Capítulo 7

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Nathan estava lindo, uma camisa branca e jeans, o apartamento estava na penumbra, tocava um jazz baixinho e suave. Se não fosse os seguranças na entrada do apartamento ele pareceria bem normal, ela sabia que Bob estava por perto em algum lugar do apartamento, garantindo a segurança do Prefeito.

O sorriso que ela recebeu a aqueceu, os dentes brancos enfileirados e a boca bem desenhada eram um convite irresistível.

Ela estava usando um vestidinho, ficou sem saber o que usar, sem saber o que iria acontecer depois, então decidiu usar uma coisa que ela se sentisse bem e bonita, não saindo da sua zona de conforto.

Sarah tinha passado a tarde toda tentando não pensar muito, ela gostava de Nathan, e sabia que do jeito dele ele também gostava dela, o que eles tinham podia ate ser chamado de relacionamento.

Era bem verdade que Sarah gostava do tipo que sexo que eles estavam fazendo, sim ela tinha ficado assustada com os tapas que ele tinha dado. Josh jamais fizera isso.

Josh tinha sido o primeiro namorado de Sarah, eles se conheceram na faculdade ainda e ele se apaixonou quase que imediatamente, Sarah gostava dele e depois de tanta insistência ela cedeu ao pedido de namoro. No começo o ciúmes dele era aceitável, ou ela não percebia e ele escondia bem, depois começou a ser sufocante, ele ligava o tempo todo, queria saber onde ela estava, todos os passos que ela dava, com quem falava e até o que vestia, quando não mais suportou foi pega de surpresa com a noticia do acidente que vitimou a família dela.

Foi Josh quem a ajudou, quem cuidou do funeral e quem deu todo o suporte emocional a ela e a Lizzy. Sarah decidiu que terminar seria egoísta da parte dela e continuou o namoro com Josh, chegando inclusive a aceitar o pedido de casamento, mas depois disso Josh voltou a ser possessivo e ciumento de novo, acusando-a de tudo, piorando quando o café foi inaugurado, ele não queria que ela atendesse aos clientes e nem que fosse simpática.

Sarah terminou o noivado e Josh não aceitou nada bem, em todos os lugares que Sarah estava ele dava um jeito de também estar.

O click da porta fez Sarah voltar ao presente.

- Você esta linda Sarah.

- Obrigada, Você também esta bem bonito, mas confesso que estou assustada.

- Não tem necessidades, quero apenas jantar e conversar com você.

- E você vai finalmente me contar o segredo tão secreto que você esconde?

- Não é nada de mais, mas você merece saber um pouco mais sobre mim.

- Até porque entre nós não existe muita conversa.

- Verdade Sarah, mas a culpa é toda sua.

- Minha culpa Nathan Burns?

- Isso mesmo, você me enlouquece.

- Nós vamos sair para jantar? Você poderia ter me avisado, estou tão simples.

- Você está linda, mas não vamos sair.

- Não?

- Não! Vamos jantar aqui, eu preparei nosso jantar. Na verdade eu pedi o nosso jantar. É o meu prato preferido.

- Eu não acredito. O que é seu prato preferido?

- Pizza.

- Pizza?

- Sim, pizza Sarah!

- Você não parece o tipo de pessoa que gosta de pizza.

- Eu adoro pizza.

- Você parece tão serio, achei que gostasse de pratos frescos.

- Eu gosto de pratos frescos, aprendi a gostar. Tenho um vinho aqui perfeito e raro esperando só o momento perfeito para ser aberto.

- Brindemos ao momento especial.

- Meu momento especial é você Sarah Mills.


Nathan sentia-se em ao lado dela, ele podia ser ele mesmo, não precisava se policiar ou se comportar como se estivesse sendo avaliado o tempo todo. Ela era tão divertida, tão simples.

O jantar foi animado, Sarah contava piadas e ele ria totalmente divertidos, as vezes as mãos se tocavam e Sarah sentia uma descarga elétrica a cada toque. Ela pensou quantos homens existiam dentro de Nathan Burns: o perverso mandão de quando eles transavam nos lugares em que ele queria, o prefeito sério e competente, o carinhoso de quando eles faziam amor na casa dela e ele divertido que comia pizza com as mãos, tomava vinho em taças extremamente caras e falava de livros e jazz.

'Eu adoro esta musica.' Nathan se colocou de pé e a puxou para o meio da sala, o som os envolveu, a voz suave e preguiçosa sussurrava convidando a se entregar, a se doar.

A cabeça de Sarah estava encostada no peito dele, ela ouvia cada batimento, o subir e descer junto com a respiração. Eles se moviam lentamente, o queixo dele pousava suave no topo da cabeça dela, as mãos na cintura a trazendo para junto de si.

O tempo era só deles, só eles existiam, só eles precisavam estar ali.

As bocas se uniram em um beijo doce e lento, entregando e recebendo, quando ele parou e a convidou para sentar e conversar.

Enrascada -Pausado-Onde histórias criam vida. Descubra agora