Capítulo 22

200 23 18
                                    




- Gustavo, você tá maluco? Aqui não!

- Aqui não o quê? Não estou nem te encostando!

Maiara bufou e olhou para os lados.

                - Mas essas árvores tem olhos e ouvidos. A Alice, ela me fiscaliza o tempo inteiro e fica me interrogando, desconfiada de alguma coisa!

Gustavo soltou uma sonora gargalhada, ainda encostado no carro dela.

                - Era só o que me faltava! Alguns tem que enfrentar a sogra, eu tenho que enfrentar a amiga ciumenta! Deixa de ser trouxa, Maiara! Corta as asinhas dessa menina, senão ela vai mandar em você!

Ela olhou nervosa pra ele.

                - Gustavo, da minha vida cuido eu, tá? Licença, deixa eu entrar no meu carro.

                - Não, não deixo não. Não me deu a resposta se aceita meu convite.

Maiara franziu a testa, cruzou os braços e olhou pra ele.

                - Gustavo, eu nem tô arrumada pra jantar fora, olha aqui o jeito que eu tô!

                - Mas não é agora né, nem escureceu! É mais tarde, tipo nove da noite. Posso passar na sua casa?

Maiara refletiu. Disfarçou uma dúvida, quando na verdade estava louca pra aceitar o convite. Fechou os olhos rapidamente e tomou sua decisão.

                - Desde que não me leve em um pub irlandês... SAI, deixa eu entrar no carro!

Gustavo sorriu e deu dois passos para o lado, indicando com a mão que o caminho estava liberado. Maiara passou por ele, abriu a porta, entrou e largou-o plantado do lado de fora, olhando pra ela. Dirigiu pra casa com um sorriso nos lábios, que insistia em escapulir.

***

                Maiara se arrumou impecavelmente. Usava um macacão branco justo, demarcando as curvas de seu corpo. Ele possuía um decote atrás, que deixavam as costas dela completamente expostas. Um decote discreto, mas muito sexy na frente, deixavam os seios dela torneados. Usou um batom nude, escolheu uma clutch dourada e soltou os cabelos, deixando-os completamente soltos. Olhou no relógio. Eram 21:15 e nada de Gustavo. Quando acabou de pensar nisso, o interfone tocou. Era o porteiro avisando que o rapaz estava esperando-a lá na portaria. Maiara sentiu o típico frio na barriga, que só ele causava nela com aquela intensidade. Desceu o elevador ansiosa. Quando despontou na portaria, o viu parado na parte externa do prédio, de costas. Ele estava com uma calça jeans escura e uma camiseta polo bege. Olhou pra trás e arregalou os olhos, olhando para Maiara.

                - Wow! Pra que isso tudo, meu bem?

Maiara ficou chocada. Ele nunca tinha chamado-a assim. Jamais esperaria isso dele. Mas fingiu que não ouviu e sorriu.

                - Obrigada.

Gustavo deu passagem a ela, que desceu na frente dele. Quando se aproximaram do carro, ele levantou as mãos e disse:

                - Opa! Já sei que nada de abrir portas.

Maiara gargalhou.

                - Que bom que aprendeu rápido!

Ela entrou no carro dele. As lembranças do dia que saíram pra balada em Petrópolis vieram com toda força. Olhou para os lados e foi inevitável pensar naqueles bancos ensopados na hora do temporal. O cheiro era exatamente o mesmo de que ela se lembrava. Dessa vez, Gustavo não perguntou o que ela queria ouvir. O som do carro já estava tocando Stillness of Heart, do Lenny Krevitz. Sentado ao lado dela, ele deu uma olhada no fundo dos seus olhos, sorriu e piscou um olho. Maiara estremeceu com aquele olhar.

A aposta -  Adaptação maiotoOnde histórias criam vida. Descubra agora