Capítulo 13

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Sarah ficou preocupada, o acidente que vitimou Miranda Burns fora causado por um rapaz que dormiu no volante. Miranda estava caminhando quando o carro invadiu a calçada, o motorista morreu na hora e a mãe de Nathan sofreu varias escoriações e quebrado as costelas, os boletins médicos não eram nada animadores.

A ideia de seduzir Nathan não podia ter terminado de forma pior. Ela não pensava ou via Nathan como um homem de família, ela só sabia que ele era filho único.

Passava das nove da noite quando Sarah não aguentou mais ficar sem noticias, os jornais não falavam mais nada sobre Miranda, por isso decidiu ligar para Nathan, só não imaginou que seria outra voz conhecida que atenderia.

- Alo!?

- Alo!

- Samantha?! Eu quero falar com seu chefe, por favor.

- Nathe esta ocupado e não pode falar agora.

- Tudo bem. - Sarah não ia discutir com a secretaria, então falou normalmente - Eu gostaria, se for possível, que você me de noticias da senhora Miranda.

- Sarah, você não acha que se ele quisesse que você soubesse de algo, ele não já teria ligado para você e te informado? Se enxerga Sarah, você é só uma qualquer. uma das tantas que ele tem. uma das vadias que se submetem a qualquer coisa que ele mande por algumas migalhas.

Sarah desligou o telefone, não era obrigada a ouvir os desaforos de uma desamada. 'Isso não vai ficar assim.' Ela falou enquanto saia do banho, ela vestiu uma calça jeans preta e escolheu a camisa mais nova que tinha comprado, pegou os sapatos pink, apareceria perfeita no hospital.

Assim que desceu do carro Sarah agradeceu aos céus por estar bonita, a recepção estava cheio de câmeras e jornalistas, ela não foi poupada dos cliques e perguntas.

- Boa noite, eu queria informações sobre a Senhora Miranda Burns. Por favor. - A recepcionista do hospital a encara com curiosidade.

- Ela esta no CTI. 5º andar e não sou autorizada a dar mais informações.

- Tudo bem e muito obrigada. Eu posso ir até lá?

- Pode, mas a senhora só vai chegar até a outra recepção. Depois só os familiares autorizadas.

O elevador abriu as portas e Sarah viu Nathan, ele estava de cabeça baixa, de um lado Samantha segurava a mão dele e do outro lado estava Rose. Sarah tinha feito questão de pesquisar sobre Rose, ela era linda, tinha a mesma idade de Nathan, mas não parecia, um pouco de intervenção cirúrgica nos lábios e nos olhos tão discretos beirando a perfeição, ela era alta e magra, os cabelos num tom de louro quase brancos. Elegante, Sarah definiu.

- Boa noite Sarah! - A voz veio do lado direito dela, Bob Gunter estava de prontidão.

- Sarah?!... - Nathan levantou os olhos e correu até ela abraçando-a enterrando a cabeça no pescoço dela. - Ela esta muito mal.

- Vai ficar tudo bem.- ela sussurrou afagando os cabelos dele. - Você esta péssimo. Já jantou? Comeu alguma coisa?

- Não! Não lembro. - ele falou apalpando os bolsos. - Droga. Cadê meu celular?

- Deve estar com Samantha. - Sarah falou lançando um olhar fulminante.

- Sim, senhor, está comigo, eu estava fazendo uma triagem de suas ligações para não aborrece-lo.- A secretaria explicou nervosa enquanto entregava o aparelho a ele.

Rose estava calada, apenas olhando a cena e Sarah sentiu que estava sendo estudada, sentiu o olhar queimando.

- Nathan você não vai me apresentar a sua adorável amiga? - Rose finalmente falou. O tom de voz cheio de ironia.

- Desculpem-me. - Ele falou apressado. - Rose, está é Sarah Mills, minha namorada. Sarah está é Rose Morgan minha ex esposa.

- É um extremo prazer finalmente conhece-la Sarah.

- O prazer é todo meu Rose. - O clima estava tenso e ambas permaneciam com as mãos estendidas.

- Nathan, Sarah tem razão. Desde que que chegamos aqui no hospital você não comeu nada. - Interveio Bob.

- Não quero sair daqui.

- Eu fico e ligo caso aconteça alguma novidade. Mesmo se o medico aparecer eu te ligo e você volta correndo.

Sarah nunca imaginou ver Nathan naquele estado. Ele estava péssimo, os cabelos desarrumado, sem gravata e o terno jogado de qualquer jeito. Ela pegou um café preto, forte e quente. Ele comeu imerso no seu silencio, o celular tocou assustando-os.

- Se não for Bob, não atenda querido. - Ela falou enquanto ele encarava o visor do telefone.

Ele voltou a comer devagar e perdido. Só Bob estava esperando.

- O senhor deveria ir para casa dormir um pouco.

- Vou ficar aqui. Só sairei do hospital com a minha mãe, Bob. Não adianta.

Sarah ficou quieta ao lado dele apenas segurando sua mão. Os médicos saíram do centro cirúrgico tão cansado quanto eles. O inchaço da cabeça de Miranda tinha sido controlado, e ela ainda estava muito mal correndo risco de morte. Nathan foi autorizado a vê-la, e o medico foi sincero ao pedir que ele se preparasse para o pior. Sarah ficou para trás assim que as portas se fecharam tranquilamente. Aquele local era tão contraditório, calmo, silencioso, frio, cheio de gente, de barulho e de lutas pela vida. Ela juntou as mãos fazendo uma prece e Bob Gunter se juntou a ela.

- Sabe Sarah, eu comecei a trabalhar para o senhor Burns no primeiro doa desde que ele assumiu o cargo de prefeito. Já vi ele nervoso e triste, mas assim nunca. A senhorita é a única moça que eu já vi nestes seis anos verdadeiramente ao lado dele. - Confidenciou.

- Obrigada, Bob.

- Ele é assim mesmo, durão e nos sabemos das preferencias... talvez pouco convencionais, mas em se tratando da mãe, ele perde a razão e se entrega assim. - Continuou

- Eu sei que ele é filho único...

- Ele é, e a mãe dele também foi... O pai dele morreu faz tempo e deixou um bom dinheiro para eles, Miranda garantiu os estudos do filho... viviam um para o outro. Isso foi a própria quem me contou... Ela ficou devastada quando o casamento de Nathan acabou. Depois disso ela foi morar mais afastada do centro de Inverness.

- Ela só queria se despedir e morreu segurando as minhas mãos.- Nathan falou quando apareceu na recepção abalado e chorando.

Sarah conhecia a sensação de perder uma mãe e preferiu deixa-lo ir para casa sozinho, curar um pouco da dor que estava sentindo.

O cortejo Fúnebre foi debaixo de uma fina camada de chuva, e Nathan não soltou a mão de Sarah em nenhum momento,

- Me desculpe Sarah, não sei como você conseguiu sorrir e viver. - Ele comentou quando estavam voltando para o carro.

- Você vai aprender a viver com a dor, as lembranças e isto vai te dar impulso a seguir em frente. - Ela respondeu olhando fundo nos olhos dele.

Enrascada -Pausado-Onde histórias criam vida. Descubra agora