Capítulo 15

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Russo

Por vezes sinto vontade de contar tudo a Carol, mas me faltam forças para revelar tamanha atrocidade! Eu não quero quebrar ela e trazer a tona uma ferida antiga que talvez já sarou, então a melhor forma para resolver isso será conversar com sua mãe! Marquei um encontro para falarmos disso.

- Meu filho! - minha mãe entra na minha casa de braços abertos e muito sorridente - depois três séculos vou conhecer sua querida namorada!

Sorrio forçado, meu pai entra a seguir e como sempre me cumprimenta friamente.

- Seja lá o que estejam a cozinhar, deve estar bom porque cheira bem! - minha mãe fala animada

- Espero que não demore! - meu pai fala sério e mal disposto, como quase sempre, mas hoje ele está se superando.

- Com todo respeito, pai, só me lembro de ter marcado com a mãe... - ele olha para mim bravo - não que sua presença não seja bem-vinda, mas se estiver incomodado não fará muita falta!

Meu relacionamento com meu pai é bom, mas sempre coloco ele no seu devido lugar! Para que seu veneno não me contamine.

- E onde está essa menina?! E por que estás todo sujo, e onde ela está para te ajudar?! - Meu pai pergunta aborrecido

- Desculpem a demora... - Carol rouba a atenção de todos enquanto descia as escadas - posso dizer que acertaram a educarem o vosso filho, ele é mesmo um completo cavaleiro!

Ela estava linda usando seu vestido preto que cobria suas pernas e deixava a mostra seus ombros que eu tanto queria morder, chupar... Reparo em seus movimentos e seu sorriso doce enquanto descia as escadas, nesse momento, para mim o mundo parara e só existia ela...

Caminho até ela e estico minha mão para la ajuda a descer - Estás linda... - e melhor de tudo, ela soltou o cabelo e fez uma maquiagem simples, mas mesmo sem, sei que continuaria linda! Ela pega minha mão com desconfiança e caminhamos até meus pais.

- Eu já me cruzei com essa menina algures! - meu pai comenta

- Eu nunca e ela é linda! Seja bem-vinda a nossa família querida - minha mãe abraça ela calorosamente.

- Melhor eu trocar de roupa - comento - vou deixar-vos sozinhos!

Não espero a resposta deles e me apresso em subir as escadas... pela primeira vez, posso dizer que me sinto nervoso, suando ao lado de uma mulher... será isso que chamam de paixão?

Carol

- Bom, Família! Não sei se vocês curtem muito da praia de frangos fritos, mas decidi fazer esse prato para provarem!

A mãe de Russo ri elegantemente - não faremos essa desfeita! Claro que vamos gostar! - ela tira um dos frangos da travessa com as mãos - adorei! - diz após mastigar uma parte do frango e engolir.

- Essa menina tem um linguajar bem afiado - o pai do Russo fala. Desde que me viu ele só faz esse tipo de comentários desagradáveis! Se ele soubesse que estou fazendo um grande favor em seu filho me agradeceria!

- Então, podemos comer?! - Russo surge invadindo o espaço com seu cheiro amadeirado do seu perfume masculino

- A mesa já está pronta! Então, não percamos tempo! - O pai do Russo fala, esse Sr. É mesmo irritante! Que droga!

Já na mesa, sentei próximo à Russo e sua mãe próximo a seu pai.

- De onde és Carol? - o pai do Russo pergunta curioso.

- Sou de Califórnia! - sinto que ele empalidece - Vivi lá até dois mil e quatro! - respondo um pouco incomodada, foram um dos anos mais difíceis da minha vida... tão que já não lembro!

- Ah, meu marido também passou uma temporada lá! No mesmo ano! - a mãe do Russo fala empolgada e seu marido fica nervoso até se engasga.

Sinto as mãos do Russo na minha perna e agradeço porque me conforta saber que não estou sozinha

- Nossa, em que lado? - pergunto curiosa e como um pouco da Pizza

- Já não lembro! E vamos falar de outra coisa, não gosto de lembrar da temporada que tive lá!

- Por quê meu amor? - sua esposa questiona - quando você voltou, tinhas dito que um rico decidiu comprar a fazendo do seu avô, e graças a isso hoje temos um império!

É muito estranho o Senhor Clark não querer lembrar de nada que aconteceu em Califórnia, la só tem coisas boas!

- Carol, por quê não fala um pouco do orfanato? - Russo diz na tentativa de diminuir a tensão que se alastrou pelo espaço

- Com muito gosto! Eu faço trabalhos de voluntários no orfanato...

- Qual?! Me mostra no fim de semana, podemos ir todos ajudar e fazemos um piquenique! - A mãe do Russo sugere e não sei por que mas gostei da ideia

Olho para Russo sorrindo, mas depois lembro que não me estou dando com ele e viro o rosto rapidamente. O que se passa comigo? Isso é tudo uma mentira! Não posso de jeito nenhum pensar na possibilidade de estar feliz vivendo tudo isso!

- Já vi você no escritório, aconselho a guardarem segredo, não quero escândalos! - o Senhor Clark comenta

Russo ergue minha mão e beija me pegando de surpresa - quando se trata do meu verdadeiro amor, não irei me privar de mostrar para todos o que estou sentindo

Sorrio forçado e reparo no rosto apaixonado e emocionado da Senhora Clark e no rosto do Senhor Clark de desaprovação. Lá vamos nós! O que mais me espera? Estou vendo que não será tão fácil assim saber lidar com toda família dele.

- Podes aproveitar e chamar a tua mãe nesse piquenique! - A senhora Clark fala

- Ela com certeza não vai negar! Sério! - respondo sorridente

(...)

Os pais do Russo já se despediram e até que o jantar foi agradável! Gostei bastante da recepção, só da Senhora Clark!

Pego meu celular para chamar um táxi, mas não demora muito tempo em minhas mãos - Qual é o teu problema? - questiono brava.

- Você não pensa voltar em casa há essas horas?! Me diga que estou errado! - ele fala bravo!

- Não só penso como vou voltar! - digo firme

- Depois desse jantar minha mãe vai controlar nossos passos e se souber que não dormiste aqui ela pode desconfiar! - justifica

Sem querer prolongar mais a conversa, pego meu telefone - vou dormir aqui, mas só por hoje! E você ficará no sofá!

- Ainda tem vinho... podemos beber um pouco enquanto assistimos a um filme... - ele sugere e já sei que essa proposta está carregada de segundas intenções. Sabe, não fugirei e nem nada!

- Okay, vou me trocar e já volto!

Já que passaremos muito tempo, juntos preciso me acostumar com sua presença! Não faremos nada e hoje será como uma prova de resistência, será que passarei?

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