A Tale Of Distant Lands

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Ciel almoçava com Claude e Hannah em um restaurante familiar.

"É uma pena que aquela kitnet não tenha dado certo. Mesmo assim, podemos continuar procurando." Claude sugeriu. Ele sabia que Sebastian não ficaria feliz se a estadia do aspirante a pianista se estendesse demais.

Ciel imaginou que Sebastian já teria contado sobre o furto, o que explicava ele não ter se mudado. "Ah, meu amigo acabou gastando todo o dinheiro dele. Não sei como vou conseguir me mudar." Ciel mentiu, mas ficou imaginando se Claude apenas tinha dito aquilo para ser sensível com ele.

"Precisa juntar dinheiro e assumir responsabilidades." Hannah se pronunciou. "Ninguém gosta de um homem acomodado."

Ciel assentiu. Ele estava pensando em conseguir um emprego temporário no centro comercial, já que o Natal se aproximava. Assim, ele poderia pagar Sebastian e ter algum dinheiro para presentes natalinos. Ser acomodado não estava em seus planos. Ele tinha que quitar essa dívida, guardar dinheiro para se mudar. Tudo isso enquanto treinava piano.

"Ah, sobre a comemoração do novo livro do Sebastian. Ele decidiu ir, o que é uma surpresa, já que ele odeia sair daquela casa." Claude reclamou. "De qualquer forma, vamos marcar para a quinta-feira depois do Natal. Acha que vai trabalhar?"

Ciel negou. "Significa que eu posso ir?"

"Mas é claro! Você também é amigo do Sebastian agora! A não ser que esteja cansado de ver a cara dele todos os dias..." Claude sabia que ele se cansava facilmente de ver a cara do escritor por vários dias seguidos. Sem contar que a calma do outro o irritava um pouco ao longo do tempo.

Hannah concordou. "Eu nem sou muito amiga dele, mas também fui convidada. Acho que todos deveríamos prestigiar esse talento que ele tem."

Ciel queria prestigiá-lo, mas ele não conhecia quase nenhum dos amigos de Sebastian, o que o deixava ansioso. Ele imaginava que a grande maioria era de ricos, ou, no mínimo, de pessoas muito inteligentes. Ciel sabia que não era nenhum dos dois. A sua inteligência era do tipo inútil, como curiosidades que ele aprendia no dia a dia, e isso era tudo. O assunto em que ele era mais erudito sempre seria a música, o que ele não poderia dizer já que Sebastian não se sentia muito confortável com o tema. "Se eu não tiver que trabalhar, eu vou." Era mentira. Ciel não queria ir e inventaria qualquer desculpa.

Claude ficou satisfeito com a resposta.

***

"O que costuma fazer no Natal?" Ciel não queria obrigar o escritor a passar a data comemorativa com ele, então resolveu iniciar a conversa com essa pergunta.

"Não tenho nenhum costume. Eu passo com quem me convida primeiro e sigo os costumes da pessoa." Ele estava sentado no chão, balançando um bastão com penas na ponta para brincar com Céleste.

"Alguém já te convidou?" Ciel sabia que estava sendo óbvio, mas ele queria ter certeza antes de sugerir que eles passassem juntos.

"Estamos no meio de novembro, Ciel. Você é a única pessoa no planeta inteiro que já está pensando em Natal. Nem a fábrica do Papai Noel começou a funcionar ainda." Sebastian riu um pouco da gata que pulava desesperadamente para pegar as penas.

Era verdade, em parte, porém o Natal era a data comemorativa que mais agradava Ciel, mesmo que não fosse pelo fundo religioso da festividade. O que ele mais gostava era trocar presentes, ver o sorriso no rosto das pessoas, fazer compras no clima natalino. "Eu gosto de tudo do Natal, por isso fico animado." Ele se explicou.

Sebastian apenas assentiu.

Ciel suspirou para se acalmar. Ele precisava de coragem para perguntar se os dois poderiam passar essa data festiva juntos. "Ei, Sebastian. Posso ficar aqui com você durante o Natal?"

I Just Want to Hear YouOnde histórias criam vida. Descubra agora