La Campanella

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Ciel acordou um pouco mais tarde. Seu celular tinha despertado como sempre, mas, como foi dormir mais tarde, resolveu ativar a opção soneca. Dessa forma, tinha pouco tempo para treinar piano.

Sebastian estava sentado à mesa, tomando café enquanto beliscava algum tipo de comida que estava em sua frente. Para Ciel, parecia algo como um pão doce. Stela estava deitada embaixo da cadeira dele, e Orion em seu colo.

'Os gatos realmente o amam.' Ciel pensou. Talvez fosse algum hormônio que ele exalava e atraía os felinos.

"Bom dia, Mestre Phantomhive." Tanaka cumprimentou.

Ciel demorou algum tempo para encontrá-lo, mas ele estava na cozinha, guardando compras ajoelhado. "Bom dia, Tanaka."

Tanaka colocou mais café na caneca de Sebastian.

O escritor apenas assentiu.

Ciel não sabia como deveria falar com Sebastian. Ele queria que tudo estivesse normal, mas sabia que não estava.

"Quer que eu faça chá?" Tanaka se ofereceu. "Também tem um muffin de chocolate e um de queijo."

"Pode ser. E o de chocolate, por favor." Ciel uniu toda sua coragem e foi se sentar de frente para Sebastian.

Tanaka começou a esquentar a água.

"Então, né... Hoje eu me atrasei um pouco." Ciel riu sem graça, tentando puxar conversa.

Sebastian só levantou o olhar no fim da fala dele. "Hm."

"Mas eu posso treinar mais quando chegar do trabalho." O jovem sabia que aquela conversa não era nem um pouco interessante.

Sebastian assentiu, voltando seu olhar para o gato em seu colo.

Tanaka serviu o muffin para Ciel. "Esforce-se." O senhor disse com um sorriso.

Ciel concordou. "Ei, Sebastian." Ele esperou algum tempo até o escritor voltar a prestar atenção nele. "Sinto muito pelo que eu disse ontem. Eu não sabia quem eles eram, e pensei que..."

"Eu sei." Sebastian o interrompeu. "E não quero mais falar sobre isso."

"Entendi. Então eu nunca vou saber o que aconteceu com você, né? Porque... Nós estamos juntos agora, e você poderia me contar tudo o que quisesse, que eu jamais iria julgar ou dizer que você está errado. E, eu imagino que isso seja um problema para você, por isso não quer me contar, mas... Às vezes, é melhor dividir as coisas do que guardar." Ciel sorriu timidamente. "Eu sinto que posso contar tudo para você. Mesmo se algo de horrível tivesse me acontecido, e eu sentisse que era o culpado, ainda assim eu contaria."

"Isso é bom para você." Sebastian disse demonstrando seu mau humor.

"E isso significa que não se sente da mesma forma?" Ciel fitou o chão ao perguntar.

"Você poderia simplesmente parar? Parar de ser tão insistente, de tentar me forçar a fazer algo que eu não quero. Eu já estou cansado disso. Se quer tanto saber, por que não vai perguntar para outra pessoa? Pergunte para Claude, Aimé, Norman, ou até a alguém dos Bisliev. Aí você terá a resposta que tanto quer e vai parar de me encher."

Ciel poderia chorar com aquilo. "Não seria a mesma coisa se não fosse você a me dizer. E eu sinto muito se eu te incomodei." O jovem encarou Sebastian, que parecia olhar diretamente para seus lábios, sem ver seu rosto por completo. "É que, no hospital, você se ofereceu para me contar, então imaginei que queria me contar."

"Eu me ofereci porque achei que eu poderia contar, mas... É exatamente o que eu disse: se quer saber, tem quem possa te contar." Sebastian pegou o gato em sua mão e se levantou ainda carregando Orion.

I Just Want to Hear YouOnde histórias criam vida. Descubra agora