteca antes que as duas pudessem dizer qualquer coisa.

Kade e Mon seguiram até o escritório de Sam.

— Bom, vamos lá. — Diz sorrindo para a mais nova. — Você realmente não se lembra de nada? Nem da sua infância? Hobbies? Alguém de sua família? Nada?

— Não, eu não me lembro de nada mas venho tendo sonhos que mais me parecem lembranças, mas as pessoas que aparecem no sonho, são apenas borrões, eu não consigo vê-las.

— Já é um bom começo senhorita. — Sorri — Então vamos começar com você deitando ali — aponta para o sofá que havia ali — Eu preciso que você fique confortável, feche seus olhos e respire bem fundo.

Mon se deitou no sofá e fez o que a psicóloga pediu.

— Agora eu preciso que você se concentre em algo que queira lembrar ok? De alguém, de algo que gostasse, qualquer coisa.

Minutos se passaram mas conforme Mon tentava, parecia que estava mais distante de seu objetivo.

— Kade, eu não consigo — Diz tristonha se sentando.

— Você precisa estar unicamente concentrada nisso, está pensando e alguma outra coisa Mon? — Não respondeu — Ok, se estiver, tente esquecer e se concentrar somente nisso, tudo bem? — Assentiu e se deitou novamente.

Mas a cabeça de Mon estava em outro lugar, aliás, em outro alguém.

Enquanto isso, no outro cômodo da grande mansão, as palavras de Nita não saíam da cabeça de Sam.

Flashback on

— Como você pôde fazer isso? Você me prometeu que nunca ia me machucar. — lágrimas escorriam incessantemente no rosto de Sam vendo a esposa nua com um homem na cama do motel mais caro da cidade.

— Você não está nem aí, você vive enfiada naquela empresa, você acha que eu não sinto falta? Uma mulher como eu tem necessidades e alguém que só pensa em trabalho, infelizmente não sabe como suprir, eu sinto muito Sam, na verdade, não sinto não, agora por favor, vá embora — Nita disse se vitimizando.

Eu vou — disse secando as lágrimas — Mas eu não quero te ver nunca mais, nunca mais ouse pisar na minha casa, nunca mais sequer chegue perto de mim, nunca mais me ligue, eu nunca deveria ter largado nada por você.

— Tudo bem Sam, mas escute mais uma coisa, você nunca vai ser feliz.

Flashback off

Aquilo acabou totalmente com a vida de Sam, depois desse dia a mulher se encheu de trabalho e bebia garrafas e mais garrafas de whisky sozinha por dias, as vezes passava dias na empresa sem voltar para casa. Kade, Tee e Jim, preocupadas com a amiga, foram até a empresa e só assim Sam voltou para casa, as três foram as pessoas que tiraram ela do fundo do poço, por isso Kade reagiu daquela forma com a ex-esposa da amiga e as outras duas também a odiavam com todas as forças. Sam era muito grata a todas elas e estava se recuperando, mas parece que tudo foi por água a baixo quando viu aquela mulher em sua casa.

— Khum Sam? A Kade teve um problema e teve que ir...mais cedo — Mon diz entrando na biblioteca vendo a mulher com os olhos marejados — Ei, você tá bem? Quer que eu pegue uma água? Alguma coisa? — Diz preocupada

Sam nega com a cabeça.

— Bom, então eu vou indo. — Mon diz saindo da sala mas Sam segura sua mão.

— Será que você pode ficar aqui um pouco?

Mon assente e se senta ao lado da mulher.

— Eu posso te abraçar?

Mon abraçou a mulher que se entregou ao choro que segurava desde que viu a ex-esposa em sua casa. Frágil, vulnerável, era assim que Sam estava naquele momento, e tudo o que precisava era que alguém apenas ficasse ali sem precisar dizer nada, só precisava não se sentir sozinha.

Será mesmo que Sam nunca iria ser feliz?

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Até a próxima.

 The Love That Doesn't HurtOnde histórias criam vida. Descubra agora