Ꮺㅤ࣪ 01: DEPOIS DA ADRENALINA 🔦

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Ꮺㅤ࣪ㅤ🔦 𝗔𝗗𝗥𝗘𝗡𝗔𝙇𝙄𝙉𝘼 ٬ㅤ

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01. DEPOIS DA ADRENALINA

 DEPOIS DA ADRENALINA

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Santa Bárbara. CALIFÓRNIA
DEZEMBRO de 2036, 4:23 PM

Aria podia sentir em cada extremidade do seu corpo uma dor insuportável, seu peito arfava, suas mãos tremiam e a pele sobre seus ossos ardia. Inspirar e expirar fazia seus pulmões pesarem e sua boca comprimir, em uma vã tentativa de sentir menos. Era incrível como dez minutos atrás ela não sentia nada, mas agora, depois da adrenalina, parecia que todas as dores do mundo haviam se juntado em seu corpo, para penaliza-la por cada ato seu.

A garota segurava um pano sobre seu olho esquerdo, que antes branco, agora estava tingido de seu sangue vermelho. Ela mal enxergava, mal respirava, mal conseguia se manter sentada. Com cuidado, tomou coragem para olhar em volta, o ônibus estava cheio de pessoas feridas, todas falavam alto e tentavam ajudar umas às outras. O motorista, Chris, tinha aquele olhar desesperado, acelerava o máximo que podia, sem se importar se chamaria atenção de infectados passando daquela forma pela cidade. Ninguém se importava, só queriam estar vivos ao fim do dia, queriam chegar aos muros e finalmente encontrarem suas famílias, eles precisavam sobreviver.

Com a mão livre, se apoiou na janela, apenas via casas abandonadas, queimadas, quebradas, prédios velhos e vegetação invadindo as ruas. Aria não acreditava em nenhum deus ou religião, mas orava baixinho para chegar com vida em Dorne, orava para qualquer coisa que pudesse escutá-la naquele momento, acima de tudo orava para que suas feridas não fossem tão profundas quanto pareciam.

A cada solavanco do ônibus, sentia suas pernas fraquejarem e seu corpo pedir por um descanso, seria tão fácil apenas fechar os olhos e deixar a dor ir embora, seria fácil escorar a cabeça no banco e esquecer de tudo, entretanto, toda vez que pensava isso o rosto de sua irmã lhe vinha à mente, Rissa estava esperando por ela, sua irmã mais nova precisava dela. O caminho mais fácil às vezes se torna o mais difícil, desistir não era uma opção, morrer não era uma opção.

Seu olhar finalmente pode alcançar de longe os muros de Dorne, grandes, fortes e imponentes, um alívio lhe correu pela espinha, Aria temia que sua consciência não aguentasse muito mais, mas agora já estava em casa. Em casa, sua mente repetiu, se lembrando da primeira vez que chegou perto dos muros, magra, machucada e fraca, com Rissa em seus braços, sentiu tanto medo naquela época, medo das pessoas, da comida e da gentileza, medo da sensação de se sentir segura, medo disso fazê-la fraca. Ah, pequena Aria, era um gatinho de rua arrisco, com medo até de viver.

ADRENALINA, ellie williamsOnde histórias criam vida. Descubra agora