Capítulo 16

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 A segunda feira amanheceu radiante assim como Sarah, foi ótimo desfrutar da companhia da sobrinha e ser um pouco mimada, colocaram algumas series em dia e comeram brigadeiro de panela. Não foi uma imposição, uma cuidava da outra abertamente, talvez por causa da tragédia as duas se agarraram como uma tabua de salvação.

 Ela estava bem melhor, tinha ate passado um pouco de maquiagem para ir trabalhar. Nathan não a importunou, nem pelo celular e nem tentou aparecer na casa dela. Sarah estava grata por isso. Só não imaginou o que a aguardava na porta do café. Vários jornalistas se empoleiravam, todos loucos para saber o motivo do fim do relacionamento mais rápido da cidade. Os flashes das câmeras e perguntas a deixaram zonza, fazendo Sarah derrubar as chaves no chão, uma mão amigável a ajudou e ela só teve tempo de olhar para ele rápido no meio de toda aquela agitação. Um belo par de olhos negros, um belo sorriso de dentes brancos e a barba por fazer, ela registrou na memoria enquanto finalmente fechava a porta do café agradecendo por estar ali sozinha. Não sozinha já que o telefone não parava de tocar.

 - Sarah?

 - Nathan? – ela foi pega de surpresa e apoiou as mãos no balcão.

 - Sarah não desliga, só me escuta. Ok?

 - ok.- ela falou relutante ficando de costas para a porta de entrada do café ainda cheio de olhares curiosos pelos vidros.

 - Sarah meu amor, eu quero que você me perdoe. Eu fui infantil na minha colocação, pequena. Você esta bem? Nos podemos conversar? – A voz dele saiu apressada.

 - Não. – Ela falou cortante.

 - Não? Sarah não faz isso.

 - Sr. Burns neste momento tem pelo menos quinze jornalistas parados, tirando foto de tudo... Inclusive pelo vidro...

 - Você falou alguma coisa para eles? – Ele perguntou ríspido.

 - É claro que não, seu idiota. Quem você pensa que eu sou?

 - Eu não quis...

 - O problema Nathan é tudo o que você não quis. Bom dia.

 Lizzi entrou esbaforida, tirando a jaqueta e amarrando o avental.

 - Que carnaval é esse tia?

 - A única coisa que eu entendo foi... O conto de fadas acabou?

 - Se pelo menos cada um deles tomar dois cafés, podemos fechar mais cedo.

 - Lizzy, Nathan ligou aqui – Ela falou sem rodeios.

 - Serio? O que ele queria?

 - Se desculpar. Quer saber o pior? Eu contei que tinha jornalistas aqui e ele surtou, sei lá. Ficou perguntando  se eu falei algo.

 - Que louco! Quem ele pensa que a senhora é?

 As duas foram atraídas pelo burburinho que vinha da rua.

 Bob Gunter abriu a porta do café e Nathan entrou com um sorriso falso, a cara dele estava péssima e aquele sorriso só piorava mesmo usando óculos escuros. A presença dele seria notada em qualquer lugar, sua personalidade indicava medo, respeito e admiração.

 - O que porra você está fazendo aqui?

 - Eu precisava te ver Sarah. E te trazer estas flores.

Enrascada -Pausado-Onde histórias criam vida. Descubra agora