Certo alguém

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Quero te encontrar
Quero te amar
Você pra mim é tudo
Minha terra, meu céu, meu mar

POV LAUREN JAUREGUI

Observo a movimentação na avenida principal do Méier enquanto estou em um bar com Verônica e Henrique, que chegou recentemente. Enquanto o garoto saboreia um refrigerante, minha irmã e eu aproveitamos uma cerveja. O sol lá fora está escaldante, e só essa cervejinha ajuda a tornar o dia suportável.

— Quando você percebeu que gostava da mamãe? —questiona meu filho, olhando-me curiosamente, deixando-me confusa com essa pergunta aleatória.

— Foi no baile, quando a vi pela primeira vez. Fiquei completamente apaixonada por ela, é até engraçado, porque mal a tinha tocado naquela época! — Sorrio, recordando — Era impossível não notá-la, sua mãe irradiava charme, era a mais linda do baile! Sorrindo boba, declaro — Por que essa pergunta? — indago, curiosa, enquanto dou um gole na cerveja.

— Anda de amores, moleque? — minha irmã pergunta, envergonhando um pouco o garoto. — Conta logo o que rola! — ela comanda, insistindo para que ele se abra. — Tem uma garota lá na escola, a gente já ficou e tal, mas tô começando a achar que tô gostando dela, sei lá. — ele diz dando de ombros. — Fico preocupado só de pensar nela com algum cara metido, essa parada me deixa muito chateado também! — ele expressa sua indignação, balançando a cabeça.

— É, cara, tu tá na fase de ter umas paixonites mesmo, não tem nada de errado nisso! — comento, compreensiva, enquanto encaro o garoto. — Só não fica enrolando a garota, não brinca com os sentimentos dela. Se você curte mesmo ela, vai lá e conversa numa boa, entendeu? — questiono, e ele assente com a cabeça. — No máximo, ela pode te dar um fora, mas acho que você consegue lidar com isso de boa! — acrescento sinceramente, dando de ombros.

— Ela é única, mãe, não é como as meninas populares da escola. — ele comenta pensativo, e eu sorrio sempre que o ouço me chamar de mãe. — Ela é bolsista na escola, vem de uma família humilde e tudo mais. Sabe, ela é super inteligente, eu poderia ficar horas só ouvindo o que ela diz, fico todo bobo quando tô com ela! — ele acrescenta, e minha irmã solta uma risadinha.

— Tu tá mesmo é apaixonado, camarada! — Veronica diz rindo, bagunçando os cabelos do garoto, que fica vermelho. — Se ela te faz bem, não tem por que não se abrir e contar o que tu sente! — ela acrescenta.

— Quando é a pessoa certa, a gente sabe, a gente sente, filho! Tu tem esse sentimento por ela? Então não hesita em ir lá e falar! — eu digo com tranquilidade. — O medo sempre vai existir, mas é assim que funciona. Eu tô com tua mãe faz um tempão e ainda encaro situações com medo, é normal; não tem fórmula mágica pra seguir. Só lembra que se tu não agir, alguém pode passar na tua frente. Pensa nisso! — aconselho ao garoto, que escuta tudo com atenção. O primeiro amor realmente mexe com a gente de um jeito único, isso é certo; as inseguranças aparecem, o medo de estar indo rápido demais ou de a pessoa não sentir o mesmo, eu entendo tudo isso. No entanto, sempre preferi dizer o que estava sentindo ao invés de ficar guardando e depois me arrepender; se a gente vai se arrepender de algo, que seja por ter tentado, afinal.

POV HENRIQUE CABELLO

Minha mãe precisou sair, então decido ir até a casa da minha avó paterna, já que meu pai está lá e quer conversar comigo. No caminho todo, minha mente fica repleta dos meus sentimentos por Duda – essa garota é realmente incrível, acho que estou mesmo apaixonado. Ao entrar na casa da minha avó, só encontro meu pai, tranquilamente deitado no sofá, absorto em seu celular. Fico aliviado por ele não parecer drogado naquele momento e agradeço por isso. Quando ele me vê, um sorriso se forma em seu rosto, ele se ajeita no sofá e parece estar disposto a conversar. — E aí, meu filho, tava com saudade do teu pai? — ele pergunta animado, me abraçando com entusiasmo e dando leves tapas no meu ombro. — Tô tentando te contactar, mas você não responde, tô ficando sem entender! — ele diz, com uma expressão confusa.

