Capítulo 1

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- Sarah, chegou mais uma cobrança da prefeitura sobre a hipoteca da casa.

- Droga, Lizzy eu preciso dar um jeito nisso e vou fazê-lo agora, não dá mais pra adiar ou esperar que eles nos joguem na rua...

Sarah saiu pisando duro, em direção ao carro, já era a oitava cobrança de hipoteca que ela tinha certeza de estar quitada, então porque ainda estavam cobrando, Sarah Mills tinha vinte e nove anos e morava com a sobrinha Lizzy em Inverness, desde que sua irmã morrera em um acidente de carro, elas mantinham um café em uma galeria, Lizzy namorava desde o colegial e Sarah estava sozinha desde que o seu noivado terminou, depois de tantas brigas por ciúmes doentios, Sarah colocou um ponto final até na amizade que ela pensou em manter com Josh se um dia eles não estivessem mais juntos.

- Oi Bom dia, eu sou Sarah Mills e preciso ver o prefeito Burns.

- Oi Senhora Sarah, você tem um horário marcado?

A secretaria do prefeito Nathan Burns olhava para Sarah com aquele desdém de quem sabe que ela não teria nada marcado com o prefeito.

- Não eu não tenho horário marcado com o Prefeito.

- Então eu não posso fazer nada por você, querida.

- Algum problema Samantha?

Sarah olhou para o homem parado na porta a sua frente, já o tinha visto na televisão, mas não se lembrava dele, não daquele rosto forte e tranquilo ao mesmo tempo, olhos verdes da cor do mar, penetrantes e ameaçadores, a boca fina e macia, os olhos dele prendiam os de Sarah.

- Nenhum problema senhor Burns, esta senhora deseja lhe falar, mas não tem nenhum horário marcado e eu já estava vendo o que fazer para encaixa-la em um.

- Cancele meu almoço Samantha, Senhora...

- Sarah Mills

Samantha apressou-se em falar o nome da visitante

- Senhora Mills, por favor, queira vir até a minha sala.

O curto trajeto fez Sarah se sentir vencedora, ela teve vontade de olhar para Samantha e soprar um beijo, mas achou melhor não. Sarah pensou se estava correta em fazer isso, ela estava certa em ir antes de investigar todas as contas pagas da hipoteca?

- Por favor, sente-se senhora Mills, e me diga em que posso ser útil?

- Senhor eu estou recebendo cobranças indevidas de uma hipoteca quitada.

- Se está quitada, como a senhora diz, porque então a senhora está recebendo as cobranças?

- As cobranças são indevidas, e isto não é correto.

- Eu não estou entendendo senhora Mills, se a senhora acha que não é correto porque veio até mim? E porque não foi até o departamento de cobranças? O que a Senhora realmente deseja de mim?

Sarah o olhou e percebeu que ele estava definitivamente estava gostando daquela situação, talvez flertando com ela, e sabia que responder da maneira dúbia que ele estava perguntando era perigoso, jogar com aquele homem seria ir e não mais voltar.

Nathan estava se divertindo sabia que não poderia fazer muita coisa, as pessoas achavam que o prefeito era um rei que mandava e desmandava em tudo e ele sabia que não era assim. Aquela mulher o intrigava, ela era tão linda e tão determinada, os cabelos presos em um coque e fios soltos como se ela estivesse correndo, a blusa de algodão cinza com decote em v não parecia ter sido escolhida para causar impacto, mas o colo exposto com uma única correntinha que parecia ter continuidade por baixo daquela blusa o deixou intrigado. Os olhos pretos dela faiscavam. Nathan não tirava os olhos dos dela e pensou como desnudá-la quando está vestida se está mais despida do que quando nua. Aquela mulher despertou a vontade de tê-la de uma maneira da qual ele estava disposto a esquecer e não mais fazer..

-Senhor Burns eu já paguei toda a hipoteca, a minha casa está quitada.

- Ok Senhora, já que a senhora insiste em me dizer que as cobranças são indevidas, me mostre às cobranças pagas,..

- Senhor Nathan Burns eu não os tenho aqui comigo.

Nathan soltou os olhos dos dela e deu um sorriso, ele definitivamente estava se divertindo.

- Então nós temos um problema aqui.

- Não, nós não temos um problema, o fato é que o senhor é só um idiota que está se divertindo as minhas custas.

- Garanto a você Sarah que se eu estivesse me divertindo as suas custas, você estaria amarrada a minha cama e vendada, e eu me divertiria sentindo você nervosa sem saber qual o meu próximo passo.

Nathan falou com uma tranquilidade tão absurda que Sarah realmente se perguntou se estava ouvindo aquelas palavras, a tensão foi quebrada apenas pelo estrondo da porta batendo.

- Idiota filha da puta

Samantha olhou para Sarah de boca aberta, enquanto ela apertava o botão do elevador e tirava seu celular da bolsa atendendo-o.

- Vou para casa Lizzy, vai ficar tudo bem, acredite.

- O que aconteceu Sarah, foi tão terrível assim?

- Lizzy ilustríssimo senhor prefeito filho da puta, só teve a capacidade de rir de mim.

- Você quer um chá ou café daqui da loja? Eu levo em casa.

- Não, eu realmente quero ficar sozinha um pouco.

Enquanto falava Sarah entrava em seu carro, desligou o celular e o jogou no porta luvas. Como de costume, assim que pisou em casa, ela já foi tirando a blusa, jogou a bolsa no chão e foi chutando os tênis para longe indo em direção ao banheiro, quando ouviu alguém batendo na porta. 'Eu não acredito que Lizzy veio me importunar, vou precisar conversar com ela sobre me deixar ter meu próprio espaço e não me sufocar. ' Foi o pensamento de Sarah

- Entra, a porta está aberta, já estou saindo só vou me refrescar. O calor está infernal hoje.

Os olhos de Sarah ficaram fixos nos de Nathan, ele estava de pé na porta do banheiro e ela nua embaixo do chuveiro, mesmo sem tirar os olhos dela Nathan murmurou um pedido de desculpas, fechou a porta do banheiro e decidiu esperar por ela na sala.

'Eu não acredito nisso, Merda, merda e merda. ' pensou Sarah.

- Será que eu pensei alto demais?

Sarah falou enquanto desligava o chuveiro e colocando a primeira roupa que estava a sua frente no banheiro.

- Desculpe Sarah

- Desculpe Nathan

Eles falaram ao mesmo tempo

- Nathan, desculpe. Eu pensei que fosse a minha sobrinha Lizzy.

- Sarah não se desculpe, por favor, eu que não devia ter entrado na sua casa assim.

- Por favor, esqueça o que viu.

Os olhos de Nathan ganharam um tom de verde escuro e Sarah sentiu um calafrio na base da coluna.

- Eu jamais esquecerei o que eu vi.

As palavras queimaram as orelhas dela, a voz dele rouca soou com a pior das intenções, os olhos presos um no outro e o sorriso que pontuou o final da frase fez com que a pele dela ficasse inteiramente arrepiada. Sarah abriu a boca para falar ao mesmo tempo em que Nathan dava um passo à frente e ela recuou até sentir a superfície dura da parede em suas costas.

- Você é linda, e eu adoraria ter você em minha cama

O hálito quente de Nathan encheu o pequeno espaço entre eles, o corpo de Sarah respondeu de imediato, os seios pressionando a blusa de tecido fino

-Eu vou com você!

Enrascada -Pausado-Onde histórias criam vida. Descubra agora