capítulo 7

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Quando caminhei pra o lugar onde ficava seu quarto no oitavo andar da ala feminina  pensei em como exercer meu autocontrole pra não ser grosseiro com uma mulher convalescente.

- Olá...

Ela disse assim que passei pela porta; Estava mais magra e parecia muito mais frágil do que o normal .

- Você queria me ver ...

Disse sentando .

- Obrigado por tudo e por ter salvado ela.

- Você não precisa agradecer por eu ter salvado minha filha .

- Mas você ao menos nem tinha certeza.

- Seu irmão foi bastante convincente .

- Por favor eu quero te contar tudo mas ...

- Era isso ? Eu não preciso ouvir , você teve a chance de me contar quando saiu do escritório naquele dia mas ao invés disso você fugiu.

- Eu tinha medo que você pudesse tirar ela de min.

- acredite  , é o que eu estou fazendo.

Seus olhos marejaram por um instante.

- Mas você não vai conseguir tão fácil.

Ela disse em tom sério.

- Ao que tudo indica é difícil mas não impossível.

- Ai está Harry,  eu me importo demais  com Daiana pra transformar isso num programa de TV e eu sei que você se importa também se não não teria salvo a vida dela.

- e...

- Por isso eu te chamei aqui, agora eu sei que não tenho porque ter medo de você todos estão do meu lado então você não pode jogar com seu dinheiro logo eu  não preciso fugir ou omitir a verdade dela . Seria legal pra Didi ter um pai , ela vai crescer e vai sentir a falta de um pai.

- O que quer dizer com isso?

- Quando  eu me livrar de tudo isso, vamos dar um jeito de colocar sua paternidade nos registros dela e no mais você pode participar comigo de toda criação.

- E porque ela deve morar com você e não comigo ?

- Porque eu sou a mãe!

- Você não é!

- sim eu sou, eu amamentei , cuidei de cada resfriado e na certidão de nascimento tem o meu nome então ou você aceita os termos ou é nada .

- você sabe que eu posso simplesmente fugir com ela em uma visita .

- você é conhecido demais pra fazer uma idiotice dessas e se você realmente  ama não faria algo assim porque sabe o quanto ela sentiria  minha falta.

- Você está falando como uma advogada.

- Afinal é o que eu sou, mas na verdade estou falando como uma mãe que reconhece as necessidades da sua filha e  não a trata como um peão.

- você está insinuando que eu faço isso?

- nunca disse isso.

- Então temos um acordo?

- Sim Harry,  agora me conte como está indo com ela?

- Não estamos indo muito bem, na maior parte do tempo ela está com os médicos e quando nos vemos ela procura por você.

- Talvez na próxima  vez que se encontrarem as coisas melhorem, tivemos um encontro produtivo ontem.

- você fala como se ela entendesse .

- Mas ela entende  e eu mal posso esperar pra voltar pra ela já que por hora eu não tenho mais casa.

- Seu pai alugou um apartamento a uns 20 minutos da minha casa.

- Sim, provavelmente eu devo ficar lá depois já que todas nossas coisas estão lá.

- O seu pai não vai ficar?

- Não ele não pode.

Aquilo sim era uma boa notícia.

- Compreendo , mas você tem funcionários?

- como uma babá ou empregada você diz?

- Sim.

- Eu nunca tive uma babá,  acredito que por hora uma enfermeira será suficiente pra ajudar Didi no dia a dia .

- Mas e você?

- acho que quando me derem alta não vou precisar de muita atenção especial .

- Porque não gosta de babás?

- Eu nunca disse que não gostava ...

- você nunca contratou...

- Bem quando erámos criança e morávamos em Munique cada um tinha uma babá  mas ela organizou um sequestro  e queria levar o Matt mas minha mãe a impediu e na ação acabou sendo atropelada pelos comparsas.

- Eles foram pegos?

- bem eu não  sei, erámos muito pequenos e eu só sei o que meu pai me contou anos mais tarde.

- A sua mãe não esclareceu?

- Na verdade a minha mãe morreu depois de ser atropelada,  ela estava grávida e acabou tendo uma hemorragia que os médicos não conseguiram conter.

- Nossa que história...

- pois bem , então eu nunca confiei o suficiente principalmente porque não sabia quem era a mãe biológica da Daiana e se alguém poderia estar atrás dela e ainda mais agora depois de ser sequestrada eu não confio em muita gente...

- justificável,  a policia já esteve aqui?

- Pra pegar meu depoimento? Sim...

- E você contou tudo a eles ?

- Bem , eu fiz o que eu pude .

No mesmo momento seu semblante mudou,  ela estava escondendo alguma coisa .

- você não acha que falar tudo ajudaria?

- Nem tudo precisa ser dito.

- tudo bem então.

Disse encerrando o assunto .

- Bem, já que estamos conversados eu estou indo...

Disse me levantando.

- Volte amanhã às 10:00.

- E pra que?

- Quero propor uma coisa...

Uma rota inesperadaOnde histórias criam vida. Descubra agora