Péssimo humor

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POV LAUREN JAUREGUI

Passou uma semana desde o incidente com Soraya, e a mulher desapareceu de nossas vidas. Ela partiu sem dar notícias aos meus sogros, levando inclusive uma quantia de dinheiro que dona Sônia guardava. Camila estava furiosa com a irmã e comunicou à sua mãe que não queria mais Soraya por perto, mas mesmo assim minha sogra a defendia apaixonadamente. Nos últimos tempos, minha mulher estava visivelmente irritada, explodindo por qualquer motivo; eu não entendia as mudanças abruptas de humor dela.
Henrique pediu permissão para sair com uma garota da escola por quem estava interessado, mas Camila não ficou nada feliz com a ideia e está furiosa.

— Você nem consegue manter seu quarto organizado e pensa que vou bancar suas saídas com essas garotas? — ela pergunta, indignada, com as mãos na cintura, encarando nosso filho que está sentado no sofá. — Henrique, use o bom senso, se você engravidar alguém, eu vou te estrangular, garoto! — diz, zangada, e eu nego com a cabeça. Quero ficar fora dessa discussão.

— Mãe, pelo amor de Deus, olha só o que você está dizendo! — ele protesta, olhando para mim com indignação, e eu fico em silêncio, não querendo me envolver. — Estou fazendo tudo direito e você só fica bloqueando as coisas, não faz sentido! — ele diz, insatisfeito.

— Concordo com ele, Camila. Nosso filho está agindo de forma responsável. Qual é o problema de ele sair com essa garota? — pergunto de forma descontraída, me intrometendo na conversa. — Ela parece ser legal, não vejo nenhum problema nisso! — acrescento, dando de ombros, e vejo a expressão de descontentamento de minha esposa.

— O problema é que para você está tudo bem, Lauren, eles podem fazer o que quiserem e você acha tudo ótimo! — ela diz, irritada, enquanto lava a louça. — Quando ele engravidar alguém, você que vai sustentar e arrumar um lugar para eles, porque eu não me responsabilizarei de forma alguma! — declara, séria, e eu reviro os olhos.

— Você está exagerando, dizendo coisas sem sentido. A gente mal se beijou... — Henrique se justifica, olhando para mim e balançando a cabeça negativamente. — Se é para me dar sermão, então não precisa me deixar sair, não estou mais interessado! — ele diz, chateado, e sai da cozinha. Minha mulher continua murmurando enquanto lava a louça.

— Eu realmente não entendo você. Se o garoto erra, você briga; se ele acerta, também briga. É difícil entender suas reações! — declaro, séria, enquanto limpo a mesa onde tínhamos tomado café.

— Vocês estão me deixando louca, só sabem reclamar no meu ouvido. Se fosse por você, eles fariam tudo e aí eu sou o monstro quando coloco limites, é só o que me faltava! — diz nervosa, limpando a pia. — Sofia está mais insolente do que nunca, logo estará nos desafiando de frente e você não faz nada, fica só parada aí, parecendo uma pessoa inerte! — diz acusatória e respiro fundo.

— Seu problema é que você não sabe resolver as coisas com calma, Camila. As soluções não funcionam quando são baseadas em ameaças, especialmente quando envolve nossos filhos! — declaro, séria. — Tente ouvi-los e compreender antes de despejar sua raiva neles. Já conversei com a Sofia e está tudo sob controle, pense antes de falar besteiras, estou cansando disso! — falo indignada, pegando minhas chaves para sair.

— Francamente, quando eu sumir, quero ver como vocês vão se virar, em algum momento vou sumir!! — ela diz e sai a passos largos. Decido ignorar a situação e saio para cuidar das minhas responsabilidades. Camila estava de péssimo humor ultimamente, e eu estava tentando evitar brigas por coisas insignificantes. Essa semana estava difícil até mesmo para os meus negócios. A polícia estava rondando e eu sabia que eles só queriam o pagamento de sempre para fingir que não estavam cientes das minhas atividades. Meu carregamento foi interceptado; portanto, o dinheiro que seria destinado à polícia foi afetado.

Lá vem elaOnde histórias criam vida. Descubra agora