Perdição

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Entro em você mais do que já entrei em bares
Te amo aqui mas te amo em outros lugares
Louvre em Paris, me embriaguei, alguém me pare
Amor, senta firme, me faz favor, não pare

POV LAUREN JAUREGUI

Já faz uma semana que estou fora de casa. Oficialmente, saí do comando do tráfico e agora tudo está nas mãos de Verônica. É estranho não ter nada para fazer, me sinto bastante inquieta. Camila e eu só trocávamos mensagens relacionadas às crianças, mas confesso que estou morrendo de saudade da minha surtada. As crianças dizem que ela está sentindo muito a minha falta e que eu deveria voltar. Tenho receio de voltar e tudo continuar na mesma confusão. Espero que nesse tempo, ela tenha colocado seus pensamentos no lugar e decidido o que quer fazer com nosso casamento. No relógio, já passava das dez da noite. Resolvo ir até minha casa. Pego minhas coisas que estavam na casa da minha mãe e vou rumo à Vila Isabel. Estava decidida a tentar me acertar com Camila. Não aguentava mais dormir sozinha e não tê-la por perto. Quando chego, noto que um dos carros de Camila não estava lá, o que é estranho. Meus filhos estavam assistindo algo na TV.

— Até que enfim voltou para casa! — Henrique diz animado e vem ao meu encontro. — Você vai ficar, né? — pergunta curioso, e eu concordo. Beijo meus filhos e deixo minhas coisas no sofá.— Cadê a mãe de vocês? — pergunto curiosa, notando que a mulher não estava em casa.

— Ela saiu com a tia Dandara! Não faz muito tempo que ela saiu, estava toda bonitona! — Sofia diz, e fico chateada, imaginando o que diabos essa mulher foi fazer. — Parece que estava rolando alguma coisa na quadra principal daqui! — ela explicou e voltou a digitar no celular.

— Vou tomar banho e depois vou atrás dela, está louca se acha que vai sair assim! — falei irritada. — Comprem algo para comer, depois peguem dinheiro na minha carteira! — ordenei, e eles concordaram. Subi para a minha suíte, querendo me arrumar logo para ir atrás da minha mulher. Não vou deixá-la sair assim, provavelmente cheia de urubus por perto. Quando estou devidamente pronta, desço, deixo duas notas de cem reais para as crianças e saio apressada. Entro na minha BMW e vou em direção à quadra onde Camila está. Chegando na rua, já posso ouvir o som de algum funk ecoando alto. Obviamente, estacionei meu carro em um dos melhores lugares, onde também estava o carro de Camila. Desço do carro já tragando minha verdinha. Cumprimento alguns dos agora soldados de Verônica e varro meus olhos pelo lugar, tentando encontrar minha mulher. Camila estava dançando ao lado de Dandara. Minha mulher usava um conjunto de saia e cropped de cor clara, que ficava bem coladinho em seu corpo, deixando à mostra sua barriga malhada. Ela se movia com maestria, e sua beleza me deixava hipnotizada.

— Tá com essa carranca fechada por qual motivo? — minha irmã surge do além e fica ao meu lado. Pego a bebida que ela me oferece sentindo o gosto da vodka se misturando com o de maconha. — Não tinha visto a cunhada aí! — falou notando para onde eu olhava. De longe fico observando as mulheres. Vejo um homem com pinta de playboy se aproximando de Camila e oferencendo sua bebida para minha mulher e franzo a testa, querendo ver até onde ele iria. — Qual foi da onde saiu esse maluco? — minha irmã questiona e dou os ombros, certamente daqui que não é.

Termino de fumar e vou até eles em passos lentos. Quem me vê primeiro é Dandara e parece ficar desconfortável. O playboy tentava ficar de papinho com Camila que sempre afastava o homem de si. Assim que ela me vê seus olhos ficam arregalados e ela sorri sem graça. Cruzo os braços e fico de frente para o cara. — Posso saber por qual motivo tu tá cercando minha mulher? — pergunto firme e vejo ele se afastando da mulher.

— Foi mal chefe, não sabia que ela tava acompanhada. Vacilei! — falou com a voz falhando. — Vaza filho da puta, bora! — Veronica ordena apontando uma arma para o cara e saindo com ele e nossos soldados. Sabia que ela não iria fazer nada com o playba. — Não sabia que você estava aqui! — Camila diz e se aproxima, ela segurava uma lata de cerveja e me analisa de baixo para cima.

Lá vem elaOnde histórias criam vida. Descubra agora