— Minha mãe me confiscou o celular como castigo, então não tive chance de te mandar mensagens, e onde você tava? — pergunto com seriedade, encarando-o.

— Tava por aí, me divertindo com uma mulherzinha que conheci! — ele responde indiferente. — Pensei em você dormir aqui; aproveitar o tempo, já que não sei até quando vou ficar por aqui! — ele sugere.

— Não, não quero mais ter nada a ver com você, Roberto! — digo com firmeza, deixando-o perplexo. — Ao longo de toda a minha vida, você achou que podia entrar e sair dela quando bem entendesse; tô cansado dessa palhaçada. Finalmente entendi que as pessoas que sempre estiveram presentes por mim foram minha mãe e a Lauren, e é a elas que devo respeito. Você só mente e some e depois reaparece como se nada tivesse acontecido! — desabafo, sentindo-me exausto, e ele se levanta do sofá, visivelmente irritado.

— Tudo culpa da tua mãe vagabunda e da Maria, a tal macho que ela casou. Você é um idiota, Henrique, acreditando em toda essa merda que essas duas falam! — ele rosnou enfurecido, agarrando minha nuca com força. — Eu sempre estive aqui, garoto. Deixa de ser um marica e cresce, porra! — ele esbravejou, socando minhas costas e me fazendo gemer de dor. — Fica aí bancando o dramático como se eu tivesse te abandonado. Devia te dar uma surra pra você aprender! — ameaçou, apontando o dedo no meu rosto.

— Você é um completo imbecil, e eu tenho nojo de você! — retruquei, furioso, enfrentando-o. — Quero que vá pro inferno. Passou a época em que eu te defendia como um otário. Você é um escroto do caralho! — declarei com seriedade, e ele pareceu querer partir pra cima de mim. Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, saí da casa, deixando-o sozinho. Andei pelo bairro, furioso. Esse filho da puta maldito era um verdadeiro parasita, e eu não sei como perdi tanto tempo caindo nas mentiras dele. Espero que ele suma e nunca mais volte, porque sinceramente, não fará nenhuma falta. Minha mãe me mandou esperar na casa dos meus avós, dizendo que viria me buscar. Cheguei lá e encontrei a tia Soraya; revirei os olhos, sabendo que se ela e minha mãe se encontrassem, seria problema na certa.

— Não vai cumprimentar os mais velhos, rapazinho? — ela questionou com seriedade, e eu sequer me movi para interagir com ela. Minha avó olhava séria, balançando a cabeça. — A Camila deveria te ensinar mais educação! — ela soltou de forma cínica, o que me fez revirar os olhos.

— Ela me ensinou a ser educado, mas só com quem merece! — retruquei com sarcasmo, sentando-me no sofá e ignorando completamente sua presença. Minha tia franziu a testa, com uma expressão de desagrado, enquanto minha avó parecia animada em ter a visita da filha, algo que eu sabia que ela adorava.

Minha mãe nunca se deu bem com a irmã; tia Soraya vivia tentando se aproveitar da Lauren, algo que eu achava nojento, ela não tinha respeito algum. Ouvi a buzina, sinalizando que minha mãe tinha chegado, então me despedi dos meus avós e rapidamente fui para o carro. Vi minha tia parada na porta, acenando falsamente para a minha mãe, que não retribuiu o gesto. Mama arrancou com o carro, deixando a casa dos meus avós para trás, soltando um suspiro frustrado. — Essa víbora está aqui de novo; espero que não atrapalhe o meu caminho! — ela disse com raiva, e eu preferi ficar calado, não querendo me envolver nessa situação.


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N/A: capítulo curtinho só pra dizer que temos uma capa nova linda, feita pela incrível
5hkcclmj Obrigada minha leitora linda; amei demais essa capa. obrigado a vocês que acompanham e fazem meus dias mais felizes, até breve...

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