Capítulo 8

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2004, Califórnia

- mamãe você vai sair de novo?
Eu brincava com meus cachos e os enrolava, mamãe não tem tempo de cuidar do meu cabelo.

- por que trabalha a noite?
Minha mãe quando se preparava detestava perguntas e quase nunca obtive resposta...

- Vem jantar filha!
Ela me chama e levanto pra comer. Hoje minha mãe estava linda e brilhante. Apesar de suas roupas serem muito curtas ela está linda

- tás muito linda mamãe! - a elogio e recebo de presente um beijo amoroso na minha bochecha

- Obrigada meu amor, vou sair agora, tá bom? - assinto - não abra a porta a ninguém! Ok?

Ela sempre dizia isso, e claro que nunca abria pra ninguém, sempre que ela sai eu fico sozinha...

- eu te amo mãe- falo e abraço ela forte. Ela beija muitas vezes meu cabelos e os cheira.

- eu amo mais...
Fico observando enquanto ela sai e aceno com a minha pequenina mão. Terminei de tomar a sopa,comi o pão e depois fui me deitar na cama.

Não demora a porta se destranca e vou correr pra cumprimentar minha mãe,mas paro quando noto que era um homem... Alto e elegante. Ele sorria pra mim.

- Quem é o senhor?
Pergunto quando ele fechava a porta e trancava

- Sua mãe pediu que eu viesse te controlar - ele se agacha e fica quase a minha altura - vai se comportar?

- Vou!!! - respondo animada porque pela primeira vez terei companhia

- Eu trouxe esse chocolate pra você, - ele me entrega e quando eu tentava pegar ele esconde atrás das costas - mas antes precisa tomar o remédio

Olho com atenção ao comprimido

- se você beber e me obedecer sua mãe chega mais cedo...
Pego comprimido e engulo. Depois me entrega um copo com água.

- Obrigada Senhor!

Ele se agacha sorrindo - vai dormir e depois não sentirá Nada...

- Não!!!! Não!!! - acordo ofegante, eu suava mais que um atleta. Olho em volta e noto que estou no quarto... Eu devo ter adormecido quando me deitei na cama!
Graças a Deus Russo não está aqui... Não queria que ele começasse a me fazer perguntas que eu mal sei a resposta.

Olho em volta e aproveito que ele não está pra sair e pedir um celular! Eu preciso sair dessa ilha urgentemente! Ele não me pode prender! Ninguém tem o direito!
Caminho até a porta, e recebo um murro da realidade porque está trancada.

- Espera... Respira... - falo pra mim mesma porque tremia... Eu estava prestes a ter um ataque de pânico.
Vou até a comoda do abajur, e tem lá um telefone de mesa!
Disco o número da Molly com esperanças que ela atenda...

- Merda! - não chamou porque o telefone é com fios, só funciona pra recepção.
"Amanhã eu volto" ouço um murmúrio e meu corpo treme, olho pra todos cantos e vejo que não tem ninguém. Suspiros.choros.gritos. eu ouvia tudo duma só vez e tapava os ouvidos pra ver se o som diminuísse,mas aumentava cada vez mais.

- Carol!
Quando Russo chama por mim, os sons que eu ouvia param... Eu sabia que essa viajem seria uma má ideia... Eu não sou normal...

- Eu entrei em pânico porque você me trancou aqui! - falo e limpo minhas lágrimas com a costa das mãos.

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