Requiem For A Dream

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Sebastian tinha uma enxaqueca infeliz. Era proveniente da família do pai dele essa doença ingrata. Qualquer coisa que acontecesse que o retirasse de sua zona de conforto trazia uma crise consigo. O término de um relacionamento não poderia ser uma exceção.

"Vai morrer se tomar mais um remédio, sim senhor." Meyrin o alertou quando percebeu a presença dele na cozinha novamente.

"Eu vou morrer se não tomar nada." Sebastian rebateu com certa dificuldade. Ele não saberia dizer se era por causa da dor de cabeça ou da falta de seus aparelhos auditivos. Tinha sido idiotice jogá-los no chão, e o custou bem caro encomendar outro. 'Eu poderia ser um deficiente auditivo comum... Precisar de aparelhos especiais é perturbador.'

"Não. Se estiver passando mal em meia hora, vamos para o hospital. Não vai tomar mais nada." Meyrin bateu o pé no chão.

Sebastian gemeu um pouco, mas voltou para seu quarto. Se Céleste estivesse lá, poderia se deitar perto de seu rosto. O cheiro dela sempre o acalmava. Gatos tinham um cheiro peculiar, o que o agradava profundamente. Ele fez uma anotação mental de procurar um gato para adotar e se forçou a dormir para parar a dor.

***

Ciel estava entregando alguns currículos pelo centro da cidade. Metade de seu ser o dizia para voltar para a casa de seus pais, 49% queria que ele se desculpasse com Sebastian, e o mísero um por cento restante o dizia que, se fosse ficar com Alois, precisava arranjar um emprego.

Ele se decidiu por não voltar para a loja de ternos, já que era mais perto da casa de Sebastian do que do centro.

"Ei! Você não é aquele garoto que estava com Sebby?"

"Sebby...?" Ciel repetiu enquanto se virava para descobrir quem era o emissor daquela pergunta. "Você é o dono da Red Blood." O jovem não se lembraria do nome de forma alguma.

"Não! Eu sou a dona da Red Blood." Grell bufou. "E qual seu nome mesmo?"

"Ciel. Ciel Phantomhive."

"Eu sou Grell Sutcliffe." O ruivo se apresentou. "E o Sebby? Como ele está? Eu fiquei sabendo do que aconteceu na casa dele..."

"Ele... Está melhor." Era tudo que Ciel poderia garantir.

"E o que você está fazendo por aqui? Não deveria estar debaixo da asa dele?" Grell brincou.

"Eu... Não moro mais... Com ele. E estou procurando um emprego."

"Oh... Realmente... Não deve ser fácil ter que trabalhar depois de ter sido adotado por um rico." O ruivo tombou a cabeça. "Mas conheço um ou dois lugares que precisam de alguém com essa carinha."

"Não vou me prostituir." Ciel avisou rapidamente.

"Isso é uma pena. Como você acha que consegui pagar pela Red Blood?"

Ciel não tinha dificuldade em achar que o 'ou eu deveria dizer a?' ruivo(a) tinha se prostituído ou pedido dinheiro para Sebastian.

"Ah, mas conheço o dono da livraria que fica na rua de trás daqui. Se for entregar currículo lá, pode dizer que me conhece."

"Muito obrigado." Ciel abaixou a cabeça em forma de agradecimento.

Grell sorriu. "Imagina. Eu adoro poder ajudar os caras a se distanciarem do meu Sebastian."

O jovem não saberia dizer se era brincadeira ou se ele(a) estava falando a verdade. A expressão dele(a) era indecifrável, com um sorriso que fazia parecer que seus dentes eram afiados. "Ah, não precisa se esforçar para isso."

I Just Want to Hear YouOnde histórias criam vida. Descubra agora