Ciel tinha seu coração partido de tal forma que não tinha conseguido dormir nem por um segundo. 'Foi muito cruel! Muito cruel! Eu cuido dele e ganho isso em troca!' O jovem enxugou uma lágrima que tinha batalhado para sair.
Céleste se deitou embaixo da cadeira onde o jovem estava, numa tentativa de consolá-lo.
Ciel passou toda sua noite tomando chá e repensando quando tinha errado. 'O que eu fiz para merecer isso? Por que ele não quer me ver como eu o vejo?!' Ciel não aguentava mais todos esses pensamentos.
Ele ouviu a porta do quarto ser aberta e desejou morrer afogado em seu chá.
"Bom dia..." Sebastian se sentia péssimo. Sua cabeça doía, seu estômago estava no pior estado possível, e ele tinha grandes apagões sobre a noite anterior. "Que dor de cabeça..."
Ciel nem se deu ao trabalho de responder, já que o escritor só entenderia se ele se virasse.
Sebastian passou direto pelo garoto, abrindo o armário para procurar algum remédio. "Deveriam proibir que alguém bebesse tanto." Ele reclamou.
Só então Ciel compreendeu. Era sua culpa. Se ele não tivesse cochilado, Sebastian teria bebido pouco e jamais diria algo assim. Por mais que o jovem fosse ter esperanças em algo falso, qualquer coisa era melhor do que a dor que ele sentia por ter sido rejeitado daquela forma.
Sebastian tomou remédio, colocou café em sua caneca e se sentou de frente para Ciel. "Dei muito trabalho ontem?"
Ciel o encarou com raiva. "Sim. Aimé teve que me ajudar."
"Eu sinto muito por isso. Como disse, não sou muito forte para bebida." Sebastian sorriu um pouco. "Oh, e sua dor de cabeça? Melhorou?"
'Você é minha dor de cabeça!' Ciel não acreditava naquilo! "Melhorou."
"Aconteceu alguma coisa? Você parece diferente... Eu fiz alguma coisa errada ontem?" Sebastian odiava beber, porque sempre esquecia tudo.
"Não..." Ciel decidiu que era melhor não trazer aquele assunto à tona para não se machucar. "Eu só estou cansado. Não dormi direito."
"Entendi. Pode descansar um pouco. Eu acordo você na hora do seu emprego." Sebastian sorriu. "Seja um bom menino e não fique com olheiras de cansaço."
Ciel se levantou. Ele poderia chutar aquela mesa. Só que, para o seu bem, era melhor ele descansar um pouco antes de sair de casa, principalmente se pretendesse dirigir. "Está bem. Obrigado." Ciel foi para seu quarto. Seu estômago doía de raiva. Se ele possuísse o dom do desaparecimento, aquele era o melhor momento para usá-lo.
Quando ele fechou os olhos, seu celular começou a tocar. "Mas que inferno!" Ele atendeu. "Alô!"
"Oi, Ciel. Sou eu, Claude. Queria saber se chegaram bem em casa. E se Aimé está por aí." Claude também tinha uma ressaca infernal, além de estar trabalhando, mas ele precisava conferir como seus amigos estavam.
"Bom, eu estou bem, Sebastian está de ressaca, e Aimé voltou para casa de madrugada." Ciel não entendia a dificuldade de todos em notar que ele não queria falar sobre o dia anterior.
"Ei... Não sei exatamente o que eu disse ontem quando descobri que você gostava do Sebastian, então... Quero que saiba que eu estou bem com isso. Eu não era muito fã do Norman, mas tinha meus motivos para isso." Claude não sabia exatamente o que dizer. "Sebastian... Ele já sabe disso?"
Ciel poderia matar Claude pela sua inconveniência naquele momento. "Err... Não quero falar sobre isso."
"Oh, eu entendo. Sinto muito, Ciel. Se precisar de alguma coisa é só me procurar." Claude desligou o celular suspirando.
VOCÊ ESTÁ LENDO
I Just Want to Hear You
FanfictionCiel sonha em ser um pianista famoso, mas não tem condições de morar perto do Concert Hall. Seu colega Claude decide que essa é a oportunidade perfeita de tirar seu amigo escritor, Sebastian, de sua zona de conforto ao forçá-lo a morar com o aspiran...