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Mais tarde naquela semana, o ensaio foi finalizado, e demos algumas entrevistas pra coluna da campanha.

Eram relatos sobre nossa vida crescendo como crianças em nossos respectivos países, com nossa sexualidade em conflito, crenças e etc.

O projeto parecia ser bem extenso.

Eu não sabia o que Hyunjin iria falar, mas estava ansioso pra ver a entrevista pessoal dele.

A minha particularmente não tinha nada muito emocionante.
Minha infância foi morna, e as crenças eram as mesmas do meus pais, até eu ter consciência e começar a filtrar o que eu queria pra mim e pra minha vida.

Meu sonho de ser modelo se tornou verdadeiro quando eu vi um desfile da Versace no YouTube e depois de ver várias matérias de revistas.

Me apaixonei pelo andar das modelos, as roupas, o rosto, a postura... Tudo parecia tão elegante e refinado.
Sem falar que durante o meu processo de amadurecimento, muita gente da minha família não acreditava em mim e dizia que eu deveria ter no mínimo 1,80 e a pele mais clara, pois modelos asiáticos de pele bronzeada nunca eram procurados.

Eu decidi provar pra eles que estavam errados... E eu estava conseguindo provar isso, só me perguntava até quando.
Depois daquela conversa com Hwang, eu fiquei tão pensativo.

Queria o ajudar, mas não queria que respingasse em mim, e também não queria perder a ajuda do Sr. Choi.

Então eu estava arquitetando algo em minha cabeça, mas não imaginava que daria certo.

Eu decidi chamar Hwang pra ir a minha casa no final de semana, pois queria conversar com ele.

Ele disse que tinha coisas pra fazer, mas que iria passar por lá se desse.
E eu esperei.

Fiquei o sábado todo esperando por ele, mas nada... Foi quando as dez horas da noite, ele bateu na minha porta.

Estava bêbado.

Usava uma roupa toda preta. Uma camisa transparente por debaixo da jaqueta de couro, skinny jeans e botas Chelsea de couro preto.

O cabelo azul acinzentado estava levemente bagunçado e a maquiagem do olho, borrada.
As bochechas vermelhas entregavam o álcool no sangue, e a voz arrastada também.

Sem falar os olhos levemente caídos.
Mesmo assim ainda sorriu pra mim, e entrou, me abraçando.

"oi felix..."

Ele falou com uma voz contente, e então me soltou, indo pro sofá, ainda de sapatos.

Eu fechei a porta e o vi se jogar no sofá. Ele tinha a camisa debaixo meio aberta, e eu vi marcas em seu pescoço.

Pareciam mordidas.

-Hyunjin... Você está bem? Onde estava?

"ah... Não interessa... O que queria falar comigo, hum?"

Ele se ajeitou, me olhando com um sorrisinho estranho.
Eu me sentei perto dele, e senti o cheiro de perfume com álcool.

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