Capítulo 15

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Sarah fazia movimentos desconexos, chamou o taxi sem perceber, entrou e falou o endereço atônita. Parecia estar em um clipe dessas musicas sobre finais de romances clichês, e para completar caia uma fina chuva que tamborilava na janela do taxi.

Ficou de pé, parada olhando para o vazio que era o seu prédio, não conseguia chorar, não tinha lagrimas, tinha chuva lavando, escorrendo pelos cabelos, grudando a roupa na pele. O frio congelante não era nada.

O sol não parecia mais bonito, o céu não estava mais belo, eles a acompanharam. Até aquela conversa, ela lembrava de olhar pelas enormes janelas do apartamento dele, o céu estava pintado com cores preguiçosa, agora ele estava escondido por trás de nuvens chuvosas e vento gelado.

" Você é importante pra mim." Trechos desconexos gritavam na cabeça dela. " Eu te amo Sarah." " Calma Sarah."

A porta abriu de repente e Lizzy gritou olhando para a tia.

- Merda tia que susto.

- Olha essa boca, Lizzy.

- Desculpe. Porque a senhora está tão abalada e acabada? O que a senhora esta fazendo em casa essa hora? A loja só abre as dez horas bobinha.

- Ele ainda ama a ex. - Sarah falou desabando em lagrimas enquanto a sobrinha a abraçava. - Ele falou que me amava pouco tempo antes.

- Tia, vamos ter calma. - Lizzy falou - Primeiro é melhor tirar essa roupa molhada e ficar sequinha e quentinha. Não precisamos trabalhar hoje, as meninas abrem o café.

- Não Lizzy. Elas não sabem fazer as coisas direitos, eu vou trabalhar. Esquece tudo isso.

- Não vai não, elas estão sendo treinadas a meses e ficam só limpando balcões e mesas. Eu ate queria conversar sobre expandir.

- Não, não e não, vamos trabalhar!

- Deixa de ser teimosa Sarah Mills. Que droga, vivemos pro café, trabalhamos independente de horas extras para que?

- Mas...

- Mas nada tia. Vem trocar logo essa roupa, você vai acabar ficando doente.

- Lizzy você estava certa o tempo todo, você me falou para não confiar nele, que ele partia corações. Porque você me deixou embarcar nessa?

- Caipirinha para esquentar a alma e servir de base para nosso café da manhã. - Lizzy falou - Não é saudável, mas vai servir. Agora me conte o que aconteceu.

Sarah estava de moletom enrolada no sofá enquanto Lizzy massageava seus pês, Prestava atenção atenta a tudo o que a tia falava.

- Quando ele falou que me amava eu fiquei tão assustada. Eu não procurei amor. Eu procurei sei lá? Uma fuga? O sexo era ótimo. Sim, ele gosta de um sexo mais selvagem e ao ar livre! E eu? Eu curti cada momento! Estava apaixonada, mas o medo, ainda esta aqui. Eu não vou mais dizer eu te amo, só pelo motivo do outro dizer. Não quero isso pra mim, de novo. - Ela se calou quando o celular tocou. - Não vou atender. - Ela virou o telefone com o visor para baixo.

- Tia Sarah quando eu falei, que assim, as mulheres saiam chorando dos relacionamentos com o Burns, foi apenas o que eu via nos tabloides de fofocas. Ele te fez bem. Eu vi sorrisos e suspiros.

- O que você esta falando? Que eu estou errada em não atende-lo e ir correndo dizer que eu estava errada? É isso?

- Eu estou querendo dizer que você, apenas, deveria conversar com ele quando a poeira abaixar. E note tia eu não falei que você devia voltar para ele. Vocês são adultos. Não adianta não atender o telefone,

- Nós já conversamos.

- Tudo bem. Bom, eu estarei aqui o tempo todo ao seu lado. E não fique mal, se quiser chorar, chore. Não fique na neura pensando que ele não te ama ou que a Rose é importante, querendo ou não eles tiveram uma historia juntos. Você é perfeita, engraçada, muito responsável, bem sucedida e linda.

- Eu estava apaixonada por ele. Muito apaixonada, ele não podia ter feito isso comigo.

- Já sei o que fazer, Tequila e sorvete, vamos passar nosso final de semana comendo besteiras, bebendo e assistindo comedias musicais. Vamos mudar esse humor ok?

- Te amo Lizzy.

- Te amo tia.

- Quanto você cresceu tanto hein?

- Já faz um tempinho e a senhora sempre faz a mesma pergunta.

- O que eu faria sem você na minha vida?

- A pergunta na verdade deveria ser o que eu faria sem você na minha vida.

- Obrigada.

- Eu sempre estarei aqui, do mesmo jeito que você sempre esteve ao meu lado. Eu sei o quanto doeu enterrar uma mãe, e você estava lá para mim, me fortalecendo. Se o Nathan ligar, vamos apenas ignorar as chamadas e se ele tiver a audácia de bater aqui, eu vou dar um tapa e fechar a porta na cara dele. Ninguém mexe com a minha tia e fica impune.

- Com quem você aprendeu a ser assim, briguenta?

- Digamos que eu tive e tenho a melhor professora de todos os tempos.

Enrascada -Pausado-Onde histórias criam vida. Descubra agora