Filho da mãe!

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Depois de Alicia aparentemente se recuperar de toda a agitação,ela voltou pra lá,enquanto eu só observava meus amigos mesmo.

Mas mesmo eu relutando,Alan,vem me puxando pra dançar na roda que eles haviam feito,quando a música troca rapidamente para segura na corda do caranguejo e Vicente e Gabriel que tinham sumido da minha visão estavam vindo pulando pra corda enorme que se fazia,Vicente põe a mão a cima de minha cintura e todo mundo começa a dançar a música,confesso que foi muito divertido e eu estava rindo horrores,porque as pessoas já estavam caindo e a corda estava ficando toda bagunçada,além do nosso grupo tinha algumas outras pessoas que se juntaram conosco,foi bem legal,mas todo mundo saiu quase morrendo de tanto pular,pelo menos se não foi todo mundo,eu estava quase morrendo.

Me sento novamente na mesa,quando Gab e Vicente se sentam na mesa comigo.

— Vocês não se desgrudam né? – Pergunto os observando na minha frente.

— Não precisa ficar com ciúmes maninha. – Diz Gab e eu forço uma risada.

— Até parece né Gabriel. – Disse e ele fez cara triste pra mim o que me fez rir. — Afinal,como vocês se conheceram? – Pergunto encarando os dois.

— A gente era amigo virtual,mesmo morando relativamente perto,a gente nunca tinha se visto,aí depois de uns bons meses se falando,a gente decidiu se encontrar e aí a gente ficou bem mais próximo,depois eu convidei ele para a roda de samba da minha família e depois pra cá onde eu trabalho que algumas pessoas da minha família também trabalham,como por exemplo meu tio César que toca cavaquinho. – O panderista diz apontando pro homem de pele negra,atrás de mim,um pouco distante,ele usava um boné branco na cabeça,tinha uma barba bem alinhada e usava uma blusa oversized verde e um short de linho creme,ele falava com uma moça de tranças nagô,ela usava um vestido florido bem fluído e longo com uma fenda que combina com seu tom de pele,umas argolas douradas bem grandes,ela era linda e visualmente eles pareciam um casal e honestamente que casalzão.

— Eles parecem um casal. – Digo os olhando mais um pouco e vejo seu tio César sorrir,o sorriso praticamente idêntico ao de Vicente,percebe-se que esses sorrisos são de família.

— E eles são,minha tia Núbia e ele são casados a uns bons anos,acho que desde quando eu tinha 5 anos. – Diz e eu fico feliz,por não ter passado vergonha e insinuado um belo incesto.

— Caraca eles estão juntos a 13 anos, nossos pais tinham 18 anos de casado. –  meu irmão fala e eu me recordo bem, no décimo oitavo aniversário de casado dos nossos pais,eles foram fazer um cruzeiro,gastaram uma fortuna nesse passeio,meu pai deu esse passeio de presente pra minha mãe,mas meu pai pegou a minha mãe o traindo com o dono do cruzeiro,e assim os 18 anos de casamento,o dinheirão gasto nesse presente foram pro ralo e como eu tinha 16 na época e meu irmão 17 ja tínhamos direito de escolher com quem morar,então ficamos com o nosso pai, visitamos a nossa mãe raramente,assim como meu pai e ela se falam só por causa de nós,os filhos.

Não tenho raiva da minha mãe,mas odeio o que ela fez com o meu pai, nunca faria algo assim e depois do "incidente" nunca mais tocamos nesse assunto,mas ter que olhar pra cara do meu padrasto e saber da "história de amor" por trás me enoja,meu irmão odeia meu padrasto,acho que todos da família odiamos ele,mas ele não parece querer mudar essa nossa visão.

— Tinham?Eles se separaram? – Vicente pergunta se virando pra encarar o melhor amigo.

— É que a história é complicada... – Meu irmão diz me encarando e eu concordo.

— Basicamente,sim,eles se separaram, mas não foi uma separação tão legal assim,não que separação seja bom né,depende,mas enfim,rolou traição,é isso. – Disse e ele abriu e fechou a boca.

No ritmo do SambaOnde histórias criam vida. Descubra agora