Capítulo 9: Consequências

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** Esse capítulo contém algumas descrições de violência física, sexual e crise de ansiedade **     
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             Ponto de vista do Harry

Um mês.  Esse é o tempo que faz que eu me senti vivo pela primeira e última vez. 

Um mês desde o dia que eu adormeci nos braços do homem mais incrível que eu já conheci.  Um mês desde que ele confessou estar apaixonado por mim.  Um mês desde que eu fugi.

Naquela madrugada, eu me senti tão livre, livre como eu jamais fui. Livre para ser eu mesmo, a cada toque do Louis sobre eu corpo eu me sentia alguém que eu poderia ter sido, alguém que adormece em algum lugar dentro de mim.

Em contrapartida,  eu estranhamente, também me senti absolutamente pertencente. Pertencente à ele. Cada uma das minhas células se curvaram ao seu toque.

Eu estava irredutivelmente, apaixonado pelo Louis.

Então fugi.

Quando, no meio da madrugada, eu acordei de um cochilo, ele dormia sereno como o anjo que é, com os seus braços envoltos em mim, eu então fui atingido pela realidade.

Eu havia cometido um erro terrível.

Jamais deveria ter deixado isso acontecer, jamais deveria ter chegado a esse ponto. Eu poderia ter me apaixonado por ele? Sim. Mas eu jamais deveria ter permitido que ele se apaixonasse por mim.

Egoísta.

Desde a primeira vez em que coloquei meus olhos sobre aquela doce criatura, eu fiquei a mercê de seus lindos olhos azuis. Não pensei direito. Apenas deixei acontecer. E esse foi meu maior ato de egoísmo,  me deixar levar pelos meus sentimentos e esquecer completamente de quem eu sou , esquecer que nem em um milhão de anos, serei merecedor de alguém como Louis Tomlinson.

Foi nesse instante que eu me levantei,  com o máximo de esforço para não acordá-lo, e corri.

O dia já amanhecia quando eu me aproximava do apartamento de Niall.  Eu precisava de alguém  naquele momento.

Meu amigo me recebeu sem titubear. E alí,  deitado no seu sofá com a cabeça apoiada em seu colo,  eu chorei.

Deixei cada lágrima que engoli durante anos, escorrer por todo meu rosto. Eu chorei por mim,  chorei pelo Harry de 15 anos que sonhava com a beleza da vida, (mas aquele garotinho não existe mais), chorei pelo Harry de 17, que conheceu tão cedo a maldade crua do mundo.  E chorei pelo Harry que viverá por anos a fio, isento do direito de algum dia, ser amado.

Niall permaneceu ao meu lado durante todo tempo.  Paciente durante meu choro,  meu silêncio e finalmente, quando consegui falar,  me ouviu cuidadosamente, contar o que havia acontecido.

Quando o dia já se fazia tarde, meu amigo ainda permanecia a meu lado. Niall sabia quando eu precisava apenas da sua silenciosa companhia,  e sabia quando eu precisava ouvir sua voz.

Ele me entende,  claro que entende. Ele sabe quem sou hoje. Contudo, enxerga uma luz no fim do percurso, que eu, não consigo ver. Ele sempre otimista.
Já eu, completamente sem esperanças.

Indefeso L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora