Dance Of The Cygnets

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Alois se sentou de frente para Ciel na lanchonete. "Desculpa, eu bebi ontem e estou indo no banheiro toda hora." Ele riu com o comentário.

"Está tudo bem." Ciel forçou um sorriso.

Alois mexeu um pouco seu café. "E de quanto você precisa para sair de casa do velho rico?"

"Ele não é velho. Nem tem trinta anos!" Ciel riu. "E... Talvez de uns... Mil dólares de depósito."

Alois se surpreendeu. "Isso é muito dinheiro."

"É, mas eles devolvem depois de seis meses." Ciel tentou se tranquilizar. "Só não sei como arranjar esse dinheiro."

"Por que não pede para seu amigo rico?" Alois sugeriu. "Com uma casa daquelas, mil dólares deve ser um trocado para ele."

"Eu não posso pedir nada. Ele já está me deixando morar lá. Por mais que eu fosse devolver o dinheiro." Ciel não conseguiria pedir mais nada a Sebastian. Ele queria resolver isso sozinho e em breve.

"E o que ele faz da vida para ser tão rico? Ele é um filhinho de papai? Odeio esses caras." O loiro reclamou.

"Err..." Ciel não sabia se poderia dizer que ele era escritor. Alois não poderia nem sonhar que ele era Richard K. Stephenson. "Eu não sei ao certo." Ele mentiu.

Alois coçou sua cabeça. "Que estranho... Esses caras ricos são os piores mesmo! Aposto que ele fica cheio de empregadas gostosas lá." Ele odiava pessoas ricas. Desde sua infância ele tinha que trabalhar ou estudar para conseguir o que queria. Já essas pessoas tinham tudo o que poderiam imaginar.

"Não... Sebastian não é assim." Ciel sorriu.

"Está bem..." Alois olhou pela janela. "Olha, está começando a chover!"

Ciel também olhou pela janela. Era impressionante. E ainda não era a época certa para um temporal daqueles. "Incrível!"

"Vamos para a minha kitnet?" Alois sugeriu. "Vai ficar muito frio aqui fora."

"Mas nós estamos dentro de um restaurante. Isso parece só uma desculpa para me levar para cama." Ciel bufou.

"Parece que eu fui desmascarado! Infelizmente, não posso pagar com dinheiro, assim como seu amigo rico." Alois brincou.

***

Sebastian tomava seu café, fazendo carinho em sua gata, como de costume. Ele suspirou. O dia anterior não tinha sido o mais fácil de todos. Norman apareceu apenas para reclamar da presença constante de Ciel, dizer que já era hora de colocá-lo para fora.

Não era saudável se sentir dividido entre o namorado e o amigo. Sebastian sabia disso, não era a primeira vez que passava por isso, e bater o pé para dizer que a casa era sua apenas pioraria a situação e não provaria nada.

Norman poderia ser levado por mais algum tempo em 'banho-maria'. E Sebastian não se sentia bem em pedir para Ciel deixar sua casa. O garoto era tão pobre que ele sentia pena. Ele acabaria indo parar na rua com aquele salário ínfimo.

Céleste pulou de seu colo, encarando a porta com ansiedade. De repente, ela arqueou suas costas e levantou seu rabo. Sebastian não precisava ouvir para saber que ela estava silvando.

"O que foi, Céleste?" Sebastian a encarou. Ele não poderia negar que se sentia um pouco assustado. Poderia estar acontecendo qualquer coisa do lado de fora da sua casa, e ele jamais saberia. Não sem ouvir.

Ele se levantou vagarosamente, caminhando até a cozinha em passos lentos, com medo de fazer barulho e alertar sua presença. Ele fazia sinais para chamar a gata, mas ela mal prestava atenção. Apenas continuava encarando a porta, pronta para atacar.

I Just Want to Hear YouOnde histórias criam vida. Descubra agora