Lá vem ela

Crise

Boa leitura e um beijo no coração 🫶🏼
🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟

Os autistas são como as borboletas, o processo da metamorfose
Seja lento ou acelerado,
não altera sua beleza
Eles não se restringem,
voam livres, leves e soltos
Sim, são diferentes dos outros,
possuem o seu próprio voo
Letícia Butterfield

POV CAMILA CABELLO

Cecília havia decidido dormir com seus irmãos, apesar de eu ter concordado relutantemente, desejando que eles construíssem laços. No entanto, meu coração de mãe ansiava por tê-la ao meu lado naquela noite. A menina tinha se dado bem com minha mãe e até fez minha sogra sorrir de admiração. Meu pai, claro, partiu após proferir algumas tolices.

— Não abaçar muito, Cecí, senão eu vou ficar blava! — explicou para os irmãos. — Mama noun chola — ela pediu fofamente, segurando meu rosto, e eu sorri, beijando sua testa. — Mama não vai chorar, tá bom? Se precisar de alguma coisa, peça para seus irmãos virem ao meu quarto! — disse com preocupação, e ela concordou. — Amo todos vocês! Não façam barulho até tarde! — avisei, e eles assentiram. Beijei os três e quase fui expulsa por Cecília, que estava ansiosa para assistir seu desenho.  — Olha só, já está me expulsando! — falei, surpresa, ao entrar no meu quarto, e Lauren riu.

— Deixa eles, eles precisam desfrutar desse momento de irmãos, e você é uma mama muito apegada! — disse de forma brincalhona, enquanto mostro o dedo do meio para ela. — Ela está bem ali, e você age como se estivesse em outro estado! — continuou com um tom divertido, suspirando em seguida.

— Ela é apenas um bebê, e se ela tiver medo, qual o problema? — questionei de forma séria enquanto me dirigia para vestir meu baby doll. — Não estou preparada para tanta independência! — brinquei, ouvindo seu riso. — Mas também é bom ter um tempinho a sós contigo! — acrescentei com um tom malicioso, retornando para a cama.

— Sexo? — Ela perguntou de uma maneira engraçada, fazendo-me rir. — Obrigada, filhos, por terem autonomia! — disse boba, agarrando minha cintura e beijando de forma apaixonada. — Caramba, você é a melhor! — Lauren disse ofegante depois de algumas rodadas de sexo. — Estou completamente relaxada até agora — disse com os olhos fechados enquanto estava enrolada em lençóis macios na cama. — Eu te amo muito. — acrescentei, boba, sentindo sua mão acariciar a minha.

— Te amo muito, amor — ela respondeu suavemente, e sorri. Tomei coragem para ir tomar banho, e Lauren me acompanhou. As costas dela exibiam as marcas das minhas unhas, e meu busto tinha alguns chupões, que eu esperava conseguir esconder depois. Sentia-me exausta, mas satisfeita.

— Mãe, Mama! — ouvimos batidas na porta e a voz de Henrique. — A Cecília está chorando muito, estou ficando preocupado! — o menino disse do outro lado, deixando eu e minha esposa em alerta. Saímos apressadas, devidamente vestidas, e abrimos a porta. — Ela dormiu bem, mas agora acordou e está chorando muito! — ele disse aflito, e saímos indo até o quarto de Sofia, onde eles dormiam.

— Dodói, Dodói! — a pequena disse desesperada, chorando alto. Num movimento rápido, ela saiu correndo, e eu fui atrás. — Filhaaa! — gritei, cansada, vendo-a entrar em seu quarto. Cecília andava de um lado para o outro e se beliscava. Fui até ela na tentativa de fazê-la parar, mas a menina acabou me machucando também. Peguei a pequena no colo, e ela batia sua cabeça em meu ombro. Seu choro ecoava alto, e ela não conseguia se comunicar. — Vai ficar tudo bem, a mama está aqui! — falei com a voz embargada, segurando sua cabecinha, e vi Lauren entrando no quarto. Ela caminhou até nós e manteve as pernas da menina imóveis, já que ela estava batendo nas coisas e podia se machucar.