Lá vem ela

Treinar

Cê tem uma cara de quem vai fuder minha vida
O seu olhar é um caminho sem saída
O seu corpo é um caminho sem saída

POV CAMILA CABELLO

Fiz o teste e tive a certeza de que não estou grávida. Minha menstruação acabou descendo, e só para ter certeza, fiz um exame de sangue, e agora tenho minhas respostas. Tenho noção de que fui injusta com Lauren, e isso não faz sentido algum. Não tinha motivo para cobrar uma reação dela quando nem mesmo estou grávida. Lauren saiu cedo, e já passa das onze, ela ainda não voltou, o que me deixa preocupada. — Cadê a mãe? Ela ainda não apareceu? — Henrique questiona, preocupado, descendo as escadas. — Ela não respondeu nenhuma das mensagens que enviei para ela! — ele diz, mostrando sua inquietação.

— Ainda não voltou, filho, mas tia Verônica disse que ela está a caminho de casa. Pode ir dormir, amanhã você conversa com ela! — digo, abraçando o garoto e deixando um beijo em sua cabeça. — Boa noite, amor, te amo! — falo com carinho, e ele responde dizendo que também me ama, deixando um beijo em minha testa. Observo meu filho subindo para o segundo andar e vou até a cozinha para preparar um chá de camomila. A casa está quase em completo silêncio, com exceção da TV da sala que está ligada, mas fora isso, não há nenhum barulho. Assim que termino de beber meu chá e deixo a xícara na mesa de centro, ouço o barulho da porta sendo aberta e vejo Lauren entrar.

— Por onde você andava? — questiono curiosa ao ver a mulher retirando os sapatos e deixando-os em um móvel ao lado da porta. — Te mandei mensagem e liguei, você não respondeu nada! — falo, mantendo a calma, enquanto ela se senta no sofá. Seus olhos estão vermelhos, provavelmente devido ao uso de maconha.

— Tava resolvendo uns perrengues na rua, não tive tempo pra nada hoje! Tem comida? Tô com uma larica! — declara, esticando-se. — Tem sim! Você usou algo além da maconha? — questiono preocupada, e ela me encara. — Só bebida e maconha, você sabe que não uso nada além disso, poxa! — fala tranquila, indo em direção à cozinha. Sua aparência demonstra cansaço, o que me deixa intrigada.

— O que você estava resolvendo que não deu as caras hoje? — questiono curiosa, observando a mulher se servir. — As crianças tiveram que pedir um carro de aplicativo porque você não avisou que não iria buscá-los! — comento, me sentando ao seu lado.

— Resolvi muitas coisas hoje e não tive tempo para mais nada! — comenta séria e dá a primeira garfada na comida. Observo a forma apressada com que ela come, provavelmente nem almoçou direito. — Um dos meus caras passou por apuros, e eu tive que correr atrás das paradas para ajudar a família dele, foi um desespero total! — comenta tranquila, voltando a comer. — Estou pensando em fazer algo e vou precisar que você vá para Angra com as crianças! — ela declara séria, me deixando confusa.

— O que você vai fazer? Não temos mais idade para correr riscos, Lauren; pense nos nossos filhos, por favor! — imploro, começando a ficar nervosa.

— É justamente porque estou pensando em vocês que vou fazer isso! — declara séria, encarando-me firmemente. — Não vou fazer nada que coloque vocês em risco, Camila, fique tranquila! — afirma, retornando a comer e, em seguida, terminando o jantar. — Me explica as coisas direito, por favor, não pode simplesmente começar a contar e parar! — digo impaciente.

— Quando for a hora, vou explicar tudo, só fique ciente de que talvez vocês precisem ir para nossa casa em Angra, é isso! — diz tranquila, terminando de limpar o que sujou. — Não fique com essa cara de preocupada! — diz brincalhona, aproximando-se de mim. — Você surtou por causa do teste, e eu não fiquei brava com você! — comenta abraçando meu corpo, sinto sua respiração no meu pescoço.