Ace Of Hearts ᶜʰᶦˢʰᶦʸᵃ ˢʰᵘⁿᵗᵃʳᵒ

𝔉𝔩𝔞𝔰𝔥𝔢𝔰

Uma semana se passou dês daquele dia... eu e o meu gatinho já havíamos voltado a trabalhar.

Assim que chegamos no hospital o loiro foi chamado pra sala do meu tio e eu o acompanhei até lá, já que eu sabia exatamente o motivo dele ter sido chamado.

Assim que chegamos na sala estava meu tio e mais dois homens que eu já havia visto.

— ah, vocês chegaram — disse meu tio

— vocês? — um dos homens perguntou

— bom, é sempre bom ter uma psicóloga em uma reunião — disse meu tio

O homem estalou a língua e eu me segurei para não sorrir. O loiro se sentou em uma cadeira em frente a mesa do meu tio e eu me posicionei em pé ao lado da mesa.

— bom... vamos começar — disse meu tio — o senhor disse que houve um erro e que o senhor ao seu lado era quem deveria estar no lugar do doutor Shuntaro, estou correto? — meu tio perguntou

— sim, o doutor Shuntaro não merece estar nesse lugar devido a todos os seus pacientes no antigo hospital terem morrido — disse o homem

— bom... eu observei a fixa dele que o senhor me entregou — disse meu tio e ele me entregou a ficha e eu a observei de forma cuidadosa

Tinha coisas que realmente aconteceram, mas tinha outras que não fazem o menor sentido.

— bom... o senhor disse que todos os pacientes dele morreram, certo? — eu pergunto

— sim — disse o homem

— interessante... mas aqui diz: os pacientes do doutor Tatsuo foram condenados a morte devido à falta de orçamento da família do paciente — eu digo e olho pro homem que engoliu seco — se eu não me engano, até onde eu conheço ele é o doutor Chishiya Shuntaro, sem o Tatsuo no meio — eu digo

— você está mentindo — disse o segundo homem se irritando

— ora por que está se irritando? — eu digo debochada

— você está mentindo apenas para manter um inútil nesse lugar — gritou o homem

— vamos analisar as coisas... diretor Nakamura, quantos pacientes o doutor Shuntaro perdeu em todo esse tempo que ele esteve por aqui? — eu pergunto

— nenhum, além de sempre terem críticas extremamente positivas sobre ele — disse meu tio e os dois homens pareceram se irritar ainda mais

— sabe o que mais... eu conversei bastante com o doutor Shuntaro nesses tempos, já que passamos pela mesma situação, então eu sei muito bem do que ele fez ou deixou de fazer no seu antigo hospital — eu dizia e meu tio ficou em silêncio segurando um sorriso — além do mais... quem trouxe ele pra cá... Fui eu — eu digo e isso deixou os homens realmente furioso

— doutor Shuntaro, gostaria de falar algo sobre? — meu tio pergunta

— bom... creio que a senhorita Sakurai já disse tudo e mais um pouco — ele diz

— Eu te dei seu primeiro emprego no mundo da medicina — gritou o homem

— e eu agradeço por isso, pois se não fosse por isso eu não estaria onde estou agora — disse meu gatinho

— se estivesse realmente agradecido daria sua vaga para o senhor Tatsuo — disse o homem

— não, agora por favor nunca mais venham atrás de mim — disse o loiro

— creio que nossa reunião esteja encerrada, por favor não voltem mais aqui — disse meu tio

Os dois saíram furiosos e eu vi o loiro ficar aliviado, fui até ele e dei um beijo em sua bochecha e ele sorriu.

— obrigado — disse o loiro

— bom... agora é melhor vocês irem trabalhar — disse meu tio

Saímos de sua sala e o loiro entrelaçou nossos dedos e fomos andando juntos até onde ele iria pra se trocar.

— te vejo no almoço, Minha dona — disse o loiro

— te vejo no almoço, gatinho — eu disse

Demos um rápido selinho e ele foi se trocar e eu fui pra minha sala. Como sempre, meu gatinho me mandando uma foto dele de um jeito provocativo.

Esse meu gatinho consegue me tirar do sério... se não fosse por estarmos trabalhando em um hospital... eu com certeza faria ele sentir o que ele acaba me causando com essas fotos.

Atendi meus pacientes e quando deu meu horário de almoço eu senti uma dor de cabeça enorme e flashes de algumas coisas vieram na minha mente. Respirei fundo e fui caminhando lentamente até o refeitório.

Assim que cheguei eu vi meu gatinho lá me esperando. Peguei meu sanduíche de atum e um copo de suco para depois ir me sentar na mesma mesa que ele.

— você demorou — disse o loiro

— eu senti uma breve dor de cabeça, mas ela já passou — eu respondi

— mas você tá bem? — ele pergunta preocupado

— estou sim, gatinho — eu digo dando um leve sorriso

Comemos em silêncio e aqueles flashes não saiam da minha mente, era como se... eu estivesse recuperando memórias que eu não sabia que havia perdido.

Assim que terminamos de comer começamos a nos dirigir aos nossos locais de trabalho.

— minha dona... eu te amo — disse o loiro

— eu também te amo, gatinho — eu digo e ele sorriu

Demos um beijo antes de ir cada um pro seu lado. Eu estava ainda mais perturbada com os flashes e não conseguia tirar eles da minha cabeça... será que... aconteceu isso com o Arisu?